Hall L, a nova sala VIP da Air France em Charles de Gaulle (Paris)

Mesas individuais, muitas tomadas e espaços abertos marcam o Business Lounge da Air France em CDG (Divulgação/Air France)

O blog vai sofrer uma realocação momentânea e isso pede um post sobre idas e vindas. A questão é que essa semana eu voltei para o Brasil, onde vou passar os últimos meses do ano, e, por conta disso, aproveitei para escrever sobre minha viagem de retorno a bordo da Air France. Para quem se acostumou a acompanhar a trajetória do Viajante 3.0 desde seu início, lá em março, não se preocupe que o blog continuará sendo alimentado com minhas experiências internacionais, sejam na Europa ou nos Estados Unidos, principalmente (mas não exclusivamente).

Neste texto vou falar de uma área dos aeroportos que é familiar para alguns e uma realidade desejada por muitos: as Salas VIP. Vocês já leram alguma coisa aqui sobre as conexões da Air France-KLM em seus principais hubs europeus, Paris e Amsterdã, respectivamente. Justamente por ter parado em Paris, no Aeroporto Charles de Gaulle, que nasceu esse texto. Estive lá por algumas horas, conheci o novíssimo lounge da Air France no Hall L (terminal 2E) e mostro aqui todos os detalhes.

Comida é trocada constantemente no buffet

Ao todo, a Air France possui sete lounges espalhados pelos diversos terminais do maior aeroporto da capital francesa. O Business Lounge do Hall L foi inaugurado em sua totalidade há menos de dois meses – as obras foram divididas em duas fases, a primeira aberta ao público em janeiro. Um produto novo, com o melhor em tecnologia e conforto que a companhia tinha à disposição, e desenhado para passageiros acostumados com viagens internacionais.

Bar Central

Para mim ficou claro desde o primeiro momento que o intuito da área é desligar o passageiro da jornada de ida/retorno. É criar ferramentas para transportá-lo para um espaço que ofereça toda a hospitalidade dos bons hotéis (ou de sua própria casa), sem interromper sua produtividade – que ela seja mantê-lo ligado a seus negócios, em contato com a família ou descansando para etapas futuras da viagem.

Isso se reflete no cuidado dos funcionários em enveredar sobre a tênue linha entre dar atenção e serviços necessários sem atrapalhar a vivência do passageiro na área. Por isso, o self-service tem tanto espaço, por exemplo. A excelente oferta gastronômica do lounge acontece em buffets, para que o hóspede fique livre para fazer seu prato quando quiser, na quantidade que quiser, quantas vezes quiser. O mesmo vale para as bebidas, disponíveis em geladeiras ou em baldes para as garrafas de vinhos e frisantes.

Se alguma dúvida surgir, além da equipe caminhando pelo salão e dos anfitriões na recepção, há uma espécie de mesa de concierges. Em geral, tudo é muito livre e intuitivo, sempre visando descomplicar a vida de quem passa por lá.

Cara de quem vai dormir gostoso

A minha experiência no lounge se baseou em duas coisas: comer e dormir. Com horas de sobra na conexão, não tive pressa alguma para experimentar as opções frias e quentes, tomar gim e vinho. Já levemente “relaxado”, me deitei em um dos divãs das mini-suites, que oferecem um espaço silencioso e de baixa iluminação, e me entreguei ao sono – não esqueçam de programar um alarme, perder o voo não é uma opção aqui.

Se eu quisesse, no entanto, havia muito mais para fazer. São 3,2 mil metros quadrados de área, espaço de sobra para um bar de coquetéis, “banca” com jornais e revistas globais, chuveiros, spa, espaço kids e mesas de reunião.

A capacidade máxima do lounge é de 540 pessoas. Tem entrada garantida os passageiros La Première, Business e membros Flying Blue da categoria Elite Plus. Mesmo assim, para quem voa Economy e Premium Economy, é possível acessar a área mediante a pagamento (€ 25 a € 45). Lembrando que a entrada paga é sujeita à disponibilidade, não ocorrendo nos horários de pico (em geral, nas noites com mais de três voos internacionais saindo do hall L).

Tela interativa informa passageiro sobre espaços no lounge

A Air France disponibilizou em seu canal de Youtube um tour 360º com todos os detalhes do lounge (veja abaixo). Não deixe de dar uma olhada nos últimos posts e acompanhe a jornada do Viajante 3.0 pela blogosfera da PANROTAS e também pela conta no Instagram.

