FAÇAM SUAS APOSTAS

Como todos sabem, desde 2004 convivemos no Brasil com uma realidade distinta do resto do mundo, com relação à distribuição de serviços de viagens.

A TAM tomou a decisão em 2002, de desenvolver plataforma própria de distribuição, a qual permanece operacional e ainda responsável pela maioria de suas reservas, apesar de seu retorno aos GDSs provocado por sua estratégia de expansão internacional e entrada na Star Alliance.

A GOL nasceu ignorando a distribuição nacional via GDSs e assim permanece até hoje.

Todas as demais, Azul, Trip, Avianca, Webjet, NHT, Puma Air, Passaredo, Pantanal, Noar, Team etc, aderiram ao conceito “direct connect” e, a partir da tecnologia XML, desenvolveram uma capilar rede de conexões via webservices com sistemas integradores, operadoras, consolidadores e outros “players” da indústria.

Quando este movimento começou a dar os primeiros sinais de arrefecimento no Brasil, com a TAM e, mais recentemente, com a Trip, eis que a American Airlines inicia, nos EUA, um confronto aberto com os GDSs (que o Sidney Alonso chamou de algo parecido com “negociação pré-renovação de contrato”), tentando reaver o controle estratégico da distribuição de seu produto.

Numa disputa que já deu o que falar, dentro e fora da internet e dos tribunais americanos, ambos apresentam fortes argumentos, mas tudo indica que a musculatura financeira de cada lado será determinante para o desfecho final.

O contrato da AA com o Sabre termina em agosto de 2011 e, a partir de então, se continuar o impasse, para fazer reserva desta cia. aérea, os agentes de viagens terão que usar integrações via “direct connect”, ou outro GDS cujo contrato com a AA ainda esteja vigente (estima-se que o contrato da AA com o Amadeus vai até março de 2012).

Independentemente do final desta novela, em que ainda acredito em um desfecho próximo da previsão do Sidney, o fato é que  o modelo de distribuição via “hub” dos GDSs nunca foi tão fortemente questionado.

Uma coisa são cias. aéreas brasileiras, mexicanas ou irlandesas distribuirem seu conteúdo, nacional ou regional, por conta própria, outra coisa é uma cia. aérea americana, tão grande e emblemática quanto a AA, decidir desafiar o “status quo” mundial da distribuição, tanto para voos nacionais, regionais e, principalmente, internacionais.

Apesar de existir uma chance, mesmo remota, de que a conclusão deste imbróglio possa vir a impactar seriamente a indústria de viagens e turismo em todo o mundo, é fascinante acompanhar essa disputa e tentar antever se o resultado final confirmará a velha máxima de que a criatura vence o criador ou se, “at the end of the day”, eles farão as pazes e retornarão, juntos, à mesa de jogo, como se nada houvesse acontecido…

Apostar no acordo AA/Sabre é fácil, mas a mesa paga pouco… Já apostar no caminho independente da AA é para poucos, mas a mesa paga muito…

Faça a sua aposta e veja o resultado aqui no Panrotas, talvez antes de setembro de 2011…

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Luís Vabo

Entusiasta da inovação, do empreendedorismo e da alta performance, adepto da vida saudável, dos amigos e da família, obstinado, voluntário, esportista e apaixonado. Sócio-CEO Reserve Systems 📊 Sócio-fundador Solid Gestão 📈 Sócio-CFO MyView Drones 🚁 Sócio Link School of Business 🎓 Conselheiro Abracorp ✈️

12 thoughts on “FAÇAM SUAS APOSTAS

  1. Prezado Luiz,

    Eu acredito que vai acontecer o obvio que é a AA manter-se no Sabre, assim como fico torcendo para isso.
    Afinal sendo este o desfeche final desta situação, não teremos para os consultores de viagens pelo menos brasileiros mais uma vez o aumento de trabalha, mais ou menos parecido com aquele que lhes foi imposto com a criação do portal Tam e a entrada da Gol no mercado com os acessos pelo seu site e que graças o sábio aproveitamento da oportunidade na ocasião por quem desenvolveu o online booking tool pela qual tal trabalheira foi amenizada, uma vez que estes conseguem reunir o conteúdo destas cias, contudo, e não sei porque até hoje os Reserves da vida ainda não conseguiram disponibilizar as rotas internacionais, e é exatamente neste ponto fraco que reside a força dos GDS para nos consultores brasileiras.
    Agora, o ponto indubitável e que exige a presença das cias aéreas nos GDS é exatamente a simples questão da sua presença global que os GDS possibilitam, se eu fosse criar uma cia aérea hoje a primeira coisa que eu faria é tentar entrar nos GDS.
    Resumindo posso até perder a aposta e a AA sair do Sabre e aposto tudo que tenho afirmando que ela vai se manter nos demais GDS.

    1. Robson,

      Não sei se fico feliz por você se referir aos sistemas de gestão de viagens corporativas como “Reserves da vida…” ou se fico triste por você ainda desconhecer as novas funcionalidades para reservas internacionais.

      De qualquer forma, sua aposta está anotada e vamos aguardar o desfecho…

      []’s

      Luís Vabo

      1. Luis,

        Você não pode ficar triste pela minha ignorância, mais já estou sabendo que no V3 os muti-trechos inter já estão disponiveis.
        Então você já pode ficar feliz, além deferência do Reserve.

