Código inútil

Cartões de crédito possuem no verso um código numérico de segurança. As administradoras dos cartões de crédito afirmam que ele “garante a veracidade dos dados de uma transação eletrônica, uma vez que a informação é verificada somente pelo portador do cartão e não consta em nenhum tipo de leitura magnética”.

O código de segurança dos cartões Visa / MasterCard / Diners está localizado no verso do cartão e corresponde aos três últimos dígitos da faixa numérica. O código de segurança está localizado na parte frontal do cartão American Express e corresponde aos quatro dígitos localizados do lado direito acima da faixa numérica do cartão.

Segundo essas empresas, o código de segurança do cartão fornece uma medida de segurança adicional para impedir o mau uso do cartão dentro de transações online (o código de segurança do cartão também é conhecido como Valor de verificação do cartão).

Por tudo isso, quando a agência de viagens insere o código de segurança do cartão de crédito de seu cliente no campo correspondente para emitir uma ou mais passagens aéreas, ele, em tese, pressupõe que a administradora responsável pela respectiva bandeira vai conferir e validar os dados para aprovar o não a compra.

Uma vez aprovado, ela, empresa do cartão de crédito passa a ser avalista do crédito, certo? Não. Na prática a teoria é outra. Em caso de irregularidades, as companhias aéreas ficam sem receber o valor devido e, por isso, penalizam as agências de viagens com a cobrança do valor total.

Isso é justo? Como evitar que as agências de viagens sejam penalizadas? A falta de integração sistêmica segura entre algumas companhias aéreas e os cartões de crédito aumenta de tal maneira a freqüência de “chargeback*” que é melhor não vender os TKTs.

Tem gente grande no mercado de OTA que já fez as contas e decidiu suspender as vendas de passagens de algumas empresas aéreas. “Àquelas que não dispõem de sistemas capazes de dar sentido ao código, que deveria ser de segurança, mas, na realidade, é inútil” é o argumento.

Alternativas sugeridas *(http://www.cursodeecommerce.com.br/blog/chargeback/) em cursos sobre e-commerce na Internet geram custos complementares que, do mesmo modo, recaem sob os ombros das agências de viagens. Para que a Abracorp possa fortalecer as ações que tem desenvolvidos no sentido de reparar esses erros, solicitamos a sua cooperação, leitor.

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19 thoughts on “Código inútil

  1. É verdade Sr. Edmar, acredito que hoje em dia é obrigatório as operadoras e OTA´s e até as cias aéreas manter um departamento de análise de crédito para todas as operações de pagamento, devido a essa realidade. Um mal necessário que minimiza as perdas nesse sentido. Quando na verdade, são as adm de cartão que deveriam se responsabilizar pelo mau uso e analisar as responsabilidades nos casos de fraude, podendo o dono do cartão ser responsabilizado pelos gastos caso seja provada negligência no uso do mesmo não comunicar a perda ou roubo. É um assunto muito difícil. Sem falar na vulnerabilidade de ação de hackers.

    1. Olá, Vinicius:
      Agradeço sua participação e o seu comentário. Concordo: as administradoras dos cartão de crédito devem assumir suas responsabilidades.
      Abraços,
      Edmar Bull

  2. Boa noite Edmar! Que a ABRACORP e mercado conte com o nosso apoio!
    * Muitos contratos realmente possuem cláusula ‘impositiva’ à agência de turismo no sentido de ser responsável ‘ilimitada’ mesmo quando as operações ocorreram regulares… Portanto, mais que na hora de brigar por tais cláusulas!
    * E já existem decisões judiciais que entendem ser o cartão, a bandeira, a instituição financeira, responsável em tais situações! Entretanto, o processo precisa ser ‘detalhado e esclarecido’ para que os N. Julgadores entendam a operação!
    Abraço.

