LIDERANÇA EM TECNOLOGIA

A exigência de pensar adiante, analisar cenários ainda em formação, arriscar nas previsões (e assumir esse risco) é o grande investimento das empresas líderes em tecnologia em qualquer segmento.

Puxar a fila e ser referência de mercado carrega o ônus da pesquisa, desenvolvimento e inovação, que além de gerar grande expectativa dos clientes, fornecedores e até dos concorrentes, pode significar muito esforço, tempo e dinheiro.

Mas nada disso terá valor se o resultado deste empenho, o produto final, não tiver aderência junto ao seu mercado consumidor, a variável mais imprevisível entre todas as que compõem o risco do empreendimento.

Ensaiando o que muitos especialistas consideram o primeiro movimento pela mobilidade, os fabricantes de desktops tornaram-se montadores de notebooks, sucesso inquestionável durante uma década.

Poucos anos depois, numa tentativa de continuar na frente, lançaram os netbooks, cuja proposta de leveza e tamanho reduzido foi literalmente engolida pelos “tablets”, criados quase simultaneamente pela Apple.

Agora, os mesmos fabricantes de notebooks, e dos natimortos netbooks, tentam reinventar um outro produto criado pela Apple (o MacBook Air), rebatizando-o ultrabook, um computador portátil ultrafino, ultraleve e ultrapoderoso, para tentar competir com os tablets.

Se dará certo ou não, somente o tempo e o consumidor dirão, a despeito de toda a pesquisa e investimento realizados em seu desenvolvimento.

Da mesma forma, a TV de plasma foi superada pela LCD (embora muitos prefiram o plasma), que foi superada pela LCD com 3D (que micou pela 2a. vez na história), que foi superada pela OLED e que, agora, está sendo superada pela TV UD (ultra definition), com tecnologia 4K, que significa resolução 4 vezes melhor do que as Full HD “convencionais”.

Mal foram lançadas pelas coreanas  LG e Samsung, durante a CES (Consumer Electronic Show) em Las Vegas, essas TVs 4K já tem data marcada para serem superadas, já que a NHK e a Sharp já anunciaram a TV 8K, com previsão de comercialização a partir de 2016…

Do ponto de vista da aceitação do cliente, penso que Full HD, UD 4K ou UD 8k não farão muita diferença, em função da limitada capacidade do olho humano em perceber a melhor resolução, mas o comando de voz, em substituição ao controle remoto, disponível nos aparelhos top da LG, poderão fazer enorme diferença na hora do consumidor escolher sua TV nova.

Neste caso, a funcionalidade que poderá tornar o produto um sucesso de vendas, tem menos a ver com altos investimentos em P&D, já que a tecnologia de comando de voz existe há pelo menos 10 anos para uso comercial, mas poderá significar o retorno do investimento na altíssima resolução das telas, realizado para manter as empresas à frente da concorrência.

No final das contas, manter um produto tecnológico na liderança do mercado é uma decisão do consumidor, que a toma baseado em sua percepção individual da qualidade experimentada com o produto, associado a fatores como benchmark e capacidade inovadora.

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Luís Vabo

Entusiasta da inovação, do empreendedorismo e da alta performance, adepto da vida saudável, dos amigos e da família, obstinado, voluntário, esportista e apaixonado. Sócio-CEO Reserve Systems 📊 Sócio-fundador Solid Gestão 📈 Sócio-CFO MyView Drones 🚁 Sócio Link School of Business 🎓 Conselheiro Abracorp ✈️

6 thoughts on “LIDERANÇA EM TECNOLOGIA

  1. Luis, bom dia
    Excelente post, apenas acrescentando alguns itens que considero fundamentais para este tema de Liderança em Tecnologia:

    – muito, mas muito trabalho por todas as áreas, queira no desenvolvimento, O&M, criação, invenção, inovação, etc etc.

    – credibilidade e confiança pelo cliente para um longo relacionamento, que em muitas ocasiões, podem ser na alegria ou na tristeza, mas tem que estar juntos.

    – oportunidades que a tecnologia oferece aos clientes, que consequentemente, transforma em bons negócios.

    – estar do lado do cliente como fornecedor e parceiro.

    São itens que considero fundamentais, entre tantos outros que penso fazer uma empresa líder no segmento.

    Grande abraço,

    Bruno Ciancio

    1. Bruno,

      Esforço, empenho, relacionamento, trabalho, insistência, persistência, suor, determinação, são itens fundamentais para fazer, de um bom produto, líder de mercado.

      Mantê-lo líder por muitos anos requer, além de tudo isso, investimento em pesquisa, desenvolvimento, inovação e marketing.

      []’s

      Luís Vabo

  2. Luis,
    Adorei seu fechamento:

    “…manter um produto tecnológico na liderança do mercado é uma decisão do consumidor, que a toma baseado em sua percepção individual da qualidade experimentada com o produto, associado a fatores como benchmark e capacidade inovadora”

    Sim, a liderança tecnológica não é dada pela quantidade de “pecinhas” que um aparelho tem, ou quantidade de “linhas de programa” ou “quantidade de relatórios que possui”. É ditada pela aceitação do consumidor.

    Mas, afinal, isso é mais um dos “óbvios” que temos que repetir a nós mesmos sempre, nem que seja para um “wake-up call” (que traduzido em portugues fica “pedala-robinho”).

    Abraços.

    Tadeu

  3. Prezado Luis,

    Interessante seu post e nos faz refletir sobre a tecnologia em nossos negócios. Acredito que além do ônus do investimento e da grande carga de trabalho como o Bruno comentou, temos hoje o desafio pela escolha certa. Seja a escolha de uma tecnologia que iremos adotar, ou de um equipamento que iremos usar para levar a nossos clientes aquilo que eles realmente precisam.

    Como vc comentou, as TV´s chegam a um ponto que o olho humano não consegue aproveitar o máximo do que ela oferece. Lembro também de um antigo chefe falando do que adianta desenvolver uma Ferrari e dar para uma pessoa que não consiga aproveitar ao máximo aquilo que o carro oferece (ele na verdade mencionava em tom de crítica um ex-piloto da escudeira).

    Vejo que as empresas que estão na frente em tecnologia hoje realmente prestam muita atenção na percepção de seus clientes e sobretudo procuram fazer as coisas mais simples possíveis.

    Daí que volto o questionamento, conseguimos fazer isso com nossos sistemas para o turismo ? Vejo que a percepção de uma agência cliente não é muito parecida com a percepção de outra agência. O desafio de criar um produto que atenda a diferentes gostos e desejos é extremamente desafiador. Manter este produto na liderança é ainda mais 🙂

    Abs,
    Alberto Sá Júnior

    1. Pois é este o desafio, Alberto,

      Não somente no turismo, mas em todos os segmentos econômicos, é mesmo desafiador desenvolver um produto (um sistema com boa aderência) que atenda a tantas diferentes necessidades, mantendo a facilidade de uso (simplicidade?), a utilidade e, ao mesmo tempo, com frequentes inovações.

      As empresas que conseguem esta façanha por um longo período (em tecnologia, 5 anos já é um longo período…), tende a assumir ou, ao menos, disputar a liderança de seu mercado.

      []’s

      Luís Vabo

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