Não é difícil fazer as contas.
Algumas das grandes OTAs brasileiras (refiro-me a Decolar, Rapi10, Submarino, Viajanet etc) gasta entre R$ 250mil e R$ 2milhões mensais com Adwords do Google.
Como sabemos, apenas para pagar esta conta, é necessário vender pelo menos 10 vezes mais, ou seja, entre R$ 2,5 milhões e R$ 20 milhões mensais de venda de pacotes, bilhetes e hospedagens, somente para pagar a fatura do Google…!
Considerando que esses grandes “players” não podem investir somente no Google, mas também em meios tradicionais (jornais, revistas, eventos e até TV), dá para ter uma ideia do quanto somente a compra de Adwords pode não oferecer o retorno desejado.
Acompanho a evolução deste conceito há muitos anos, pois como maior anunciante de turismo do extinto site de buscas Cadê?, quando o Reserve operava como OTA entre 2000 e 2002, rapidamente vimos nosso investimento em “comprar palavras” (era o termo da época) esvair-se em muitos cliques, mas poucas vendas.
Alguém poderá dizer: “Ora, isso foi há mais de 10 anos, quase no século passado”.
Realmente, hoje a taxa de conversão é maior do que naquela época em que o Decolar detinha o 3o. lugar em vendas online no Brasil, atrás do Reserve e do Viajo.com (havia ainda o Ziptravel e o Bargain, entre outros), mas mesmo após muitos milhões de investimento de capital de risco, com os atuais fantásticos números de vendas do Decolar, afirmo, sem medo de errar, que é o Google quem fica com a maior fatia do bolo.
Aliás, eu estava escrevendo este post, quando recebi um mailing da TI Inside com matéria sobre estudo do eBay, um dos maiores anunciantes mundiais do Google, que setencia: “Ferramenta de anúncios do Google é cara e não funciona”.
O eBay compra a bagatela de 170 milhões de palavras-chave (as key-words) no Google e chegou à conclusão, após análise mais detalhada do que a usual métrica simplista do ROI, de que recebe USD 0,25 por cada USD 1,00 investido nesta ferramenta.
Talvez por isso, o temido projeto do Google Travel ainda não saiu do papel.
Afinal, pra quê o Google vai concorrer com as OTAs se elas têm sido tão generosas com ele?
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Afinal, somente o Google ganha com os clicks? um investidor quando coloca dinhero numa OTA, tem a noçao exata dos riscos e que as receitas vem tão somente dos fees, comissões e back-ends enão do volume bruto das passagens e/ou diarias de hoteis? no final, o investimento tem retorno?
Este é o ponto que estou levantando aqui, Marco,
Há muito tempo percebo que o modelo de venda de Adwords evolui para manter-se vivo e, assim, remunerar os sites de busca, mas ainda assim, grandes anunciantes como o eBay chegaram à conclusão de que o investimento não se paga.
O próprio Google esclarece as diferenças entre cliques, visitas, visitantes, entradas, “page views” e “unique page views” para ajudar o anunciante a entender o modelo e montar a melhor estratégia de marketing.
Naturalmente, o esforço é enorme para manter o modelo em pé, mas todo mau negócio acaba se revelando, mais cedo ou mais tarde.
[]’s
Luís Vabo
Adorei esse post!
Os assuntos que envolvem o Google sempre me intrigam: como podíamos viver sem ele há alguns anos atrás e hoje sermos tão dependentes não é?
Já havíamos falado sobre isso no seu post “ASSIM COMO A APPLE, O MELHOR PARA TODOS!” em Abril do ano passado e fica cada vez mais latente esse comportamento “Pink e Cérebro” de querer dominar o mundo!
Ok, quem não quer dominar o mundo? Mas o assustador nisso é perceber semelhanças com a realidade simulada e controlada por programas de computador como nos filmes Matrix em que se vive uma ilusão projetada para você. Estou exagerando???
Aos poucos não é mais o que gostamos que definem nossas ações na rede. É como a rede determina o que se adequa ao nosso perfil. Aliás, é só que somos pra eles, um mero perfil!!!
Caramba, Grazi !!
Você foi fundo, hein?
Faz todo o sentido a sua percepção sobre o que vêm fazendo os “donos” da internet (Google, Amazon, Microsoft, Apple e Facebook), mas isso é assunto para tese de mestrado.
Gostei, em especial, do último parágrafo inteiro do seu comentário.
Bjs,
Luís Vabo
O Google Adwords ta ficando caro ultimamente. Muitas OTAs e os grande como decolar da vida, mudaram o custo deixando praticamente uma conta pesada para os pequenos.