  3. Caro Edmar
    bom dia
    Grande e importantissimo tema esse seu blog, vamos de uma vez por todas DESMISTIFICAR essa balela de palavra CODIGO DE SEGURANÇA de Cartões de Crédito, se houver algo seguro nessas transações, confesso que não é para as AGENCIAS DE VIAGEM que utilizam essa ferramenta para suas transações, e na minha opinião a isso dou o nome de CODIGO DE INSEGURANÇA.
    Todo e qualquer fornecedor; cias.aéreas, hotelaria, locadoras sem nenhum critério justo, quando há inconsistencia, o canal mais facil é DEBITAR A AGENCIA.
    As proprias administradoras de cartões, não praticam de forma justa e coerente essas transações, mesmo que todos os tramites tenham sido feitos de forma correta.
    São inumeras as inconsistencias praticadas atualmente no nosso mercado, que visam a penalizar as AGENCIAS DE VIAGENS, já não bastassem os pifios resultados de receitas, os riscos que assumimos por dar crédito a empresas, ainda estamos enfrentando estrangulamentos nos prazos que nossos fornecedores vem praticando, já não basta das cias. aéreas (em media 10 relatorios mensais), os HOTEIS estão gradativamente diminuindo ainda mais os prazos de pagamentos, e com envio de faturas, quase que VENCIDAS quando chegam a nós.
    Não vou me cansar, de espernear e reclamar nesses procedimentos, algo deve ser feito, e com URGENCIA, pois nesse passo garanto a voces, muitos não aguentarão permanecer.
    Tenha (se possivel) um otimo dia

    1. Olá, Rocco:
      Bom dia. É de fato uma contradição inaceitável. As administradoras de cartão de crédito analisam e concedem o crédito. São elas também que criam o códiogo de segurança, que só faz gerar insegurança e inaceitáveis prejuízos.
      Abraços,
      Edmar Bull

  4. Bom dia Edmar
    Esse tema é controverso desde o tempo que trabalhava na consolidação, lembro das assinaturas em arquivo e as regras passadas as agências sobre a documentação do portador do cartão e do desgaste junto as mesmas para cobrar o bilhete.
    Infelizmente a fraude existe aqui e em outros lugares, até no exterior nossos cartões são clonados, ainda temos a famosa lei de Gerson, onde todos querem levar vantagem.
    Voltando ao tema, nós agentes de viagens, somos responsáveis até pelos produtos de pagamento, apesar de não participarmos dos lucros gerados pelo processo.
    Uma solução seria que as administradoras disponibilizassem uma ferramenta de validação e verificação de autenticidade dos cartões, e não somente uma autorização eletrônica, pois mesmo emitindo pelo sistema ainda estamos sujeitos a arcar financeiramente se houver fraude.
    Abs
    Eduardo

  5. Boa tarde Edmar !
    No caso de emissão de e-tickets as consultas de aprovação que somos obrigados a fazer pelo GDS, não é solicitado o código de segurança. Apenas nº do cartão e validade. Quando ocorre o famigerado “chargeback” , somos obrigados a informar cópia do cartão frente e verso/cópia do RG ou passaporte onde seja possível confrontar assinatura, autorização de débito e a cópia do e-ticket. Se a compra for para terceiros isto tudo acima não vale nada. Nós agentes, somos os avalistas garantidores dos cartões perante as Cias. Aéreas.

    1. Olá, Geraldo:
      Boa tarde!Agradeço a sua participação e o seu depoimento. Você está repleto de razão. As agências de viagens vivem essa inaceitável fragilidade.
      Abraços,
      Edmar Bull

  6. Edmar, você bem sabe que já sofremos muito com cartões clonados. É mais ou menos assim: a agência consulta o cartão do cliente, passa todos os dados solicitados e recebe da Administradora o código da aprovação. Completa a venda e após alguns dias recebe “a porrada”: A Companhia Aérea simplesmente debita o valor que o tal cartão “aprovado” não honrou! E as agências de viagens que se explodam (para não dizer outro verbo)! Até quando tudo continuará esplodindo nas nossas costas? Adoraria que a justiça fosse feita nesse país de corruptos! Mas o bom senso e a razão são objetivos inatingíveis para as pessoas de bem! Mas como não sabemos praticar safadezas, só nos resta manter a esperança de que um dia a razão e a justiça vençam, para o bem geral das pessoas sérias e certamente para o bem da “nação do jeitinho”! Tenho quase certeza que não vou presenciar “esse milagre”! Abraço a você e continue a bater de frente contra os desmandos, contra as agências corruptas (e seus corrupotores) e contra a picaretagem generalizada que invadiu o nosso mercado. Boa sorte!

