A forma de gerenciar o nosso próprio tempo muda ao longo dos tempos.
Lembro-me de quando eu batia no peito e dizia que “não preciso de mais do que 5 horas de sono por dia” e desatava a virar noite trabalhando (e ainda carregava alguns incautos comigo), pois considerava dormir uma perda de tempo, já que “eu tinha muita coisa pra fazer”.
Afora o fato de que continuo com muitas coisas a realizar, hoje administro o meu tempo de forma bem diferente do que há somente 10 ou 15 anos atrás, e estou certo que a maioria das pessoas também divide seus horários de outra maneira, já que agregamos tarefas, atividades e novas responsabilidades a cada dia.
Quando adolescente, aprendi em casa que o dia deveria ser dividido, aproximadamente, em 3 etapas de 8 horas cada:
8 horas para trabalhar
8 horas para não trabalhar
8 horas para dormir
A vida era simples assim.
Hoje observo as pessoas, em especial a geração que está começando a chegar ao poder (econômico), consumindo seu tempo de forma menos clara, mais difusa, mais misturada, mas se somarmos as atividades realizadas ao mesmo tempo, como um videoclipe, com muito mais interrupções do que nunca, com nível baixíssimo de concentração e foco, vejo mais ou menos o seguinte:
6 horas para trabalhar
6 horas para navegar
6 horas para não trabalhar
6 horas para dormir
É por aí, as pessoas parecem trabalhar mais (todos dizem que “ralam” mais e ficam mais tempo no escritório), mas também distraem-se mais, desfocam mais, são interrompidas a todo momento (se deixam interromper) por colegas presentes, pelo telefone, pelo Skype, pelo SMS, pelo What’sApp, pelo Twitter, pelo Facebook, pelo Google, pela web…
Numa reunião, não conseguem manter, por mais de 15 minutos, uma conversa, análise ou debate, que exija reflexão e aprofundamento em um determinado tema, porque as atrações de atenção estão por todo lado: no próprio monitor onde se desenrola uma apresentação, nos laptops abertos na frente de todos, nos smartphones vibrando enlouquecidamente a cada 5 ou 10 minutos…
Se computarmos esse tempo, observo que, das 6 horas diárias na internet, 2 horas são desviadas do trabalho e outras 2 horas são roubadas do lazer (ok, navegar pode ser lazer) e as outras 2 horas são afanadas do sono, e aí está formado o cenário: profissionais muito bem preparados, com muita informação, multifacetados, mas cansados, insones, distraídos e, às vezes, fatigados durante o trabalho.
Mas acredito sempre que esta é uma fase de transição e todos nós aprenderemos, mais cedo ou mais tarde, a lidar com a viciante avalanche de informação, de distração e de possibilidades que nos mantém grudados na telinha (do iPhone ou mini-iPad, não é mais a da TV…).
.
Excelente insight.
Ofacebook, podemos afirmar, sem duvida alguma, é o maior ladrão de energia vital do povo “de hoje”. Digo isso, porque não sou velho, mas me considero “de ontem”, porque fiz opção pelo MUNDO REAL.! Afinal se o Cosmos tem 16 bilhoes de anos, e vivemos apenas uns 75 anos,,,,porque nao usarmos o virtual apenas para o ultranecessario, e nos preocuparmos sim, em viver a vida real?
Oldemar,
Gostei do tom filosófico.
É por aí que penso também, apesar de me sentir um tanto escravizado pela tecnologia.
[]’s
Luís Vabo
Se me permite vou copiar meu comentario (por pura economia de energia vital…) e cola-lo no blog do Mauricio Werner, que de outra forma , está abordando o mesmo tema, em sinergia total com você.
É verdade, Oldemar,
O vídeo que o Mauricio postou, apesar de humorístico, reflete bem o que está acontecendo com muita gente.
[]’s
Luís Vabo
Acho que há casos e casos. Para determinadas funções e tipos de trabalho o facebook é imprescindível (refiro-me ao seu uso para fins profissionais e não de lazer). Dependendo do tipo de atividade precisamos falar com pessoas espalhadas pelo mundo e a internet facilita muito a tarefa, economizando tempo precioso. Ler o que nos interessa, filtrar informações e responder quando necessário também faz parte da (boa) formação profissional. Como a tecnologia nos permite levar o escritório (e o trabalho) para qualquer local e qualquer horário, penso que podemos (alguns, pelo menos) alterar a rotina de trabalho em função disso. Se levo o escritório comigo para qualquer lugar significa que não preciso estar no escritório o tempo todo. Por exemplo, pela manhã, das 09h00 às 10h30, eu teria que ler e responder emails do dia anterior, ler as notícias, preparar a agenda. Hoje, com a ajuda da tecnologia, posso fazer isso em casa, ou seja, não preciso estar no escritório às 09h00 da manhã. Claro que isso depende da atividade de cada um, mas parece óbvio que o próprio conceito de “trabalho” precisa mudar. Eu, por exemplo, produzo muito de madrugada e, consequentemente, muito pouco pela manhã. Se meu tipo de trabalho permite isso não vejo nada de errado, apenas significa trocar os horários e não abandonar tarefas! Enfim, com todos os transtornos, havendo um pouco de disciplina ainda acho que a tecnologia, e, principalmente, as redes sociais, ajudam mais que atrapalham, melhoram a produtividade. Basta querermos fazer direito e apresentar resultados. A forma pouco importa. Luís: é um fato científico, entretanto, que depois de certa idade passamos a ter menos necessidade de dormir. As oito horas da juventude (até os 40) passam a representar seis na idade adulta (após os 40 anos) sem nenhum prejuízo para o trabalho, o lazer ou a saúde. Eu acho! Repito, é preciso disciplina e, evidentemente, deixar de prestar atenção constante ao smartphone durante reuniões, almoços e encontros, o que também exige disciplina.