Lembro que 5anos atras uma palavra chave simples boa, ficava entre R$ 0,11-0,20 – agora as mesmas palavras ate o ano passada estavam em torno de R$ 1,50-2,00 sendo que nos ultmos meses ta saindo uma média de R$ 4reais…Sem falar que não ta tendo um retorno como antes.
Minha agência não é uma OTA, fazemos anuncio no google para aparecer mais e captar clientes que não querem fazer tudo online e que precisam de roteiros personalizados e excursões mais detalhadas, mas o retorno caiu muito e ta ficando caro. Praticamente insustentavel deixando de lado e só investindo em poucas datas especiais.
o Google é bom, porem quem tem dinheiro para investir consegue mais.
e as pequenas cada dia sumindo e a qualidade cada vez piorando!
É exatamente este o ponto que estou chamando a atenção.
A relação custo x benefício deixou de ser positiva para o anunciante, mas a hegemonia do Google como ferramente de busca acaba por fazer muita gente não enxergar alternativas.
Mas elas existem…
[]’s
Luís Vabo
Luis Vabo, boa noite, muito bom seu post e ainda bem que a OTA’s investem em algo, nem que seja no google, dando a oportunidade das classes em acensão o poder de “enxergar” os conteúdos de forma organizada e sempre com um belo pacote para presente. (mais do que nunca as classes c e d estão com acesso a internet e querendo viajar de avião). Veja que as cias aéreas não investem em nada e se distanciam cada vez mais deste público, muitas vezes oferecendo aquilo que o Cliente não quer. Tomara que as OTA’s continuem tendo folego de investimento, pois se depender das Cias… Parabens ! António Cortizaz
Antonio,
A questão é que os custos das Adwords do Google são superiores ao retorno obtido com esta estratégia.
Sempre soubemos que o grande ganhador com os links patrocinados é mesmo o Google, mas agora sabemos que ele é praticamente o único ganhador, pelo menos, no segmento de turismo online.
Não há OTA ou não OTA que resista a isso por muito tempo.
[]’s
Luís Vabo
Luis, muito oportunas, mas como as Otas estão conseguindo resistir desde 2000 , mais tempo que muitas agencias tradicionais ??? António
Porque elas não vivem do negócio em si, Antonio,
As grandes OTAs vivem da expectativa de seus investidores de engordar a empresa (buscando volume de vendas, reconhecimento de marca, conquista de market share etc.) para então vender o negócio para o próximo investidor.
É quase uma corrente de investidores…
[]’s
Luís Vabo
Caro Vabo
bom dia
De certo modo, fico frustrado quando um post trata de assuntos que são importantes, mas o meu conhecimento e dominio, não são suficientes para comentar.
Mas, o que posso afirmar é que os agentes responsaveis, investem em tecnologias, num patamar muito mais elevado do que o necessário, e na maioria é um investimento com retornos pifios.
Todos os papeis do nosso trade se inverteram, e como voce sempre pontua…precisamos nos inovar, reciclar, renovar etc.etc…..todos esses canais se esgotaram, e o que vejo na pratica, hoje há canais que lucram indiretamente muito mais do que nós agentes de viagem.
Embora muito se fala a respeito das OTA´s não podemos esquecer que estamos num sistema em que as oportunidades são para todos, o que incomoda é quando não há transparencia e honestidade nas ações.
Nosso trade promove, tantos encontros, foruns, simposios, encontros com personalidades seja de governo que fornecedores, onde são apontados os diversos entraves, mas nada acontece, fica sempre somente um “encontro de tapinha nas costas”, e tudo volta a ser como é……ou seja, sem mudanças a nosso favor.
forte abraço
Prezado Rocco,
Seu comentário demonstra claramente que você sabe do que está falando.
Todos podemos ter opiniões, convergentes ou divergentes, a respeito de temas tão complexos quanto atuais, mas o importante é nos posicionarmos, como você sempre o faz, pois é no debate de ideias e opiniões que temos chances de evoluir.
Aguardamos você no Fórum Panrotas.
[]’s
Luís Vabo
Rocco, perfeito o seu relato.
Novamente a questao…. ser MUDERNO e nao ser pro ativo.
O que vejo é muito papo, muita enrolação, muita nomenclatura e de positividade nada aparente e positiva.
Repito tal qual no futebol, o que vale é Bola na rede…e isso esta dificil de conseguir.
Nao sou contra as inovações e as positividades que a tecnologia vem trazendo dia a dia…o que nao gosto é das capacidades humanas serem colocadas de lado em prol de supostas e novas tecnicas tecnologicas.
Abraços!
Parabens! É respeitavel ler uma opiniao de quem possui experiencia nesse campo, e colocada de forma a fazer o meio turistico “pensar”. POis no geral, ao desejar ser OTA a maioria esquece de que dependerá da busca incessante e diaria por clientes impessoais, e isso leva a custos enormes, como os citados.
