CRISE DE IDENTIDADE NA DISTRIBUIÇÃO?

O título poderia afastar alguns leitores, pois embora ela ainda esteja iniciando, ninguém aguenta mais ouvir, falar ou ler sobre a crise econômica que se avizinha do Brasil para este e os próximos anos.

Mas a crise aqui é de identidade (apesar de possivelmente provocada pela necessidade de mudar, de diversificar, de fazer diferente, gerada pela outra crise…) de alguns setores de nosso mercado de viagens e turismo.

Sempre estranhei a vontade de algumas operadoras de turismo, de vez em quando, declararem seu viés corporativo e, apesar de realizarem a maior parte, ou a totalidade, de suas vendas através das agências de viagens, julgam-se agências de viagens do segmento corporativo.

Ao tentar compreender melhor este fenômeno, percebi que são 2 seus motivadores: 1) por terem agências de viagens (portanto empresas) entre seus principais clientes, misturam o conceito de mercado B2B com gestão corporativa; ou 2) por atenderem algumas agências de gestão de viagens corporativas, ou seja, o usuário final (passageiro ou hóspede) dos serviços é corporativo, confundem sua função de fornecedor (como as cias. aéreas e hotéis) ou de intermediário (ok, repassador, operador, consolidador etc.) na cadeia de distribuição.

A crise de identidade neste caso, não é por acaso, é uma maneira inteligente de posicionar-se próximo do segmento responsável pelo atendimento de 2 em cada 3 clientes que voam no Brasil.

Enquanto o mercado como um todo recrudesceu em 2014, a Abracorp registrou crescimento de quase 15%, com vendas da ordem de R$ 15 Bi.

Qual grande “player” não vai querer participar desse mercado?

Até a poderosa CVC informou que adquiriu o controle da consolidadora Rextur Advance, motivada pelo interesse de “participar do mercado de viagens corporativas”…

Denota-se uma certa mistura de conceitos a respeito do que é o mercado de viagens corporativas, caracterizado fundamentalmente pela especialidade da gestão, neste caso aplicada às despesas relacionadas às despesas de viagens de profissionais à trabalho, pagas pela empresa contratante.

O fato é que o escopo, a especialidade e as atividades de uma agência de gestão de viagens corporativas assemelham-se muito mais às de uma empresa de consultoria em gestão corporativa do que às de uma agência de viagens e turismo, menos ainda às de uma operadora de turismo ou às de uma consolidadora de bilhetes aéreos.

Em tempo, apenas para registro, ainda sobre crise de identidade:

– “A cadeia de distribuição é composta por uma variedade de segmentos do mercado de viagens e turismo, como agências, operadoras, consolidadoras, GDS, sistemas integradores, entre muitos outros.

Todos, portanto, são distribuidores.”

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Luís Vabo

Entusiasta da inovação, do empreendedorismo e da alta performance, adepto da vida saudável, dos amigos e da família, obstinado, voluntário, esportista e apaixonado. Sócio-CEO Reserve Systems 📊 Sócio-fundador Solid Gestão 📈 Sócio-CFO MyView Drones 🚁 Sócio Link School of Business 🎓 Conselheiro Abracorp ✈️

5 thoughts on “CRISE DE IDENTIDADE NA DISTRIBUIÇÃO?

  1. Oi Vabo , Bom Dia !!

    Ótimo post como sempre !!
    Abraços
    Hélio

    PS > Viu? Como conversamos lá atrás , aí está seu conterrâneo, Dom Eduardo Cunha I , o novo mandatário do País ! O governo de Dona Dilma , hmmmmmm……….
    As emoções vão ser grandes !
    Enfim , vamos trabalhar ,que vale mais a pena !!

  2. Luis,

    Tudo bom?
    É muito complicado mesmo a mistura que os distribuidores fazem de vender para o corporativo e atender o corporativo. Cada vez mais este mercado se torna mais técnico e estratégico e sem se especializar o preço baixo sairá cada vez mais caro para o cliente! bjkas,

    1. Oi, Viviânne,

      O que me intriga são os clientes corporativos, às veses, ainda comprarem gato por lebre, ao contratarem serviços de operadoras ou de agências de viagens e turismo, não especializadas em gestão de viagens e despesas corporativas.

      Como a gestão é muito mais do que reserva e emissão de bilhete, o barato sempre sairá caro.

      []’s

      Luís Vabo

  3. Luis,

    Tudo bom?
    É muito complicado mesmo a mistura que os distribuidores fazem de vender para o corporativo e atender o corporativo. Cada vez mais este mercado se torna mais técnico e estratégico e sem se especializar o preço baixo sairá cada vez mais caro para o cliente! bjkas,

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