O que virá?

Em tempos de mudanças de governos, temos percebido em nossas andanças, já há algum tempo, uma transformação na atuação dos atores públicos e nos empresários de turismo do Brasil. A sensação é de que os governos (federal, estadual ou municipal) estão cada vez menos atuantes no campo do turismo. Por uma lado há a junção da pasta com outros setores como cultura, esportes, e até cidades; por outro, diante dos déficits fiscais, há a diminuição de orçamentos dedicados ao setor. E percebemos, ainda, casos de indicação partidária com perfis totalmente inadequados para o turismo.

Nesse cenário, como fica a atuação do setor privado e das entidades de turismo? Todos em xeque. Com a dependência histórica das verbas, e das atuações descontínuas dos governos, os empresários ainda não encontraram um caminho de atuação independente e forte. Não há ações conjuntas numa indústria já fragmentada por natureza; há, muitas vezes, entidades com pouca representatividade e que não inovam na forma de fazer o associativo.

Queremos ser uma indústria forte? Queremos fazer lobby? Fica a minha reflexão, na torcida para que empresários do turismo brasileiro, dos diversos segmentos, possam liderar mais os processos ligados à promoção e comercialização de produtos e destinos turísticos.

 

Resiliência

O tema do IRRF e da união das entidades de turismo está em todas as conversas, posts e comentários dos profissionais do setor. Hoje o colega Cássio colabora ainda mais para essa reflexão, falando da importância da união e da valorização do setor em seu post Valorizando.

Cássio, em 2015, com todos os desafios do setor aéreo e da indústria de viagens e turismo, vimos a capacidade de resistência dessa atividade econômica. Vimos que o cenário cambial fez os brasileiros viajarem mais no Brasil, mas também para o exterior, mesmo com a redução de gastos. O debate em torno do IRRF não é somente para não penalizar o setor, mas para mostrar sua importância econômica e sua capacidade de movimentar a economia, manter empregos e a sanidade das empresas.

Os desafios da economia e da política em 2016 nos colocam ainda mais no rumo da unidade, seja para trabalhar as demandas do setor junto ao governo federal, seja para a elaboração e realização de estratégias conjuntas para o melhor conhecimento da atividade ou no marketing nacional e internacional. Temos procurado fazer isso entre estados e empresários no nordeste. Concordo com o Cássio, ou nos unimos ou….

Turismo vai fazer lobby?

O post publicado semana passada por Artur Andrade Turismo não tem lobby traz reflexões muito importantes para a indústria de viagens e turismo do Brasil. Tratando do tema dos impostos sobre remessas ao exterior e de como as lideranças do setor estão lidando com o assunto, Artur faz comentários sobre a necessidade da indústria entender melhor o que quer, de tratar dos temas comuns ao setor de forma unificada e não fragmentada, da estratégia e de assuntos que valem a reflexão.

Dentre os temas levantados, creio que dois me chamam mais a atenção, e um que eu gostaria, de acrescentar à lista. Primeiro da necessidade de ações concretas rumo à defesa dos interesses da indústria de forma permanente e profissional. Só se consegue estar junto na hora que surge um problema pontual, ou que a conjuntura muda; existe claramente a necessidade de reunir as principais lideranças de definir uma estratégia que possa tratar os temas do setor a longo prazo, com profissionalismo e continuidade. O segundo tema que me chama a atenção é que essas estratégias busquem tratar o turismo em seu conjunto, considerando todos os segmentos e consiga estar acima dos interesses corporativos ( e legítimos ) de cada entidade. Por último, volto a um tema recorrente, que me permito acrescentar à reflexão a que me refiro, mostrar o que é o turismo para o desenvolvimento do país e sensibilizar gestores públicos e parlamentares exige dados, números, avaliações, convencimento, ou seja, lobby no sentido da defesa dos interesses do setor. O setor organizado, com estratégia e profissionalismo poderá repetir seus mantras: empregos, investimentos, divisas, capacidade de enfrentar a crise.

Vamos ressuscitar a liderança ?

Estou lendo um livro que se chama A liderança está morta (Jeremie Kubicek). Adoro livros sobre o tema, e este me chamou a atenção por causa do título. Liguei isso ao evento que ocorreu na abertura do Fórum Panrotas 2014 quando as entidades entregaram ao Ministro Vinicius Lages um documento com suas demandas e dados que mostram a importância da indústria de viagens e turismo para o Brasil.

Meu debate é em torno da pergunta: que lideranças queremos no turismo? Nas entidades e organizações do setor privado ?

As grandes transformações por que passa o setor de turismo em nosso país e no planeta exigem que as entidades também mudem, se renovem. E para isso acontecer precisamos de líderes. Homens e mulheres, jovens, não de idade, mas de idéias, de espírito aberto para representar seus segmentos de mercado e não somente para se dizer que é Presidente da A…

Precisamos de líderes empresariais que conheçam e exerçam os compromissos de sua categoria, que liderem com a razão e com o coração, que estejam acima das vaidades e apresentem resultados. Líderes que renovem suas associações, que permitem que outras lideranças assumam sua entidade. Precisamos urgente de líderes que exerçam INFLUÊNCIA, baseada em dados, números, estudos, demandas organizadas. Líderes que pensam e agem com visão global do turismo, além de suas demandas específicas.

Precisamos de líderes que aceitem a diversidade, todas as diversidades, inclusive de opinião. Líderes de uma indústria que gera empregos, traz empregos e investimentos e que precisa se colocar como importante fator de desenvolvimento econômico e social do Brasil.

Nós somos esses líderes ?