Bombando em Paris, ninguém fica ileso.

O problema com eventos recorrentes é que estão ficando cada vez mais perto um do outro. Que fique claro, as liquidações são sempre em julho e janeiro, mas parece que as liquidações de julho foram ontem!

Não importa, mesmo tendo falado destas liquidações “ainda ontem”, vou dar destaque novamente. Vou falar de novo porque acho que o mercado de viagens ai no Brasil ainda não captou a importância do acontecimento.

O Brasil tem um turismo emissivo de compras muito forte. Há junto aos brasileiros uma grande vontade de comprar artigos franceses e um medo inversamente proporcional dos preços destes mesmos artigos. E de repente chega a hora de poder comprar, bem em meio à nossas férias escolares e somente poucos habitués se lembram disso e aproveitam desta oportunidade incrível.

No entanto as duas liquidações anuais são esperadas impacientemente pelos franceses.

Em Paris as lojas e shoppings estão em festa. Cada parisiense tem sua razão para aproveitar, que pode ela ser: a chegada do momento de renovar o guarda-roupa; ou a vontade de comprar aquela peça que está faltando; buscar aquele item que “namorou” meses esperando poder pagar com a rebaixa de preços; fuçar para encontrar aquele modelito de marca super meglablaster a ¼ do preço; fazer o guarda roupa anual das crianças; ou simplesmente “faire du shopping”- olhar as vitrines e lojas se deixando levar pelas inúmeras tentações à baixíssimos preços. Ninguém fica ileso.

Este ano as liquidações de inverno iniciaram dia 7 de Janeiro e vão até 17 de Fevereiro, ainda dá tempo! No verão acontecerão de 24 de Junho até 4 de Agosto. Informem suas clientes!

 

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Estamos na segunda remarcação, nas proximas semanas os preços continuarão a baixar
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Hora de buscar aquele peça que estava faltando em seu guarda-roupas a -40%

Os links são para dar água na boca.

Liquidações H&M

Liquidações Camaieu

Liquidações Galeries Lafayette

Para os “meninos” ( acabou de chegar no meu e-mail  a pub)

Liquidações Paris Saint-Germain

Ainda sobre Charlie.

Último Capítulo

Eu não queria mais ter que escrever sobre Charlie, mas os questionamentos continuam, e por esta razão seguem alguns breves esclarecimentos:

Vou dizer algo que vai deixa-lo surpreso: Não houve perseguição e tiroteio pelas ruas de Paris tal como mostrou a televisão brasileira. Quero dizer, houve perseguição e troca de tiros e mortes sim, enfim, mas não no Centro de Paris.

Se eu digo para você: “ -Houve perseguição e tiroteios pelas ruas de São Paulo”, você pensa na Avenida Paulista ou na praça de alimentação do Shopping que frequenta e se vê de uma maneira ou outra tocado diretamente pelo incidente. Porém, se eu explicar que houve um acerto de contas entre duas facções religiosas extremistas, ou ainda por causa de drogas, implicando morte, tiroteio com a polícia na Agua Branca e fuga em direção a Pirituba, isso lhe concerniria tanto? Você deixaria de sair de casa por casa disto? Cariocas deixam de sair de casa por causa de acerto de contas em comunidades? Os franceses foram às ruas lutar contra a violência e pela liberdade de expressão e agora a vida continua.

Já o Estado está aproveitando para fazer uma limpeza nos meios extremistas da França, junto a pessoas que também não moram ou frequentam o Centro de Paris, mas sim os guetos aonde se confinaram. Se os islamistas radicais deixarem a França irão para países extremistas Africanos ou no Oriente Médio aonde poderão se tornar ótimos clientes de armamento dos países desenvolvidos. A França arma um lado, os EUA o outro, ou ainda a Rússia, enfim, todo mundo fica feliz!(sic)

O Estado não poderia em um momento deste não “mostrar serviço” e por isso dobrou o policiamento, sobretudo na capital. Até a popularidade do presidente François Hollande subiu. Cansados da pequena delinquência, como a de batedores de carteira oriundos de países pobres, os parisienses passeiam mais seguros do que nunca.