É isso mesmo, Oldemar,
As OTAs gastam dinheiro de fundos de investimento, capital de risco que busca engordar o negócio para passar adiante.
OTA não é negócio para agentes de viagens, é negócio para especialistas em M&A (“merge and acquisitions” ou fusões e aquisições).
[]’s
Luís Vabo
Luis Vabo, nao é difícil fazer as contas, mas também não é tão simples como a conta apresentada acima.
Como profissional de Turismo que investe no Google Adwords desde seu início no Brasil, parabenizo por abrir a discussão, mas discordo de você.
É importante refletirmos sobre 3 pontos:
1 – A publicidade traz visitas ao site, que podem adquirir o produto anunciado ou outros e a ferramenta do Google permite acompanhar métricas que mostram quantas páginas forma vistas por cada visitante que o anúncio gerou. Se for feito um trabalho aprofundado, é possível acompanhar o caminho percorrido pelo visitante no no site até uma compra ou abandono. Este acompanhamento é fundamental para o sucesso de ações de marketing online das OTAs e OTIs.
2 – No caso do turismo sem venda online ( maioria das agências brasileiras) a métrica não é o ROI, mas sim leads e formulários de contato enviados. Tenho experiência que anúncios do Google Adwords aumentam em 30% os telefonemas para as empresas.
3 – o E-bay declara que a ferramenta do Google Adwords é ineficaz, mas afirma que “clientes que ainda não tinham adotado o eBay como plataforma de compra (com seis aquisições ou menos nos últimos 12 meses) responderam positivamente à publicidade.” Seria oportuno se o e-bay divulgasse quantos clientes visitam diariamente o site vindo de publicidade x os que digitam o endereço do e-bay.
É preciso entender que o Google Adwords é uma das melhores ferramentas de publicidade online que temos atualmente, a que mais converte vendas e a dificuldade está em usar por completo os recursos, nao apenas comprar palavras-chaves e criar anúncios genéricos. Os grandes investimentos só existem porque dão retorno. E o melhor: a ferramenta também pode ser usada por pequenos players, que podem se beneficiar se explorarem nichos.
Atualmente o Brasil tem excelentes profissionais que estudam e conhecem profundamente o Adwords, e as grandes empresas podem se beneficiar deste sistema de publicidade se souberem encontrar os profissionais certos.
O desfio da publicidade online é esquecer a comunicação de massa e entender a entrega personalizada ou de nicho.
Anunciantes pequenos que não usam um mix de marketing com mídias offline tem se beneficiado muito do uso do Google Adwords, com investimentos baixos e retorno medido na ponta do lápis. Ainda há muita falta de informação sobre o programa do Google Adwords para grandes e pequenos.
Para quem quiser estudar, seguem dois links: https://support.google.com/adwords/certification/bin/static.py?hl=br&hlrm=pt&page=examstudy.cs
Blog do Adwords Brasil: http://adwords-br.blogspot.com.br/
Quem quiser também pode me perguntar que estou aberto a troca de idéias.
Abraços,
Ale Gigante
Alexandre Gigante,
Agradeço por seu comentário, em especial por discordar do conceito do post.
Acredito que é na discordância que debatemos ideias e avançamos, mas sinto que, neste caso, eu estou apenas envolvido com o conceito, enquanto você está comprometido com ele.
Como não sou especialista no tema, abordei aqui o que eu suspeitava já há muitos anos (13 anos para ser preciso), sobre o modelo de negócio de publicidade online e o Google foi usado apenas como referência, por tratar-se do maior “player”, o mais caro e o que dá menor retorno em relação ao valor investido.
Acredito que uma campanha bem elaborada, com a participação de profissionais especializados (você, por exemplo) ou de empresas que exploram este nicho (a UPPII Marketing, por exemplo), podem trazer um resultado melhor do ponto de vista de visibilidade e reconhecimento de marca, um trabalho que, no médio prazo (no caso da Decolar foi no muito longo prazo) pode trazer um resultado institucional interessante.
Já investir em Google Adwords, ou em outra publicidade online do mesmo tipo, imaginando que a visitação direcionada de links patrocinados será suficiente para gerar vendas (cuja rentabilidade média beira os 10%) que remunerem a operação e a campanha de marketing em si, francamente, não me convence.
Acho que o slogan abaixo faz todo o sentido, mas não somente com Adwords…
“Trabalhamos para empresas que sabem que devem procurar seus clientes ativamente, de forma inteligente e elegante, para encantá-los cada vez mais.“
[]’s
Luís Vabo
Obs.: Apareça mais vezes por aqui, incluindo outros temas.