PIB 1,6% X 5,2% INFLAÇÃO

Do ponto de vista macroeconômico, a notícia não podia ser pior: o Banco Central admite que o PIB de 2012 não crescerá mais que pífios 1,6%.

Para completar a má fase, a inflação deve fechar o ano acima da faixa prevista e monitorada pelo governo, batendo a casa dos 5,2%…

O principal motivo deste mau resultado, muitas vezes confundido com uma de suas consequências, não é novidade para o empresariado brasileiro: nosso crescimento econômico arrefeceu em 2012.

Com expansão econômica abaixo do esperado, num primeiro momento as empresas tendem a percorrer o atalho da manutenção do equilíbrio econômico através do ajuste nos preços, o que acaba por agravar ambos os problemas, ao reduzir o consumo e alimentar a inflação…

Por isso, a estabilidade econômica é tão difícil de ser mantida de forma equilibrada: um simples fiozinho puxado pode desenrolar todo o novelo.

Penso que o governo federal deveria atuar na causa, esquecer que estamos em ano eleitoral e fazer o dever de casa: reduzir os gastos públicos e promover as reformas tributária, trabalhista, política e previdenciária.

Ok, posso estar sonhando, mas sempre achei que sem sonhar não chegaremos a lugar nenhum…

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Luís Vabo

Entusiasta da inovação, do empreendedorismo e da alta performance, adepto da vida saudável, dos amigos e da família, obstinado, voluntário, esportista e apaixonado. Sócio-CEO Reserve Systems 📊 Sócio-fundador Solid Gestão 📈 Sócio-CFO MyView Drones 🚁 Sócio Link School of Business 🎓 Conselheiro Abracorp ✈️

10 thoughts on “PIB 1,6% X 5,2% INFLAÇÃO

  1. LV,

    Você está certíssimo (mais uma vez) na sua análise. Enquanto o governo não fizer o dever de casa viabilizando as reformas que você menciona, correremos o risco de ficar gripados a cada brisa que sopre. Outro dos fatores fundamentais para mantermos o equilíbrio macroeconômico, no meu entendimento, é conseguirmos ganhos de produtividade, que só podem ser obtidos aumentando-se a competitividade, o que só é possível através da reforma da educação. Eis-nos de volta àquele que reputo ser o “pai de todos os problemas brasileiros”: a baixa qualidade da educação básica. Ainda pagaremos muito caro por essa cegueira.

    Um abraço

  2. Estou de acordo!

    Acrescento que o governo deve, além de reduzir, melhorar o gasto público.

    E além das 4 reformas citadas, destaco também a reforma administrativa/desburocratização/empreendedora, para fomentar a criação de novas empresas, melhorar o ambiente de negócios, automatizar processos e diminuir a burocracia.

    Exemplo:
    Abrir uma empresa no Brasil demora 6 meses!!! Nos EUA, 15 dias!!!

    Bjs
    Vabo Jr

  3. Boa tarde Luis.

    Se olharmos para fora do Brasil, veremos que o crescimento não é ruim e as projeções para os próximos anos são muito boas, acima de 4% de crescimento com a inflação dentro da meta.
    O mais importante tem sido feito, acabar com a ciranda dos juros, pois com os juros da Selic se aproximando da taxa de juros real de equilíbrio, a política monetária pelo menos deixará de ser contracionista, já estão permitindo uma recuperação no ritmo de crescimento do PIB no Brasil.

    Alem, disso nosso governo está atacando todas as frentes do custo Brasil.

    Apreciação do dólar para incentivar exportações, renuncia fiscal para reduzir a carga tributária, pacote para melhorar a infra-estrutura logística, redução dos juros para diminuir o custo dos investimentos, incentivos à construção civil que é o setor da economia que mais gera empregos. Tem ainda a sobretaxação de importados para equalizar os custos da produção local com a internacional.

    Cuidando das partes está cuidando do todo e o está fazendo muito bem.

    1. Prezado João Ferreira,

      Também sou otimista com relação ao momento que estamos vivendo na economia brasileira e, em especial, no resgate da nossa auto-estima.

      Mas acho que devemos permanecer atentos não somente ao que é realizado, mas também a tudo aquilo que não tem sido feito e que pode, no médio/longo prazo, prejudicar todo o esforço feito por uma geração.

      Reduzir os gastos públicos e promover reformas tributária, trabalhista, política e previdenciária são demandas urgentes, para ontem, que estão sendo esquecidas pelo governo.

      Já a reforma da educação, também muito necessária, é tarefa para vários governos sucessivos, tal a sua magnitude e influência sobre a sociedade.

      Aprecio e registro aqui o que acho positivo no governo, mas também critico e registro o que acho negativo ou omisso.

      []’s

      Luís Vabo

      1. Obrigado Vabo

        Devemos melhorar a qualidade dos gastos públicos e aumenta-los, sem aumenta-los não teremos a tão propagada melhora na infra-estrutura. Se reduzirmos não melhoramos.
        A reforma tributária, cobrança de impostos de renda em maiores faixas esta parada no congresso por conta da oposição.
        O governo (trabalhista) não irá efetuar uma reforma nas leis trabalhistas, esta desonerando dentro do que é possível ao governo. Poderia desonerar mais se as faixas de imposto fossem maiores e a sonegação fosse menor.
        Existem estudos do Governo que mostram que a Previdência não é deficitária.

        Em relação a educação concordo contigo.

        abraços

      2. Desculpe-me. minha resposta saiu um pouco truncada

        A reforma tributária não avança por conta dos governadores que não querem mudar o ICMS e não apresentam outra opção.
        E a mudança nas alíquotas do IR esta parado por conta da oposição.

        abraços

  4. Sem querer defender colocar panos quentes, pois creio que este agravante não seja suficientemente grande para ser a causa mor da inflação, mas não podemos esquecer que estamos em um ano de duríssima estiagem e isso tem reflexos em efeito cascata em todas as bases da economia, especialmente no índice que mede a inflação. A abordagem de Vabo é totalmente oportuna, afinal, para nós que fazemos o turismo é muito importante estarmos bastante atentos a essas mudanças macroeconômicas certos de que o turismo sente com muito mais rapidez, especialmente quando a temeridade precoce é uma tendência de massa. Nossa indústria ainda é vista com muito desdém por parte de nossos governantes, não existe o mesmo esmero e atenção dada a outras áreas. Nos EUA turísmo significa 5% de seu PIP o que é muita coisa pra um país continental, na Espanha é 20%. Num país como o nosso, ter uma participação tão tímida no PIB por parte do turismo, mostra o quanto estamos sendo mau administrados em nossas potencialidades mais complexas, está na hora de diversificar a economia e parar de dependermos tanto de commodities e do crescimento de países que tem dia e hora pra parar de crescer. Desculpas pelo extenso comentário Sr. Vabo sei que os lê e responde com muita disciplina e respeito a maioria de seus leitores, mas acho que me empolguei com a relação economia & turismo.

    1. Boa noite, Miguel,

      Agradeço seu comentário e reafirmo que sim, eu leio e respeito cada comentário de todos os leitores.

      Fico mais feliz quando são comentários longos como o seu, pois denotam uma atenção especial ao meu texto, que só tenho como retribuir, dando uma resposta também atenta ao comentário.

      Temos mesmo muito a evoluir em nosso mercado de turismo, mas acho que estamos fazendo isso com a priorização típica de uma nação que tem tantas demandas (e citei somente algumas).

      []’s

      Luís Vabo

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