O ex-Governador do Rio de Janeiro Leonel Brizola era um especialista no tema.
O jornalista podia fazer a pergunta mais inteligente ou capciosa que fosse, que o Brizola permanecia impávido durante toda a explanação prévia do questionamento malicioso, para em seguida, iniciar sua exposição de conceitos e ideias sobre um outro assunto absolutamente diferente da pergunta formulada.
Com o tempo, de tanto observá-lo participando de debates políticos na TV, comecei a perceber que ele escutava, mas não ouvia a pergunta do entrevistador ou mesmo a do adversário de urna e simplesmente aguardava o interlocutor concluir sua questão, para iniciar sua verborragia insana a respeito do que havia planejado dizer ao eleitor.
Observando muitos profissionais atualmente, em reuniões, entrevistas, conference calls, eventos e coquetéis, percebo que Brizola fez escola…
Tem muita gente que escuta o interlocutor longamente, com aquela cara de atenção absoluta, mas no fundo está pensando no que dizer na próxima oportunidade de retomar a palavra.
Lembro-me também de um colega que, entediado, cochilava por longos 10 minutos em reuniões de entidade e, ao acordar subitamente assustado e perceber que havia ficado “out” provavelmente tempo demais, emendava instantaneamente um “peço a palavra” para, em seguida, discorrer de forma genérica sobre “a importância da opinião de todos na decisão do assunto em debate”…
Outra linha interessante é a do sujeito que escuta (mas não ouve) uma crítica contundente ao seu comportamento em determinada situação e reage com fleuma britânica, com ar de comedida superioridade e responde com um largo elogio ao seu crítico, seguido da defesa do direito universal do ser humano à opinião, à divergência, à controvérsia, ao contraditório.
Para finalizar, emenda com um contido sorriso de autossuficiência: “discordo totalmente de cada palavra de sua explanação, mas eu seria capaz de morrer defendendo seu direito de proferi-la”.
É um craque (ou pensa que é)…
Eu fico imaginando esses políticos, executivos, juristas etc. no papel de vendedor, aquele profissional que algumas vezes vende sem conhecer, outras vezes resolve sem saber como, e quase sempre faz o cliente feliz com um sorriso, uma palavra ou um gesto que inspira confiança.
Gostemos ou não, é a vitória definitiva da percepção sobre o fato…
.
Otimo texto….
Brizola insano ?? Jamais…….
Fernando,
Concordo que Brizola não tinha nada de insano, mas que sua forma de despejar seu discurso, suas verdades e suas certezas absolutas, tinham alguma insanidade, ah isso tinham sim…
[]’s
Luís Vabo
LV,
Nessa mesma linha do Brizola também agia o Maluf. Será que estudaram na mesma “escola”? Ou é truque de quem não sabe ou não quer dar a resposta? rsss
Um abraço.
Rui,
Brizola e Maluf, definitivamente, jamais estudaram na mesma escola, mas certamente, tinham um estilo parecido em muitos aspectos.
Essa capacidade de escutar sem ouvir, por exemplo.
A memória extraordinária também os colocava do mesmo lado.
Fora isso, não lembro nada mais que os tornasse sequer parecidos…
[]’sc
Luís Vabo
Otimo texto….
Brizola insano ?? Jamais…….
Fernando,
Concordo que Brizola não tinha nada de insano, mas que sua forma de despejar seu discurso, suas verdades e suas certezas absolutas, tinham alguma insanidade, ah isso tinham sim…
[]’s
Luís Vabo
LV,
Nessa mesma linha do Brizola também agia o Maluf. Será que estudaram na mesma “escola”? Ou é truque de quem não sabe ou não quer dar a resposta? rsss
Um abraço.
Rui,
Brizola e Maluf, definitivamente, jamais estudaram na mesma escola, mas certamente, tinham um estilo parecido em muitos aspectos.
Essa capacidade de escutar sem ouvir, por exemplo.
A memória extraordinária também os colocava do mesmo lado.
Fora isso, não lembro nada mais que os tornasse sequer parecidos…
[]’sc
Luís Vabo
É exatamente desta forma que se perdem inúmeras e grandes oportunidades.
Adriano,
Quando não se ouve o interlocutor, perde-se tempo ou oportunidades, pensando em ganhar tempo…
[]’s
Luís Vabo
É exatamente desta forma que se perdem inúmeras e grandes oportunidades.
Adriano,
Quando não se ouve o interlocutor, perde-se tempo ou oportunidades, pensando em ganhar tempo…
[]’s
Luís Vabo
Excelente texto.
Também lembrei dos “novos” jogadores de futebol, com suas assessorias de imprensa e entrevistas evasivas.
Bem lembrado, Flávio,
Este é um exemplo típico de quem escuta, mas não ouve.
Aliás mesmo quando ouve, nem sempre entende, tal o seu foco em recitar a mesma cartilha que o assessor de imprensa orientou e treinou.
Perdem os ouvintes, os leitores e a torcida.
[]’s
Luís Vabo
Excelente texto.
Também lembrei dos “novos” jogadores de futebol, com suas assessorias de imprensa e entrevistas evasivas.
Bem lembrado, Flávio,
Este é um exemplo típico de quem escuta, mas não ouve.
Aliás mesmo quando ouve, nem sempre entende, tal o seu foco em recitar a mesma cartilha que o assessor de imprensa orientou e treinou.
Perdem os ouvintes, os leitores e a torcida.
[]’s
Luís Vabo
Vabo,
Parece que alguns dos seus leitores “escutaram mas não ouviram” sua mensagem e se perderam em detalhes.Aliás um tema bem interessante.Ouvir bem é uma qualidade tão difícil de ser encontrada que deveria ser “treinada” diariamente.Ouvir o cliente,o fornecedor,o concorrente,o funcionario…. é fundamental para nossa sobrevivência.Devemos ouvir até os “silêncios”que as vezes são muito eloquentes…
É verdade, Heliete,
Em alguns momentos, o silêncio é insubstituível como mensagem, mas ainda prefiro o bom e velho debate.
[]’s
Luís Vabo
Vabo,
Parece que alguns dos seus leitores “escutaram mas não ouviram” sua mensagem e se perderam em detalhes.Aliás um tema bem interessante.Ouvir bem é uma qualidade tão difícil de ser encontrada que deveria ser “treinada” diariamente.Ouvir o cliente,o fornecedor,o concorrente,o funcionario…. é fundamental para nossa sobrevivência.Devemos ouvir até os “silêncios”que as vezes são muito eloquentes…
É verdade, Heliete,
Em alguns momentos, o silêncio é insubstituível como mensagem, mas ainda prefiro o bom e velho debate.
[]’s
Luís Vabo