Uma visita ao Estádio de Braga (e a memórias passadas)

Portugal e Tunísia jogam, em Braga, amistoso antes da Copa

Era 2004 e o Renato adolescente da época, fascinado por futebol como o Renato de hoje, assistia aos jogos da Eurocopa que, naquela edição, era realizada em Portugal. Para o torneio de seleções mais importante dos europeus (depois, é claro, da Copa do Mundo), novos estádios foram construídos e um em particular me chamou a atenção.

Nem sei dizer em qual das partidas eu me deparei com o Estádio Municipal de Braga pela primeira vez, mas ele era completamente diferente de tudo o que eu já havia visto. A parede rochosa que limita o campo em uma de suas pontas dava à arena um ar mundano, pra não dizer amador.

Em um primeiro momento, pela tevê, parecia que arquibancadas haviam sido levantadas em um campo qualquer, de bairro, como os que eu via em São Paulo – “só que eles estão jogando uma partida de Eurocopa!”, falava a minha cabeça confusa. Acho que foi exatamente essa sensação de proximidade, de enxergar aquilo como uma “várzea profissional europeia”, que me fez gostar tanto daquele estádio.

Eu pensava em como seria legal um dia assistir a um jogo lá. Meio que desejando algo que, quando paramos para raciocinar, não é assim tão prático. Daquelas coisas que nos tiram uma risada do rosto ao percebermos que estamos pensando em algo um tanto quanto esdrúxulo. Até porque, naquela época, o que raios eu sabia de Braga? (Aliás, por muito tempo, a cidade foi para mim “aquela do estádio nas rochas”).

De outro ângulo, a pedreira que apelida o estádio (Twitter/@selecaoportugal)

Quando me mudei para o Porto, que é a apenas uma hora de trem de Braga, estava na minha lista de obrigações uma visita à Pedreira, como é conhecido o estádio. Neste ponto eu já sabia que o projeto era do Eduardo Souto de Moura, premiadíssimo arquiteto português, e que a manutenção da parede de rochas era parte de uma estética que visa promover a interação entre o natural e o artificial.

Eis que a preparação da seleção portuguesa para a Copa do Mundo de 2018 parou em Braga. Um dos amistosos programados antes do torneio, contra a Tunísia, foi realizado nesta segunda-feira e, enfim, eu pude entrar e ver um jogo naquele “estádio lindo e estranho”. Presenciar uma partida nele foi tão bom quanto eu imaginava – ou mais, já que eu não fazia ideia de alguns detalhes, como o incrível pôr do sol que se vê na ponta oposta à do rochedo.

Não vai ter relato do jogo aqui no texto: a) porque Portugal só empatou com a Tunísia (2×2) e a partida não foi um primor técnico; b) porque, além do estádio, eu também queria ver Cristiano Ronaldo em campo e, vitorioso na Champions no último sábado, ele tava de folga; c) porque o blog é meu.

A “surpresa” ao sol se por em Braga

O motivo por eu ter escrito essas linhas é que, ontem, na saída do estádio, eu me peguei pensando que uma viagem não se restringe apenas a um deslocamento físico. Gosto da ideia de que há mais nas entrelinhas, que viajar é a possibilidade de acessar pensamentos e memórias antigas, como que em uma visita a um imaginário que já não mais existe – ou, melhor, um imaginário que ganhou formas mais precisas por agora ser acompanhado da experiência real de estar e viver o local um dia desejado.

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10 torneios: um calendário para unir esporte e viagem

Acredito que a esta altura do ano todo mundo sabe que, em breve, a Rússia sediará a edição 2018 da Copa do Mundo de futebol. Com os olhos de todos voltados para o país, a Europa como um todo quer tirar proveito dessa onda de turistas que deve visitar o continente entre junho e julho com um propósito: curtir o torneio esportivo mais importante do ano.

Unir férias à paixão esportiva é sonho de muitos e isso não deveria se limitar a mega eventos como Copa do Mundo e Olimpíadas. Em 2018, a programação de torneios com potencial turístico na Europa é incrível e o Viajante 3.0 resolveu preparar um calendário para você que tem passagem comprada para o Velho Continente em breve.

Até que não é má ideia aproveitar passagens por cidades como Londres, Paris, Berlim, e Moscou para apreciar os melhores do mundo em ação, independentemente do esporte em questão. Este calendário contém alguns torneios óbvios, aguardados por todos, mas alguns que podem servir de inspiração para viagens futuras. Confira abaixo:

Tour de Corse (Divulgação/FIA)

Rali mediterrâneo
O cenário e o clima mediterrâneo da ilha de Córsega por si só já valem uma visita. Entre 5 e 8 de abril, no entanto, a ilha francesa recebe uma das etapas do campeonato mundial de rali (Tour de Corse). Baseado em Bastia, a corrida possui 12 etapas que passam por estradas e vilarejos pitorescos da região.