    1. Olá, Mauro:
      Antes de qualquer comentário, registro meus sinceros agradecimentos ao prestígio da sua audiência e por sua participação sempre esclarecedora e contundente. Faço apenas uma ressalva: o seu depoimento só faz renovar a esperança por dias melhores. O mercado de viagens e turismo requer o engajamento das lideranças do bem, como você. Forte abraço!
      Edmar Bull

  7. Caro Edmar,
    Mais um post que mostra o retrato da vulnerabilidade e do risco do nosso negócio. Risco, mais risco e risco…
    Porque não aplicar na Bolsa de Valores? Mais seguro não?
    Continue nos ajudando Edmar, batalhando por uma maioria de pequenas e médias agências, sem contar aquelas que infelizmente não tiveram tempo de viver esse momento. Mas até quando seremos a parte fraca?
    Certamente uma resposta que todos aqui gostariam de ouvir, mas…
    Abraço e contamos com você!
    Glauco Rocha

    1. Olá, Glauco:
      O engajamento de todos, certamente, contribui para encontrarmos alternativas capazes de minimizar a vulnerabilidade das agências de viagens e nos aproximar de respostas a questões como essa, que demandam a nossa crescente união de forças. Grato por sua participação!
      Abraços,
      Edmar Bull

  8. Prezado Edmar,
    Realmente esse código não serve para nada, nada. Nos agentes ganhamos muito até mesmo para contribuir com os altos lucros das administradoras de cartões. Já existe jurisprudência, onde a administradora e responsável por prejuízos causados a terceiros pela invenção do produto CARTÃO DE CREDITO, mas não e fácil brigar com eles. Por outro lado também as cias aéreas não se preocupam muito em ter mais segurança em seus sites, pois se ocorrer o chargeback, basta debitar na conta da agencia. Administradoras e demais fornecedores nos agentes estamos disponíveis através da Abracorp, Abav para debatermos o assunto para que tenhamos resultados para todos do Trade. Abraços

    1. Olá, Carlos:
      Considero que você está repleto de razão. A nossa capacidade de organização e de mobilização associativa constituem a medida da força necessária para o enfrentamento e a superação das dificuldades. Por isso, o envolvimento e a participação de todos no debate é fundamental. Grato por sua constante audiência.
      Abraços,
      Edmar Bul

  9. Amigo edmar!
    não é só isso. A grande questao são os dinossauros nas “maiores” entidades que “representam”os agentes de viagens (ainda to procurando o que eles representam) que ficam nessas associaçoes que sao sopas de letrinhas (sem citar nomes) exceto vossa associaçao que em breve farei parte (rezando e muito), Entao essas entidades nao fazem absolutamente nada para realmente defender o agente de viagens, somos infelizmente muitos mas sozinhos. deveriamos sim termos uma entidade que com toda força do agente de viagens exigir nossa segurança para o trabalho, exigir de cias aereas assumir as verdadeiras responsabilidades, e deixar de serem amadoras e ver sim agente de viagem como ponto de venda nao concorrente (algo que nao consigo ate hoje acreditar que as cias aereas tem tantos diretores, mas tao “abelhas operarias”e nao cabeças pensantes, sera que tem em cia aerea ?

    1. Olá, Carlos:
      Ótima a sua observação, que só faz reforçar a insegurança vigente. Aliás, é preciso definir limites também para o leque de problemas relacionados ao tema.
      Abraços,
      Edmar Bull

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