O transtorno bipolar no Turismo*

Primeiro afirmam que somos muitos importantes, nos consideram como seus parceiros. Depois, garantem que sofrem a pressão do mercado, que impõe como tendência um simbólico ato de infidelidade, mas logo argumentam: “nada que possa comprometer a força do relacionamento que nos une em busca de um objetivo comum”. Com o passar dos anos, entre um e outro flerte, muitos preferem manter o mesmo discurso e continuam apostando na mesma prática. Refiro-me à venda direta no setor de viagens e turismo.

É certo que alguns fornecedores já arriscaram mudar o discurso e passam a defender a tese de que são obrigados a adotar múltiplos canais de venda para garantir a competitividade das suas políticas comerciais. Alegam: já que a concorrência pratica a venda direta, também é inevitável que façamos o mesmo.

Uma atitude iniciada pelas companhias aéreas internacionais, seguida das de bandeira e que é adotada pela hotelaria, locadoras e, absurdamente, também pelo Ministério do Planejamento do Brasil – e, pior, logo após ter sido aprovada no Congresso Nacional uma lei regulamentando a atividade das agências de viagens em nosso país.

Entretanto, é curioso observar que em cenários de retração da demanda, todos eles mudam radicalmente de humor e voltam a bater na porta das agências de viagens clamando por apoio. Enquanto isso, seguradoras prestigiam corretoras; montadoras, concessionárias; laboratórios, consultórios médicos, dentários e farmácias, etc.

De acordo com os especialistas na matéria, os principais objetivos do tratamento são: evitar a alternância entre as fases, a necessidade de hospitalização e ajudar o paciente a agir da melhor maneira possível entre os episódios, impedindo comportamento autodestrutivo e suicídio.

Edmar Bull
PS. – * Alguns sintomas de quem sofre os transtornos da doença bipolar:
Interpretação errada de acontecimentos;
Irritação com pequenas coisas, levando a comentários banais;
Aumento de interesse em diversas atividades;
Despesas excessivas, dívidas e ofertas exageradas;
Grandiosidade, aumento do amor próprio;
A pessoa pode sentir-se melhor e mais poderosa do que toda gente;
entre outros…

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14 thoughts on “O transtorno bipolar no Turismo*

  1. Boa tarde Edmar,
    Parabéns pelo seu post, seria muito mais ético se estes que se dizem parceiros, partissem para o mercado diretamente, e se esquecessem de nossa força de distribuição, pois assim poderíamos apoiar muito mais quem acredita em nosso trabalho.
    Um grande abraço
    William J. Périco

  2. Gde Edmar,
    Eu parto do principio que o discurso de alguns destoa da realidade, deixando de lado ou dentro da gaveta a transparência no posicionamento.
    Prefiro apostar na parceria e na construção do relacionamento, de modo que um ajude o outro a ganhar espaço.
    Parabéns pelo post e pela transparecia com as palavras e injeção de realidade em alguns.
    abraço.

    1. Olá, Marcio:
      Agradeço sua audiência e seu apoio. De fato, apostar na parceria e na construção do relacionamento, pressupõe reciprocidade que resulta em ganho para todos.
      Abraços,
      Edmar Bull

  3. Prezado Edmar,
    Parabéns pelo seu post. Há uma dificuldade muito grande por parte dos fornecedores de entender que é muito mais barato o canal de venda terceirizado (as agências) do que próprios. Em um país com alto custo trabalhista, impostos absurdos, fora o alto custo operacional. Na ponta do lápis me arrisco a dizer que custamos menos da metade.
    Quanto ao Ministério do Planejamento que é o que mais vivencio, chega a beirar o absurdo! Ao invés de haver um controle mais rigido (que sim, é necessário) se retiram as agências e se compra direto com o antigo “cartão corporativo” e o pior … a mesma pessoa que compra as passagens, confere e atesta as faturas, sem falar de todas as regras licitatórias que foram esquecidas para que pudesse se tornar possível. Mas como todo bom brasileiro continuo acreditando em uma mudança.

    1. Olá, Alexandre:
      Agradeço sua audiência, seu apoio e compartilho o mesmo desejo de mudança, em nome da qual atuamos com firmeza de propósito.
      Suas suas palavras renovam a força da nossa união.
      Abraços,
      Edmar Bull

  4. Existem duas importantes frentes no setor de agenciamento.
    Uma delas é o mercado fornecedor, a outra os clientes finais.
    Depositar grande esforço em prol do relacionamento com o primeiro é uma estratégia arriscada.
    Ao fazê-lo com o cliente não interessa quem chega ou quem sai na outra ponta, você jamais será “traído”. Não pela “bondade” ou “ética” alheia, mas pela força do que representa!
    Minha sugestão é essa! Focar mais no cliente e menos nas relações entre fornecedores.

    1. Olá, Bruno:
      Agradeço sua audiência, seu apoio e suas considerações. Os esforços investidos no relacionamento com os fornecedores, certamente, devem estar sempre pautados na busca constante pela satisfação das necessidades e superação das expectativas dos nossos clientes.
      Abraços,
      Edmar Bull

  5. Edmar:
    Estou há 30 anos no mercado, e sempre existiu esse vai e vem das cias aéreas conosco, sempre, com um braço , nos abraçando e, com outro, nos empurrando.
    Não se trata de novidade o que você relatou, mas sempre muito bom colocar que estamos cientes do jogo, e colocando claramente que de bobo não temos nada.
    Forte abraço,
    Alvaro Tunis Soares- Overseas Turismo

  6. Caro Edmar,
    Os comportamentos bipolares, a falta de profissionalismo, a falta de ética, a falta cooperativismo entre outros, é o que vive o mercado…mas hoje além do governo com seu desgoverno, um monte de gente que do dia para noite acha que descobriu a pólvora, tem as companhias aéreas que nunca foram parceiras dos agentes, foi ela quem trabalhou junto ao governo para excluir as agências, e que não venham dizer que foram obrigadas porque não foram não.E este comportamento se chama falta de parceria.
    Abraço,
    Rose Larrat

    1. Olá, Rose:
      Agradeço sua participação e seu depoimento.
      Seu comentário, aliás, foi inspirador do novo post: “Compra direta é efeito colateral”.
      Abraço,
      Edmar Bull

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