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As entradas do Louvre continuam movimentadas pelos transeuntes
Seine
Parisienses e turistas caminham pelas margens do Sena.
Militares Paris 2
Plano Vigipirate- Militares nas imediações do Louvre
Pont des Arts
Policia Nacional da Franca, Rio Sena sob a Ponte das Artes
Proteçao Civil- Rio Sena, Paris
Proteção Civil- Rio Sena
Jardim de Tuileries Paris
Jardim de Tuileries – Gendarmerie

Outro questionamento que eu já esperava: Quem não conhecia e defendeu sem saber, agora está pasmo com o conteúdo do famoso Charlie Hebdo. Que fique claro que ninguém foi defender o jornal Charlie, que muitos nem aprovam, mas a liberdade de expressão. A França é um país laico onde se pode publicar blasfêmias sem que isso seja um crime passível de pena. A meu ver os franceses foram dizer “somos assim”! Para quem vive aqui é pegar ou largar.

 

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Silvia Helena

Após breves passagens pela Faculdade Metodista de São Bernardo e Belas Artes de São Paulo, aos 18 anos fui estudar no Canadá, onde vivi durante 23 anos. Lá me formei em História da Arte pela Universidade de Montréal, estudei turismo no Collège Lasalle de Montréal e no Institut de Tourisme et Hôtellerie du Québec. Comecei minha carreira na área trabalhando em Cuba. Durante os anos vividos no Canadá, entre outras coisas, fui guia de circuitos pela costa leste e abri minha primeira agência de receptivo para brasileiros. Há 18 anos um vento forte bateu nas velas da minha vida me conduzindo até França. Atualmente escrevo de Paris, onde vivo e trabalho dirigindo a empresa de receptivo, LA BELLE VIE.

9 thoughts on “Bombando em Paris, ninguém fica ileso.

  1. liberdade de expressão e sim , ofender religiões não , vi que o Charlie Hebdo sua historia e apenas de polemica , quase falindo , e por causa desa revista causa protestos nos países árabes e consequência morte de muita gente , vc pode ter liberdade de expressão sim , mais não precisa ofender e desrespeitar as religiões

    achei um absurdo oque vc menciona ” os islamistas radicais deixarem a França irão para países extremistas Africanos ou no Oriente Médio aonde poderão se tornar ótimos clientes de armamento dos países desenvolvidos. A França arma um lado, os EUA o outro, ou ainda a Rússia, enfim, todo mundo fica feliz!(sic)”

    quer dizer os árabes se matam pra você ganhar dinheiro???!!!!

    no oriente pela sua informação não ha pais extremista , todos sem excessao você pode viajar e curtir apenas síria que vivi uma guerra civil

    quer dizer que você quer essas nações árabes se matar pra vocês ganharem dinheiro atras de armas …..

    se o Charlie faria uma matéria tirando sarro da sua pessoa e da sua religião e de Jesus e da mãe Maria você não ficaria assim ,

    minha filha se você não gosta dos árabes e os muçulmanos melhor nem tocar no assunto porque tem muito árabe e muçulmanos que são gente boas e para de generalizar e fala do que você sabe

    e por ultimo ” OS árabes ou os muçulmanos se tirar seus dinheiros da Europa e voltar pro seus países , a Europa vai falir ” então fica na tua

    1. Bom dia Paulo.
      Obrigada por seus comentários. Seguramente dei-lhe uma impressão errônea. Eu sou uma pessoa que respeita demais tanto quem tem religião como quem não tem.
      Porém é fato: não gosto mesmo de radicais, que sejam eles religiosos ou vegetarianos, compreende? A África esta uma bagunça porque Islamistas Radicais estão tentando impor a Charia extrema. Charia extrema não é uma religião, Charia extrema é uma desgraça! E os Islamistas radicais defendem o extremismo. Esses extremistas que deixam a Franca chamam-se djadistas. Acho que nem deveriamos chamar “djadista” de muçulmano, ser chamado de “djadista” é uma ofensa para qualquer um de boa fé. Enfim, a Charia eu sou terminantemente contra! Sou contra o que estão fazendo na Nigéria e muito! Sou contra o uso obrigatório da Burca e contra o fato que homem possa repudiar uma mulher, possa matar um gay por ser gay, possa casar com uma criança a partir de seus 9 anos, entre outras barbaridades.
      Os Islamistas Radicais, como são chamados pela imprensa internacional, matam na Africa e Oriente Médio para impor a Charia extrema. A França, os EUA, a Rússia estão sim lucrando com isso. Como você, acho um absurdo. Paulo, não é porque exponho uma verdade que concordo com ela.
      O Charlie faz toda semana matéria sobre os católicos, muçulmanos, enfim, fazem o que quiserem. Eu pessoalmente não gosto do Charlie, mas jamais usaria armas contra eles. Enquanto para os loucos que vêm “causando” massacres lá na Nigéria…
      Assalamu alaykum

