O post do Alexandre Camargo nos leva a uma reflexão sobre os custos da transformação: o custo da liderança, o custo da adaptação e o custo da estagnação…
A partir daí, imaginei o momento único que estão passando dezenas de empresários brasileiros do nosso mercado de viagens e turismo: agências de turismo, operadoras, agências de viagens corporativas, consolidadores, empresas de câmbio, agências de intercâmbio, empresas de assistência à viagem, entre outros.
Está todo mundo conversando com todo mundo e todos com acordos de confidencialidade, numa conversa de mudo com surdo, em que todos querem resguardar suas posições, sua fatia de mercado, seus nomes e sobrenomes cultivados ao longo de anos, muitos anos de trabalho e dedicação.
E o que tem isso a ver com o custo da transformação?
Tudo, pois nenhuma empresa será a mesma após fundir-se com um concorrente, ou mesmo com empresas de segmentos complementares.
Não há transformação maior do que esta para uma empresa…
Vender uma empresa para outra é um processo relativamente simples de aquisição, casos da CMNet para a Bematech e da Nettour para a CWT, em que as condições comerciais acordadas costumam ser o principal drive do negócio e todos tendem a sair felizes da operação.
Vender o controle para fundos de investimentos ou para empresas maiores, com ou sem cláusula de saída após determinado tempo, casos da CVC para o Grupo Carlyle e da PMWeb para a Responsys, também é bastante usual, mas a decisão pode agregar alguns conflitos, sempre superados pelo resultado do bom negócio para ambas as partes.
Já fundir empresas diferentes, concorrentes ou complementares, requer um longo período de operação conjunta, de parceria comercial, de compartilhamento de estratégias, conceitos, objetivos e valores.
Esta fase de namoro, que algumas empresas de nosso mercado estão inteligentemente experimentando e outras ainda planejando, geralmente é precedida da corte, da conquista (do “xaveco” como se diz em Sampa) entre os interessados no negócio.
É este o estágio que se encontram muitos empresários de turismo neste exato momento: analisando os prós e contras de transformar-se, sair de uma carreira solo com força limitada, para uma sociedade em que a força do grupo seja muito superior à soma das forças individuais de cada um.
Não é uma decisão fácil, mas pode significar a diferença entre liderar a transformação, adaptar-se a ela para sobreviver, ou sair do mercado, de forma lentamente cruel…
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Vabo
Essas mudanças que voce diz são as Brasil Travel, RAT e que mais?
Não vejo mais ninguem juntando alem desses
A. Pedro
AP,
Além desses grupos que você citou, muitas outras empresas e agências de viagens tem se manifestado a esse respeito: “estamos conversando com X empresas” ou “estamos abertos para analisar propostas”, ou ainda “estamos bem sozinhos, mas se a proposta for boa…”
Basta fazer uma pesquisa no próprio Panrotas para perceber como o mercado está disposto a fusões, as empresas estão acessíveis, casadoiras mesmo…
Por se tratar de uma grande transformação na vida da empresa e do empresário, o que recomendo é reflexão, calma e muita, muita negociação…
[]‘s
Luís Vabo