        Abraços,

        Robson Medeiros

  2. Prezado Luiz,

    Eu acredito que vai acontecer o obvio que é a AA manter-se no Sabre, assim como fico torcendo para isso.
    Afinal sendo este o desfeche final desta situação, não teremos para os consultores de viagens pelo menos brasileiros mais uma vez o aumento de trabalha, mais ou menos parecido com aquele que lhes foi imposto com a criação do portal Tam e a entrada da Gol no mercado com os acessos pelo seu site e que graças o sábio aproveitamento da oportunidade na ocasião por quem desenvolveu o online booking tool pela qual tal trabalheira foi amenizada, uma vez que estes conseguem reunir o conteúdo destas cias, contudo, e não sei porque até hoje os Reserves da vida ainda não conseguiram disponibilizar as rotas internacionais, e é exatamente neste ponto fraco que reside a força dos GDS para nos consultores brasileiras.
    Agora, o ponto indubitável e que exige a presença das cias aéreas nos GDS é exatamente a simples questão da sua presença global que os GDS possibilitam, se eu fosse criar uma cia aérea hoje a primeira coisa que eu faria é tentar entrar nos GDS.
    Resumindo posso até perder a aposta e a AA sair do Sabre e aposto tudo que tenho afirmando que ela vai se manter nos demais GDS.

    1. Robson,

      Não sei se fico feliz por você se referir aos sistemas de gestão de viagens corporativas como “Reserves da vida…” ou se fico triste por você ainda desconhecer as novas funcionalidades para reservas internacionais.

      De qualquer forma, sua aposta está anotada e vamos aguardar o desfecho…

      []’s

      Luís Vabo

      1. Luis,

        Você não pode ficar triste pela minha ignorância, mais já estou sabendo que no V3 os muti-trechos inter já estão disponiveis.
        Então você já pode ficar feliz, além deferência do Reserve.

        Abraços,

        Robson Medeiros

  3. Luís,

    Minha análise é que a AA deve sim projetar um DC e fará com isso um trabalho reforçado com a equipe de vendas para minimizar seus “prejuizos” com a “preliminar” falta de disponibilidade no GDS citado, utilizando até o cenario como teste para deciosões maiores, quem sabe romper com todos os GDS’s.

    Aproveitando o gancho do Robson, o Self booking esta no caminho certo, mas a falta de padrão de informação na IATA, as regras peculiares de cada casa matriz internacional, a variação de moeda, acordos de ticketing, fazem deste trabalho um desafio gigante.

    Minha divisão de pricing observou nos ultimos anos que cerca de 50% das consultas de best pricing apresentadas por robots, não seriam autorizadas pelas companias aéreas a serem emitidas ou mesmo não teriam acordo de emissão entre uma ou mais companias.

    Se não houver muito cuidado com o que pode ou não ser vendido, as aéreas vão cercar todo o trade para evitar perdas.

    Ou seja, deverá este futuro projeto internacional estar resguardado por muito conhecimento, que vai alem da “leitura dimanica de um conjunto de regras de pricing por um robot” para que opções ali apresentadas, sejam validas e não prejudiquem nem o cliente, nem a agência, nem o fornecedor.

    É um baita desafio!

    1. Legal sua análise, Tiago,

      Realmente a interpretação, via código, das inúmeras variáveis que compõem uma tarifa internacional para um itinerário mais complexo, é o maior desafio.

      Reservar, tarifar e emitir um ponto a ponto internacional não tem mais segredo… o nome do jogo é oferecer um sistema que faça isso, corretamente, para um multi-trecho internacional.

      E a consultoria de um especialista, como gestor da qualidade desse processo automatizado (ou robotizado), será fundamental.

      []’s

      Luís Vabo

  4. Luís,

    Minha análise é que a AA deve sim projetar um DC e fará com isso um trabalho reforçado com a equipe de vendas para minimizar seus “prejuizos” com a “preliminar” falta de disponibilidade no GDS citado, utilizando até o cenario como teste para deciosões maiores, quem sabe romper com todos os GDS’s.

    Aproveitando o gancho do Robson, o Self booking esta no caminho certo, mas a falta de padrão de informação na IATA, as regras peculiares de cada casa matriz internacional, a variação de moeda, acordos de ticketing, fazem deste trabalho um desafio gigante.

    Minha divisão de pricing observou nos ultimos anos que cerca de 50% das consultas de best pricing apresentadas por robots, não seriam autorizadas pelas companias aéreas a serem emitidas ou mesmo não teriam acordo de emissão entre uma ou mais companias.

    Se não houver muito cuidado com o que pode ou não ser vendido, as aéreas vão cercar todo o trade para evitar perdas.

    Ou seja, deverá este futuro projeto internacional estar resguardado por muito conhecimento, que vai alem da “leitura dimanica de um conjunto de regras de pricing por um robot” para que opções ali apresentadas, sejam validas e não prejudiquem nem o cliente, nem a agência, nem o fornecedor.

    É um baita desafio!

    1. Legal sua análise, Tiago,

      Realmente a interpretação, via código, das inúmeras variáveis que compõem uma tarifa internacional para um itinerário mais complexo, é o maior desafio.

      Reservar, tarifar e emitir um ponto a ponto internacional não tem mais segredo… o nome do jogo é oferecer um sistema que faça isso, corretamente, para um multi-trecho internacional.

      E a consultoria de um especialista, como gestor da qualidade desse processo automatizado (ou robotizado), será fundamental.

      []’s

      Luís Vabo

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