  2. Concordo parcialmente com as palavras do Paulo. Liberdade de expressão sim. Porém ofender a dignidade do próximo não. A nossa liberdsde termina quando ofendemos o próximo.
    Sou da opinião extremamente sabia do Papa Francisco. Se alguém xingasse a sua mãe como você reagiria? Poderia esperar uma reação nada agradável. A Charlie Hebdo ultrapassou os limites aceitáveis e dignos da liberadade de expressão.
    Nos Cristãos não reagimos pacificamente o suficiente contra as violências que recebemos diariamente contra nossos preceitos religiosos. Precisamos nos manifestar mais pacificamente.
    Ser estado laico não significa abolir a religião. A França tem um passado religioso Cristão que não pode ser esquecido. Em muito contribuiu e continua a fazer para a França ser o que é hoje.
    Você escreve que a África esta uma bagunça. Sabe quem são um dos culpados por tudo isto Os países colonizadores. Entre eles a França. Que criou países de forma artificial, juntou dentro de fronteiras povos que nãos e davam bem, etc. Tudo isto em nome do dinheiro e da exploração fácil. Infelizmente o seu texto oferece um tom racista.
    Para concluir sou contra a violência e as mortes ocorridas. Totalmente lamentável.

    1. Bom dia Frederico.
      Obrigada por acompanhar o blog. Estou muito surpresa, pois posso imaginar que o assunto incomode, mas ser acusada de racismo? Isso é uma ofensa. Ou estou me expressando mal em algum lugar ou sendo mal interpretada.
      Primeiramente não estou falando sobre religião e/ou sobre muçulmanos ou etnias. Eu estou falando de Djadistas ou Jadistas. Os Djadistas estão usando uma religião para cometer crimes, que os próprios muçulmanos não aprovam. Acho que onde estou falando de extremistas os leitores estão sentindo as dores dos que foram insultados pelo jornal Charlie e pensando que eu aprovo o jornal.
      Eu não aprovo nem desaprovo Charlie, são jornalistas. Acho somente o que fazem de um incrível mau gosto, porém desaprovo com certeza os crimes cometidos, ofensa se responde com ofensa e não com armas.
      Frederico me explica aonde está o tom racista? Será que porque sou contra uso obrigatório de Burca ou contra execução de homossexuais? Ou contra a Charia? Veja bem, sou contra o celibato de padres católicos também!
      Aliás, buscar no colonialismo europeu bode expiatório para problemas sócio-políticos africanos também poderia ser visto como racismo, mesmo se contra nações ricas.
      Tentando acabar com a polêmica sobre o racismo reitero: não estamos falando aqui nem de religião, nem de etnias. Estou falando de jovens que deixam a França para se juntar aos loucos de Baga por exemplo.
      De quem é a culpa da bagunça na África? Poderia perfeitamente ser dos países ricos. Eu sou brasileira e não compactuo em absoluto com colonialistas.
      Porém, a meu ver qualquer horror ocorrido na colonização, explica talvez, mas não justifica em absoluto o que está acontecendo na África e em certos países do Oriente Médio hoje. Ouviu falar nas decaptações? James Foley? E de Hervé Gourgel? Haruna Yukawa?
      JE SUIS CHARLIE
      JE SUIS BAGA TOGETHER!

