Acho engraçados alguns termos cunhados por políticos brasileiros, verdadeiras obras-primas do ilusionismo político, em especial pela enorme distância entre o conceito que seus criadores pretendem emprestar à expressão e o seu real significado.
Nesta época de montagem da nova equipe de governo, em que rola um verdadeiro vale tudo por um lugar ao sol, os políticos tentam disfarçar seu voraz apetite por cargos, verbas e poder, utilizando o estado da arte em dissimulação.
Selecionei apenas 3 expressões muito utilizadas nestes dias que antecedem a posse do novo governo:
“Indicação técnica”
É quando um político justifica a escolha de um apadrinhado menos conhecido (com pouca ou nenhuma experiência política) para um cargo eminentemente político. “Fulano de Tal foi uma indicação técnica”. O interessante é que o termo é usado como argumento politicamente correto, afinal “ninguém gosta de político”…
“Luto pelo que acredito”
Usada quando o político deseja justificar à opinião pública uma decisão estranhamente contrária à maioria e ao bom senso. “Sei que posso ser mal interpretado, mas luto pelo que acredito”. São dessa mesma categoria o “Sou um homem de princípios” e o “Tenho minhas próprias convicções”.
“Cota pessoal”
Essa expressão, embora revestida de um espírito de justiça, (afinal pelo menos alguém pode ser indicado por escolha individual do governante…) é a que carrega a maior carga de escárnio. Nesta simples expressão estão contidos o nepotismo, o toma-lá-dá-cá, a mesa de câmbio da política brasileira. “Ok, Beltrano já é da cota pessoal, então não abrimos mão de X ministérios”.
Existem outras, muitas outras, mas eu considero essas 3, pelo seu uso indiscriminado por políticos de diferentes partidos e tendências, e pela própria imprensa, um bom resumo do atual “pensamento político nacional”…
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Luis, excelente post, nessa época pós-“Tropa de Elite 2” me soa igual ao “chute no corrupto”, só que de maneira democrática e não violenta.
O que mais gostei foi o “Cota pessoal”. Quero aqui reivindicar minha “Cota Pessoal” de ter cinco políticos nepotistas a menos na política brasileira. E não abro mão!
Luis, excelente post, nessa época pós-“Tropa de Elite 2” me soa igual ao “chute no corrupto”, só que de maneira democrática e não violenta.
O que mais gostei foi o “Cota pessoal”. Quero aqui reivindicar minha “Cota Pessoal” de ter cinco políticos nepotistas a menos na política brasileira. E não abro mão!
Senhor Luis,
E quando se trata de um político profissional, com experiência, ele trata de sair pela tangente em perguntas embaraçosas. O jornalista faz a pergunta e ele responde coisas que não tem nada a ver com o assunto em questão. Outro dia, na Globo News, Miriam Leitão colocou o governador eleito de um determinado estado na berlinda. Ela fez a pergunta, ele quis escapar por um assunto incoerente; ela insistiu, ele derrapou; ela continuou com as baterias contra ele e, por fim, não tendo alternativas, ele tentou explicar o inexplicável. O tema era a volta da CPMF, imposto que antes das eleições nenhum candidato ousou tecer comentários junto ao eleitorado.
Senhor Luis,
E quando se trata de um político profissional, com experiência, ele trata de sair pela tangente em perguntas embaraçosas. O jornalista faz a pergunta e ele responde coisas que não tem nada a ver com o assunto em questão. Outro dia, na Globo News, Miriam Leitão colocou o governador eleito de um determinado estado na berlinda. Ela fez a pergunta, ele quis escapar por um assunto incoerente; ela insistiu, ele derrapou; ela continuou com as baterias contra ele e, por fim, não tendo alternativas, ele tentou explicar o inexplicável. O tema era a volta da CPMF, imposto que antes das eleições nenhum candidato ousou tecer comentários junto ao eleitorado.
Tadeu,
Cota pessoal faz algum sentido quando você está lidando com uma coisa pessoal.
Quando se recebe um mandato, é para lidar com a coisa pública e não pode haver essa de “cota pessoal”…
[]’s
Luís Vabo
Tadeu,
Cota pessoal faz algum sentido quando você está lidando com uma coisa pessoal.
Quando se recebe um mandato, é para lidar com a coisa pública e não pode haver essa de “cota pessoal”…
[]’s
Luís Vabo
Vladimir,
A maiorira dos políticos, de uma forma ou de outra, acabam se especializando em sair desse tipo de pergunta…
Mas alguns são mestres nesta arte, e nos debates, chegam a ignorar solenemente a pergunta do entrevistador, para aproveitar o tempo e a exposição e falar o que bem entendem, mesmo sem qualquer ligação com a pergunta formulada.
São verdadeiros artistas…
[]’s
Luís Vabo
Vladimir,
A maiorira dos políticos, de uma forma ou de outra, acabam se especializando em sair desse tipo de pergunta…
Mas alguns são mestres nesta arte, e nos debates, chegam a ignorar solenemente a pergunta do entrevistador, para aproveitar o tempo e a exposição e falar o que bem entendem, mesmo sem qualquer ligação com a pergunta formulada.
São verdadeiros artistas…
[]’s
Luís Vabo
Vabo,
Espetacular!
Realmente são uns cara de pau, forma muito delicada de chamá-los.
um abraço
mw
Vabo,
Espetacular!
Realmente são uns cara de pau, forma muito delicada de chamá-los.
um abraço
mw
Pois é, professor Werner,
Existem exceções e não são poucas, mas infelizmente, o padrão é este que aí está…
[]’s
Luís Vabo
Pois é, professor Werner,
Existem exceções e não são poucas, mas infelizmente, o padrão é este que aí está…
[]’s
Luís Vabo