Sim, estamos cercados de desonestos, sobrevivemos a desonestidades, no Brasil e no mundo, e isso é triste.
Como parte da natureza humana, esta é uma realidade que desafia a sociedade e atua diariamente sobre todos nós, várias vezes ao dia.
Mas existem variadas nuances de atitudes desonestas, desde um simples avanço de sinal em que o motorista infringe um regulamento de trânsito, portanto não age honestamente com a sociedade (mesmo sem prejudicar alguém diretamente), até os grandes crimes políticos, desvio de dinheiro público, corrupção pura e simples, com potencial de prejudicar milhares ou milhões de pessoas.
Reflito aqui sobre qual castigo é o mais exemplar para quem comete, em geral impunemente, este tipo de crime, pois o exemplo é a mais importante ferramenta penal em qualquer sociedade.
A realidade é que quando o político é denunciado, investigado e processado, inicia ali seu inferno astral que, além de literalmente acabar com suas pretensões futuras (apesar de nem sempre encerrar sua carreira política), destruir sua rede de relacionamentos sociais e quase sempre abalar profundamente sua família, também leva-o a um processo explosivo de desgaste psicológico que, por mais experiente, desapegado ou mesmo “cara de pau” que seja, pode consumir parcial ou completamente a sua saúde.
Sem a pretensão de listar casos reais (basta observar alguns recentes e outros mais antigos), o estado de saúde dessa turma de mensaleiros, tanto os condenados quanto os não condenados, ficará irremediavelmente comprometido pela angústia, pelo fracasso, pela vergonha, pela depressão, pelo stress galopante de um processo como este.
“A maior malandragem do mundo é ser honesto”, dizia Moreira da Silva.
“Se não for honesto por natureza, seja ao menos por malandragem”, completava Bezerra da Silva.
Eles bem que poderiam ter dito também: “A honestidade faz bem à saúde”.
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Meu prezado Vabo,
Estive em BSB por duas semanas e acompanhei de perto parte dessa nova, espera-se, realidade na proa etica do Brasil. Tenho a impressao que, desta feita, a pizzaria estara fechada para (porfundas) reformas — apesar ‘daqueles pizzaiolos’, vermelhos como massa de tomate!
Incrivel que, no Brasil, a honestidade passou a ser um ‘acessorio’ do cidadao, ao inves de ser um ‘item de serie’ na sua personalidade.
Ve-se a criacao de dificuldades em todos os segmentos sociais, e nao so nos publicos (mas estes, sempre em destaque), para em contrapartida se oferecer as ‘facilidades de praxe’. E isso que me anima pensar que o tal julgamento pode comecar a enterrar no Brasil.
Se eles nao disseram mas voce gostaria, como todos nos, dizer que “a honestidade faz bem a a saude”, poderia-se especular, tambem, que os maleficios fisicos aqueles maus brasileiros (e gringos tambem, vamos ser justos!), faria parte do juizo divino…
Tem ate um samba que diz na sua letra “seria honesto so por malandragem… caramba!”. Ate o inesquecivel Gerson, o ‘Canhotinha de Ouro’, popularizou a expressao “leve vantagem voce tambem, certo!”, hoje vulgarizada nas maus praticas politicas…
Todos os honestos necessitam ser respeitados como cidadaos, embora sejam enxovalhados por praticas mil. Entao, que esses poucos que enlameiam um Nacao inteira e um povo tao especial, como o brasileiro, devem pagar por sua continua e malvada desonestidade.
Que o Senhor vos abencoe, Vabo, e a todos nos brasileiros, e que possamos ensinar a honestidade aos nossos filhos e netos. Receba meu abraco,
Marcos Estevao Vajas Hernandez
Manchester-UK + 44 79 7973.3380
É isso mesmo, Marcos,
Honestidade passa de geração para geração, pelo DNA, pela formação, pelo exemplo, pelo respeito às leis (ou pelo receio delas) e esse julgamento dos mensaleiros pode ser um divisor de águas na justiça e nas atitudes justas dos brasileiros.
[]’s
Luís Vabo
Interessante abordagem da desonestidade, Luis. Não é que você tem razão? (pra variar!!!). É claro que torcemos para que os culpados sejam retirados de circulação e restituam ao Erário o produto do roubo, mas isso é quase impossível. Sendo assim resta-nos o consolo de saber que a vida deles, apesar de tudo, jamais será a mesma. Esse processo do mensalão, independentemente do que possa vir a ocorrer, deixa-nos uma grande certeza: O Brasil amadureceu a ponto de ver suas instituições funcionarem adequadamente e com independência. Esse fato, por si só, já é um alento para quem defende o Estado de Direito e a Democracia. Nestes tempos de ética relativizada e moral elástica, não deixa de ser uma boa notícia. Bem haja o STF.
Rui,
O STF, apesar de suas controvérsias (ou talvez por elas) dará um exemplo a toda a nação.
Fico feliz de presenciar isto, ainda na minha geração, pois imaginava que ocorreria somente num fututo longínquo.
E viva Joaquim e abaixo José…!
[]’s
Luís Vabo
Caro Vabo,
Além do “tamanho” do delito, há que se considerar o “tamanho” do desonesto.
O grande mestre Antonio Angarita nos disse uma vez que Hitler só fez o estrago na dimensão conhecida porque lhe deram a Alemanha. Fosse ele apenas síndico de prédio, iria perturbar apenas os seres que ele considerava inferiores que tivessem o azar de morar no mesmo condomínio.
Daí a relevância de eleger políticos honestos, de ficha limpa, que tenham um passado a lhes respaldar as promessas de campanha.
Mas como disse bem o amigo, e comentaram com maior propriedade Marco from UK e Rui de POA, que me antecederam, parece que estamos a avançar no caminho certo. Acredito (e torço muito ) que sim!
Um abraço,
Torcemos todos, Aristides,
E procuramos fazer a nossa parte.
[]’s
Luís Vabo
Caro Vabo,
Além do “tamanho” do delito, há que se considerar o “tamanho” do desonesto.
O grande mestre Antonio Angarita nos disse uma vez que Hitler só fez o estrago na dimensão conhecida porque lhe deram a Alemanha. Fosse ele apenas síndico de prédio, iria perturbar apenas os seres que ele considerava inferiores que tivessem o azar de morar no mesmo condomínio.
Daí a relevância de eleger políticos honestos, de ficha limpa, que tenham um passado a lhes respaldar as promessas de campanha.
Mas como disse bem o amigo, e comentaram com maior propriedade Marco from UK e Rui de POA, que me antecederam, parece que estamos a avançar no caminho certo. Acredito (e torço muito ) que sim!
Um abraço,
Torcemos todos, Aristides,
E procuramos fazer a nossa parte.
[]’s
Luís Vabo