      Afeganistão: Insurreição do Jihad Islâmico (Taliban, Al-Qaeda e outros grupos de djihadistas islâmicos armados)
      Paquistão: Insurreição islâmica (Taliban, Al-Qaeda)
      Irã: Repressão do governo (xiita), com a ajuda do Hezbollah, contra o povo.
      Iraque: sunitas islâmicos – Insurreição contra o governo e população (xiita) (Hamas no Iraque chama-se Exército Iraquiano Livre, o EEIL e é ligado a Al-Qaeda.
      Síria: guerra civil entre o poder Allaouite suportado pelo Hezbollah xiita contra Frente Islâmica (Sunita Salafista) e o EEIL. SLA (Exército de libertação Sírio).
      Líbano: País em chamas desde o apoio oficial do Hezbollah xiita na liderança da Síria. Ataques de grupos salafistas sunitas.
      Egito: ataques por grupos islamistas pro-Hamas, em resposta ao poder militar central.
      Líbia: Insureição islâmica causada por grupos da Jihad
      Sudão (Darfur): limpeza étnica do poder local, apoiado por milícias árabes Janjaweed contra as tribos negras africanas não falam árabe.
      Tunísia: ataques e confrontos causados para desestabilizar o país pelos grupos islamitas radicais salafistas, incluindo a Qaida (Al-Qaeda no Magreb islâmico, seção Tunisiana da Al-Qaeda)
      Argélia: ataques e confrontos decorrentes detentativas de desestabilizar o país por Al Qaida. Decapitação do turista Hervé Gourgel.
      Mali: Insureição islâmica e separatista por salafistas armados contra o poder estabelecido.
      Nigéria: Insureição islâmica liderada por Boko Haram («‘ educação ocidental é um pecado «”.). Movimento Jihadista Sunita Salafista para introduzir a Charia. Massacres e perseguições aos cristãos.
      Camarões: extensão da insurreição liderada por Boko Haram no norte do país: abusos, sequestros…
      República Central Africana (RCA): confrontos iniciados por milícias muçulmanas denominadas Seleka. Retaliação por grupos de autodefesa cristã. Limpeza étnica em dois campos, contra civis cristãos e muçulmanos.
      Uganda: tentativas de desestabilização do país pelo grupo Somali islâmico Al-Shabaab, ligado a Al-Qaeda. Ataques no coração da capital durante a Copa do mundo. 74 mortos (o mais mortífero ato em 12 anos na África Oriental)
      Quênia: extensão das ações do grupo islâmico Al-Shabaab, vingança contra o poder que apoiou a Somália. Ataques terroristas espetaculares em um shopping center e uma discoteca na capital.
      Somália: Insureição islâmica pelo grupo Al-Shabaab, que controla a metade do país.
      Iêmen: Insureição islâmica. Repressão feroz. Crise /chiite sunita.
      Tailândia: Insureição islâmica liderada por jihadistas de grupos islâmicos contra o poder estabelecido.
      Filipinas: Insureição islâmica realizada hoje em parte pelo grupo islâmico armado-Abu Sayyaf, perto de Al-Qaeda. Massacre em 28 de Julho último de 21 muçulmanos, incluindo 1 criança.
      China: Insureição islâmica do movimento islâmico do Turquestão oriental, proximos de Al-Qaeda. Ataques em agosto de 2014: 100 mortos.

      1. Para compreender ainda mais a situação e rir um pouco busquem o video de Samia Orosemane no Youtube. Samia, com seu véu ( um hijad) e muita dignidade diz mais ou menos o seguinte: Ja é tão dificil ser muçulmano na Europa, vocês djadistas, “fachistas”, … e todos os istas que resolvem fazer loucuras por ai dizendo ser muçulmanos, por favor escolham outra religião. ( merci de choisir une autre religion)
        Ela é otima!

  3. “Ulala”
    Só conseguir ler hoje seu post do dia 21, mas estou feliz com o fechamento de um assunto tão avassalador! Parabéns Silvia, o que escreveu é exatamente o que sinto, está ótimo e dado, se me permite, o nosso recado.
    Tenho um carinho especial por este lugar e pelos assuntos que aborda!
    E vamos aproveitar esta liquidação que agora é o que importa!
    Un petit câlin com um toque brasileiro pra vc!!

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