Um abraço.
Rui,
Apesar de concordar com você, acho que a maioria absoluta das pessoas não tem qualquer disciplina para isso.
E esta questão de horas de sono tem muito a ver com o nível de atividade diária.
Passei dos 40 (aliás, dos 50), mas estou longe do ideal que imaginei, aos 25, para o que seria minha vida aos 50.
A cada dia trabalho mais… (provavelmente também sou indisciplinado neste assunto).
[]’s
Luís Vabo
Boa Noite Vabo
Desculpe colocar um assunto diferente do teu mas…. é uma postura vergonhosa deste empresa
Da Folha
TAM vende passagens aéreas mais caras para brasileiros
RICARDO GALLO
DE SÃO PAULO
A TAM colocou à venda passagens aéreas para cidadãos estrangeiros mais em conta do que para brasileiros –a passagem para brasileiros sai até 400% mais cara.
Procurada, a companhia aérea disse que ocorreu um erro no sistema de disponibilização de tarifas, causando uma grande diferença nos preços, para iguais trechos, nos sites do Brasil e do exterior.
Uma das rotas mais caras do Brasil, a ponte aérea entre Congonhas e Santos Dumont, saía a R$ 232 para quem comprasse o bilhete no site da empresa dedicado aos Estados Unidos, para embarcar no mesmo dia o que em geral tornaria a passagem muito mais cara. Para brasileiros, no entanto, o mesmo voo custa 400% a mais: R$ 1.263, com taxas.
Entre o aeroporto de Congonhas, na zona sul de São Paulo, e Porto Alegre (RS) o preço para brasileiros era de R$ 864,14, enquanto para estrangeiros era R$ 316, o que corresponde a 63% menos. O mesmo ocorre em voos para Brasília.
Ontem a Folha tentou comprar um bilhete mais barato no site dos EUA, mas a informação foi que o cartão de crédito com origem no Brasil não era aceito.
A história veio à tona na tarde desta terça-feira, quando uma campanha no Facebook acusou a TAM de praticar preços distintos para o mesmo produto.
PAGOU A MAIS
Para Maria Inês Dolci, coordenadora institucional da Proteste, os consumidores que tiverem pago mais caro pelo bilhete podem reivindicar o preço mais barato adotado para os estrangeiros. O artigo 31 do código diz que, se houver divergência de preços, o consumidor arcará sempre com o mais baixo. Questionada, a TAM reafirma que houve um erro no sistema.
A Folha procurou a Senacon (Secretaria Nacional do Consumidor), do Ministério da Justiça, que disse que cobrará explicações da TAM. Se constatada infração ao código de defesa do consumidor, a companhia poderá ser multada em até 6,2 milhões.
Luís,
Acredito que o vídeo abaixo apresenta de forma clara, como a nova geração se comporta diante da variável “tempo”, no algoritmo de suas vidas.
http://m.youtube.com/watch?v=F12DAS-ZNDY
[]’s
RL
De certa forma, sim, Roger,
O que este vídeo não mostra, e percebi isso desde a primeira vez que o assisti, é o que esse estilo de vida (e de divisão do tempo) significará na vida dos Millennials, daqui a somente 20 anos…
De qualquer forma, refiro-me no post, ao fato de que todos (de todas as gerações e estilos de vida) estamos envolvidos com esta paranoia de vivermos literalmente dentro da internet.
[]’s
Luís Vabo
Caro Luis
Muito oportuno o teu comentário. Acho que, o ritmo que queremos imprimir a nossa vida, até que idade trabalhar, etc., é uma questão muito pessoal. Não há certo ou errado.