Maratona de Londres (Divulgação/Virgin Money London Marathon)

Maratona da Rainha
Uma das mais tradicionais maratonas acontece anualmente em Londres. As ruas da capital inglesa se transformam com os mais de 40 mil corredores inscritos na competição, que corta a cidade desde Blackheath até The Mall. Em 2018, a corrida será realizada no dia 22 de abril – com a Sua Majestade, por um telão, dando a largada oficial.

UEFA Champions League (Divulgação/Федерація Футболу України)

Aquecimento para a Copa
O grande evento do universo do futebol este ano acontece na Rússia. Muito próximo de lá, no entanto, será disputada a partida mais importante antes da Copa. A três semanas do início do mundial, a capital da Ucrânia, Kiev, será sede da final da Liga dos Campeões (no dia 26 de maio). Os maiores clubes europeus (com os melhores atletas do esporte) prometem um bom aperitivo do que veremos nos gramados russos.

Roland Garros (Divulgação/Fédération Française de Tennis)

Terra batida em Paris
Muita coisa rola em Paris o ano todo. Mas para quem é fã de tênis, junho tem um significado especial: o torneio de Roland Garros. A Cidade Luz ganha novos ares com a disputa do Grand Slam no saibro (aquela terra batida), em uma competição que reúne os melhores tenistas da atualidade. Neste ano, as partidas acontecem entre 21 de maio e 10 de junho.

Seleção rumo ao hexa (CBF/Lucas Figueiredo)

Copa na Rússia
Talvez esse seja o grande motivo para que muita gente tenha escolhido a Europa para as férias de 2018. A oportunidade de conhecer um país tão rico histórica e culturalmente como a Rússia e ainda por cima acompanhar o maior evento esportivo do ano são ingredientes infalíveis. De 14 de junho a 15 de julho, o mundo vai parar para acompanhar a Copa do Mundo de futebol – e, se for possível, porque não ver tudo isso de perto?

Tour de France (Divulgação/Le Tour de France)

A França em uma bicicleta
O Tour de France é uma das competições mais importantes do ciclismo mundial, este ano realizado entre 7 e 29 de julho. A vantagem para quem visita o país e quer curtir a emoção da prova é que, com três semanas e 21 etapas, os competidores rodam quase que toda a França. No dia 29, Paris recebe a chegada triunfal dos ciclistas, uma boa data para estar pela Champs Elysées.

Sailing World Championships (Aarhus 2018/Mick Anderson)

Nas águas dinamarquesas
A baía de Aarhus, na Dinamarca, será a casa dos melhores velejadores do mundo entre 30 de julho e 12 de agosto. Lá será realizado o Campeonato Mundial de Vela de 2018, reunindo todas as 10 classes disputadas nas Olimpíadas. Se estiver de passagem pelo país nórdico no período, o torneio pode ser o convite que faltava para você conhecer uma nova região.

Fórmula 1 (Divulgação/FIA)

A elite do automobilismo
Como a Fórmula 1 roda por diversas cidades europeias, eu resolvi juntar tudo em um item só. Aproveitar a visita a destinos incríveis e ainda acompanhar uma corrida de perto é o sonho de qualquer amante da velocidade. Nesta temporada, a F1 na Europa passará por Espanha (Barcelona, 13/5), Mônaco (27/5), França (Le Castellet, 24/6), Áustria (Spielberg, 1º/7), Inglaterra (Silverstone, 8/7), Alemanha (Hockenheim, 22/7), Hungria (Budapeste, 29/7), Bélgica (Spa, 26/8), Itália (Monza, 2/9) e Rússia (Sochi, 30/9).

BMW Berlin Marathon (SCC EVENTS/Camera4)

42 km em Berlim
Em setembro, no dia 16, é a vez de Berlim sediar sua maratona. Na 45ª edição, a prova reunirá cerca de 40 mil corredores de rua – e ainda outro grupo que atravessará as ruas da capital alemã sob rodinhas de patins. Passando por pontos icônicos da cidade, o trajeto da corrida termina no monumental Portão de Brandemburgo.

Quiksilver Pro France (Flickr/Antoine Thibaud)

Surfando ondas europeias
Quem já esteve no litoral europeu sabe que sol e calor não são garantias de um mar convidativo para mergulhos. Ainda assim, duas cidades do Velho Continente recebem etapas do campeonato mundial de surfe. Se a água é gelada demais para um mergulho, porque não assistir os melhores surfistas em ação? Quiksilver Pro France (em Landes, de 3 a 13 de outubro) e MEO Rip Curl Pro Portugal (em Peniche, de 16 a 27 de outubro) são as duas provas europeias – que, em 2017, tiveram o brasileiro Gabriel Medina como vencedor.