Me engana…

… que eu não gosto. O Terminal de Passageiros 3 (TPS3) foi inaugurado às vésperas da Copa do Mundo e opera em fase experimental atendendo apenas passageiros das cias aéreas Lufthansa, Swiss Airlines e TAP. Na segunda fase, a partir do dia 18 de maio, o novo espaço prevê receber também os passageiros que desembarcarão dos voos da Air China e Air Canada, para somente a partir do dia 25 de maio atender à demanda da Emirates, Turkish Airlines e United Airlines.

Na soma, as oito companhias aéreas representam 25% dos voos internacionais em Cumbica e, somente a partir de setembro, pós-Copa, o TPS3 estará em “condições” de receber passageiros de 21 empresas aéreas. Ou seja: faz de conta que a promessa de melhorar a infraestrutura aeroportuária no país foi cumprida.

Entretanto, o principal hub da rede Infraero está longe de atender às reais necessidades do setor. Além de ser insuficiente, no que diz respeito à sua principal razão de existir, muitos dos espaços do TPS3 destinados ao comércio e alimentação (108 lojas) não ficaram prontos. Pior, o terminal ainda não terá equipamentos para despacho de bagagens, sistema eletrônico de bagagens e os dois hotéis também prometidos, sendo um dentro do TPS3 e outro externo. A previsão, agora, é que o hotel interno abrirá em 2015 e o externo apenas em 2016.

Enquanto isso, segundo a GRU Airport, todos os equipamentos e tecnologias atenderão “com eficiência e qualidade” os passageiros no começo da operação. Porém, contra os fatos não existem argumentos. A demora na entrega das bagagens marcou o primeiro dia de operação do terminal no domingo (11/05).

De acordo com informações publicadas pela Folha de S. Paulo na segunda-feira (12/05), a concessionária que administra o aeroporto disse que a falha ocorreu em dois dos quatro voos que utilizaram o novo terminal: um da Lufthansa, vindo de Frankfurt (Alemanha), e outro da TAP, de Lisboa (Portugal). Passageiros relataram ao jornal ter esperado mais de uma hora para pegar a bagagem na esteira, sendo que o padrão aceitável é de 18 a 35 minutos; houve problemas de oscilação do sinal de celular e falta de bancos nas áreas públicas.

Abordamos neste post só um dos vários aspectos que pautam a realização do megaevento no Brasil, sem falar das mazelas relacionadas à mobilidade urbana e falta de investimentos em capacitação profissional, entre outros aspectos de interesse dos profissionais que atuam no setor de viagens e turismo. Contudo, é certo que os transtornos causados pelo atraso nas obras aeroportuárias prejudicam além da imagem do destino Brasil junto aos torcedores estrangeiros que desembarcarão no TPS3. Aliás, atrapalham mais do que ajudam a todos nós.

Edmar Bull

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10 thoughts on “Me engana…

  1. Me desculpe mas minha opinião é totalmente contraria. Em primeiro lugar o governo federal só liberou as concessões na ultima hora, sendo que a concessionária fez MILAGRE em construir um novo terminal do zero em 18meses, algo que a infraero estatal era pra ter construido desde os anos 90 ou seja 24 anos atrás. Não tem hotel, não tem lojas ainda abertas (não é responsabilidade da GRU Airport se o locatário ainda não deixou tudo pronto) e o mais importante, não é algo facil transferir todos os equipamentos, escritorios etc para um novo terminal da noite para o dia ainda mais de cias aéreas como a AA que tem quase 8 voos diários. O novo terminal sim ta fazendo a diferença e sim mesmo não trabalhando com todas as cias aéreas nos iremos sentir diferença um espaço maior nos dois antigos terminais. Sobre a bagagem a imprensa não mencionou que nos voos seguintes que foram o da LH de Munich, da LX e da TP as bagagens sairam rapido. O terminal não é responsavel pela retirada da aeronave e da entrega delas até a infra-estrutura dela, isso pertence à cia aérea totalmente.

    1. Olá, Stelios:
      Acreditávamos que as obras em curso estariam concluída para a Copa do Mundo, entretanto somente a partir de setembro outras 25 companhias aéreas também entrarão em operação no novo Terminal de Passageiros TPS3. Ou seja: durante o megaevento tudo ficará igual como antes. Porém, com o agravante da continuidade das obras que causam transtornos.
      Abraços,
      Edmar Bull

  2. Edmar, Bom dia, como nos demais aeroportos pelo Brasil afora, esta cena deve estar se repetindo, mas neste caso como uma obra, com padrão FIFA, que foi idealizada para atender a COPA, não estará com a sua capacidade disponível para os viajantes ? António.

