Já há algum tempo abandonei a crença de que o espaço de aprendizado é a sala de aula. Pode até ser que durante os encontros em sala os alunos aprendam alguma coisa, mas me convenci que meu espaço de atuação e troca é virtual, estabelecido pura e simplesmente pela existência de alunos que estejam dispostos a receber informações filtradas por mim e comentá-las a qualquer momento.
Por enquanto, usamos as redes sociais. Notadamente o Facebook, mas há interações via Twitter, Instagram, Snapchat e logo mais Periscope. Isso se eu conseguir aprender a tempo, antes que apareça algo novo.
Na “sala de aula” virtual, todo mundo tem a liberdade de questionar, emitir opiniões e fazer piada. Sempre. Não me importo, e raramente me ofendo.
Eis que então a esposa do senhor ministro faz ensaio fotográfico no gabinete. Foi questão de minutos para que várias pessoas começassem a mandar links e perguntas sobre o quanto aquilo era bom ou ruim para o Turismo. Por algum tempo consegui me divertir rindo da minha própria cara de brasileira feita de tonta. Mais uma vez.
Depois foi ficando doído. Incômodo, pesado. Ofendem a mulher, ofendem suas escolhas, rotulam o ministro, desenterram suas histórias, fazem comparações estapafúrdias para cair em um maniqueísmo cansativo que não termina, simplesmente.
E ao tentar explicar para os alunos qual era o problema, conclui, mais uma vez – o que temos, como área, é um sério problema de imagem. “Não basta ser sério, tem que parecer sério” deveria ser o tema número 1 nas lições sobre trabalhar em turismo.
Nem me arvoro a comentar o que se passa fora do ambiente da universidade (ou melhor, comento mas não publico…) – mas entre alunos você nota a falta de seriedade na escolha da roupa, do cabelo, das palavras, dos discursos, da postura, de um jeito de ser. Um refrigerante já tentou explicar – imagem é tudo. Especialmente quando você ainda não tem uma reputação na qual se fiar.
Só deixaremos de ser alvo de piadas quando passarmos a agir de forma séria. O ministro de turismo que está lá, ainda que temporariamente, representa muito o turismo brasileiro. As fotos, as declarações, as piadas e tudo mais, com tudo de ruim que isso significa.
É muito difícil ensinar alguém a ser sério e a parecer sério. Mas é preciso tentar.
E repito – precisamos continuar buscando por melhores representantes. Vamos deixar as piadas para os memes de internet.
Falou e disse! Cada vez que leio seus textos penso o quão distante estamos da seriedade no Turismo. Educação, imagem, trabalho árduo e pautado em resultados.
Já que não podemos voltar a 1500, que divulguemos essas análises maciçamente para que virem a nossa verdade e sejamos reconhecidos – e parecidos – com aquilo que realmente merecemos ser. E as redes sociais também podem nos ajudar nisso.
Eu compartilho!
🙂