Com esta pergunta gentil, os recepcionistas de quase todos os hotéis de São Paulo, dirigem-se aos hóspedes tão logo concluem o checkout.
Digo de São Paulo, pois hospedo-me em Sampa pelo menos 5 a 10 noites por mês, o que acabou por tornar-me um crítico dos serviços de hospedagem desta que é nossa cidade mais cosmopolita, moderna e corporativa.
Ao hóspede distraído (e 80% deles o são), que responde agradecido que “sim, quero um taxi”, o recepcionista, invariavelmente, chama um senhorzinho, que fica sentado na sombra aguardando este momento psicológico ideal, para dirigir-se, célere e lépido, ao seu carro, estrategicamente estacionado na entrada do hotel.
São os chamados “táxis especiais” ou “táxis de luxo”, como insistem em chamar os recepcionistas dos hotéis, embora as duas únicas coisas que os diferem dos táxis comuns são a cor da pintura e a tarifa mais alta…
O interessante é o que os motiva a não informar o hóspede sobre o carater “luxuoso” do carro (geralmente um Polo ou um Astra!) é uma diferença de R$ 3,00 na propina que o taxista “especial” entrega ao recepcionista do hotel, sem o menor constrangimento, na frente do hóspede:
Táxi comum: R$ 2,00
Táxi de “luxo”: R$ 5,00
Por conta desses R$ 3,00 a mais na propina, o hóspede paga uma corrida 50% mais alta.
Chamo de propina (e não de gorjeta), pois ocorre entre dois fornecedores, sem a anuência do cliente, para acesso a um serviço que, em última análise, é oferecido pelo hotel como um diferencial, uma cortesia.
Como prefiro eu mesmo estabelecer se um serviço é merecedor de uma gratificação ou gorjeta e, em especial, qual deve ser o valor dessa gorjeta, esse tipo de procedimento que ocorre na portaria dos hotéis me desagrada como cliente.
E ainda fico imaginando como será esse “procedimento” e como estará esta “tabela” por ocasião da Copa do Mundo…
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Se no Rock in Rio um copo de cerveja era vendido por R$8 e o vendedor nunca tinha troco pra 10, já podemos imaginar o resto.
É, Gilberto,
Mas Rock in Rio é um evento de oportunidade e, por isso, os oportunistas fazem de tudo para “se dar bem”…
Mas imaginar que este procedimento do “chamador de táxi” foi institucionalizado na porta dos hotéis (na frente dos gerentes dos hotéis) , é realmente lamentável.
[]’s
Luís Vabo
Oi Luís,
excelente post.
Não que não soframos isso em outras cidades, mas em SAMPA está terrível essa conduta, sem falar que a tal “propina”, é sempre dividida entre todos do “front” do hotel, por isso a amável pergunta: ” o senhor quer um táxi ? ”
valeu abraços
Paulo Perez
Pois é, PP,
No Rio certamente também acontece, mas como eu não hospedo no Rio, usei minha experiência pessoal em São Paulo.
[]’s
Luís Vabo
Não me surpreenderei se alguém disser que não se trata de propina mas sim de incentivo, como ocorre em outras áreas do turismo. A prática de uma pessoa ou empresa remunerar funcionário de outra empresa, é propina mesmo, como foi bem colocado acima.
AP,
Uma propininha, ok, mas faz o hóspede do hotel sentir-se um “bobo”, né não?
[]’s
Luís Vabo
Luís
Muito legal o post ! Muitas vezes me vi nesta situação, vou a muitos eventos em hotel e ando muito de taxi…
Serviço de taxi diferenciado é histórico em São Paulo. Vem do tempo em que nossos táxis eram fusquinhas, ar condicionado era um luxo…Os hotéis precisavam destes taxis.
Hoje, com carros mais novos e equipados nas frotas comuns, diminuiu a diferença. O hóspede deveria ser sempre alertado.
Helô,
Somos dois a andar muito de táxi e, por isso, acabamos percebendo esses procedimentos de “espertos”…
Resta saber até que ponto isso ocorre com o conhecimento ou complascência de alguns hotéis…
[]’s
Luís Vabo
[…] O SENHOR QUER UM TÁXI? […]
Bom dia Luís,
Concordo plenamente, faz faço adendo que essa situação não é um problema exclusivo de São Paulo.
Digo isso, pois esse final de semana estive no Rio para assistir ao Rock in Rio, que por sinal foi um belo evento. Aproveitando fui visitar o Cristo, onde assim que o Taxista nos deixou, um rapaz que estava de pronto colocou novos passageiros no taxi e recebeu singelos R$ 2,00 do taxista.
Não parece a mesma manobra?
Nosso país é um lugar onde a malandragem fala mais alto. Processos, educação e principalmente paciência são características que não se encontra em grande parte dos serviços e de seus prestadores. Só com esses aspectos eles poderiam lucrar sem precisar dessas manobras