    1. Olá, António:
      Bom dia! Até a Copa do Mundo, mais oito empresas terão se transferido, o que representa 25% dos voos internacionais de Guarulhos. Após a transição, 80% dos voos internacionais serão atendidos pelo novo terminal. O padrão FIFA, como ficou consagrado pela mídia, pressupõe planejamento, organização e execução com excelência de qualidade. Atributos que pouco ganharam consequências práticas, sob a ótica do desenvolvimento sustentável do mercado de viagens e turismo no Brasil.
      Abraços,
      Edmar Bull

  3. Sem querer defender o que possa estar faltando ou sem funcionar no TPS 3/GRU (e que precisa ser ativado ou consertado, é claro!), é importante saber que a iniciativa privada realizou, em um ano e nove meses, o que a Infraero não fez — por falta de vontade, de prioridade ou planejamento inadequado — desde antes de 2007, quando deveria ter sido inaugurado esse terminal, de acordo com o projeto anterior. Nesse longo espaço de tempo (desde a inauguração do TPS 2, ainda na década de 90, até 2012), GRU recebeu apenas alguns melhoramentos, como a reforma de TPS 1, a construção de TPS 4 (provisório que se tornou definitivo!) e a extensão de pistas de decolagem e de táxi, com os quais a estatal tentou driblar a necessidade de ampliar o maior e mais importante Aept do País. A construção da 3ª pista, entretanto, ficou no projeto, se não na vontade! Minha opinião é de que a concessionária agiu corretamente ao projetar e construir MEIO TPS 3 para a Copa — melhor que TPS 3 inteiro para bem depois da Copa! Para isso, deve ter batido recordes para cumprir o prazo exíguo, que não admitia Plano B. A modelagem de inauguração — duas a três Cias recebidas a cada domingo — é, creio eu, excelente para corrigir falhas que normalmente ocorrem nas construções novas. Lembrar ainda que, após o funcionamento integral de TPS 3, os TPS 1 e 2 sofrerão reengenharia, representando uma melhora geral de GRU.

    1. Olá, Olavo:
      Estamos de acordo, especialmente quanto ao longo espaço de tempo para a adoção de medidas urgentes, anunciadas há vários anos e que não foram executadas, a exemplo da própria liberação das concessões feitas somente de última hora.
      Abraços,
      Edmar Bull

      1. Caro Edmar: apenas atualizando as informações, dois dias após o início de atividades, a imprensa noticiou ontem que a entrega do Terminal 3 representou o fim do primeiro ciclo de grandes obras no aeroporto de Guarulhos. São 192 mil metros quadrados de área construída, com capacidade de atender 12 milhões de passageiros ao ano (crescimento de 44%). Quando a construção toda estiver terminada, 25 companhias aéreas vão operar no Terminal 3, com 26 portões de embarque. Todo em vidro, o novo terminal prioriza a iluminação natural e adota conceitos sustentáveis, como o reuso de água de chuva nas descargas dos banheiros. Com áreas amplas para a circulação de passageiros, conta no embarque com três ilhas de balcões de check-in e, no desembarque, com sete carrosséis de esteiras inclinadas, com capacidade para fazer a entrega de 5.500 malas. Das 108 lojas que funcionarão no novo terminal, 52 já estão em operação. O Terminal 3 está conectado com o Terminal 2 através de esteiras rolantes. Quanto aos hotéis, não acho que sejam os itens mais importantes, numa primeira etapa.

        1. Olá, Olavo:
          Agradeço sua participação e suas informações, que reiteram os avanços importantes realizados a partir das mudanças que deveriam ter sido antecipadas pelo governo para garantir a conclusão das obras antes do início da Copa, como prometido.
          Abraços,
          Edmar Bull

  4. Prezado Edmar,
    Sou gestora de viagens e os Executivos Vips são definidos pelo cargo registrado no RH limitando-se a 8 executivos. Se fossemos considerar VIPs pela denominação que os executivos utilizam comercialmente, teriam mais de 30 VIPs. Em resumo, quero dizer que a denominação de VIP deve ser definida de dorma que todos do trade falem a mesma linguagem.

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