No entanto, acho que, “como” trabalhar…como ser mais eficaz no trabalho, é algo que todos deveriam interessar (ou preocupar) a todos. Só posso falar da minha experiência pessoal, mas, foquei a minha vida profissional inteira em como ser mais produtivo, como ser mais eficaz, como usar a tecnologia a meu favor (tive o meu primeiro e-mail na empresa, em 1988 – na pré história da informática), ou, usando um chavão futebolístico, tentando sempre fazer a bola correr mais do que o jogador, e não me arrependo do esforço feito nesta direção. Isto, no entanto, exigiu muita disciplina, minha e dos meus colaboradores, para evitar distrações em reuniões, com notebooks e celulares (antes da época dos smartphones). Com isto se conseguia focar no problema e tornar as reuniões (e, em consequência, todo o dia de trabalho) mais produtivas…com intervalos regulares, para verificação de e-mails e telefonemas.
Em suma, acho que é, de fato, uma questão de disciplina e foco no que realmente é importante. Sempre dá resultado.
Disciplina, Darci,
Isso é virtude que falta à maioria absoluta das pessoas (onde me incluo).
Gostaria muito (e bem que tento…, ok, sem muito empenho) desapegar-me da internet, mas acho que já vivo dentro dela e, de vez em quando (muito raramente) dou uma escapulida, para ver como anda o mundo lá fora.
E o que vejo? Muitas outras pessoas fazendo igual ou pior…
[]’s
Luís Vabo
Luís Vabo
Muito bem colocado o tema principalmente seu comparativo de 10/15 anos atrás para os dias de hoje. Parabéns.
Paulo Machado
Está sumido, meu amigo Paulo Machado,
Bom receber seu comentário por aqui.
Apareça mais vezes.
[]’s
Luís Vabo
Prezado Vabo,
As pessoas, quaisquer que sejam os motivos, estao empobrecendo no quesito qualidade de vida (tempo util x jornada profissional; qualificacao pessoal x relacionamento geral; vida digna x vencer na marra; etc).
A frustracao intima leva a caminhos perigosos, que passam daquela e podem chegar as drogas, suicidio etc. As tecnologias alimentam as ambicoes e o modelo ‘vendido’ como certo, muitas vezes leva ao erro.
As familias sofrem as panes principais porque, ao inves de ser centros da vida, se transformam em extensoes do trabalho: sonegam-se atencao, amor e respeito; colhem-se desprezo, distancia e indiferenca.
Gosto de simplificar minha teoria: antigamente, um medico cuidava de dez doencas; hoje, dez medicos cuidam de uma so… Pode ser o certo. Mas tambem tende a ser errado. O que fazer, entao?
Gostaria de saber opinar o melhor para cada um, mas essa experiencia e pessoal — e deve ser extraida do que foi feito (ou vivido) ate agora. Se voce esta bem assim!… se nao, busque a alternativa familia.
Com as Bencaos do Senhor e meu respeitoso abraco,
Marcos Estevao Vajas Hernandez
Manchester-UK + 44 79 7973.3380
obs.: ha aqueles que levantam mais cedo para ter mais tempo de nao fazer nada…
Filosófico, meu caro Marcos Hernandez,
No fundo, é a verdadeira integração entre as pessoas que perde.
Trocou-se o significado de “relacionamento” por trocar mensagens através de um site com conhecidos e estranhos, todos chamados “amigos”…
[]’s
Luís Vabo
Prezado Vabo,
As pessoas, quaisquer que sejam os motivos, estao empobrecendo no quesito qualidade de vida (tempo util x jornada profissional; qualificacao pessoal x relacionamento geral; vida digna x vencer na marra; etc).
A frustracao intima leva a caminhos perigosos, que passam daquela e podem chegar as drogas, suicidio etc. As tecnologias alimentam as ambicoes e o modelo ‘vendido’ como certo, muitas vezes leva ao erro.
As familias sofrem as panes principais porque, ao inves de ser centros da vida, se transformam em extensoes do trabalho: sonegam-se atencao, amor e respeito; colhem-se desprezo, distancia e indiferenca.
Gosto de simplificar minha teoria: antigamente, um medico cuidava de dez doencas; hoje, dez medicos cuidam de uma so… Pode ser o certo. Mas tambem tende a ser errado. O que fazer, entao?
Gostaria de saber opinar o melhor para cada um, mas essa experiencia e pessoal — e deve ser extraida do que foi feito (ou vivido) ate agora. Se voce esta bem assim!… se nao, busque a alternativa familia.
Com as Bencaos do Senhor e meu respeitoso abraco,
Marcos Estevao Vajas Hernandez
Manchester-UK + 44 79 7973.3380
obs.: ha aqueles que levantam mais cedo para ter mais tempo de nao fazer nada…
Filosófico, meu caro Marcos Hernandez,
No fundo, é a verdadeira integração entre as pessoas que perde.
Trocou-se o significado de “relacionamento” por trocar mensagens através de um site com conhecidos e estranhos, todos chamados “amigos”…
[]’s
Luís Vabo