AS OPÇÕES PARA O EMPRESÁRIO AGENTE DE VIAGENS

Este texto é, de certa forma, uma continuação detalhada do post anterior, que mexeu com as convicções de alguns leitores e gerou dúvidas em outros: BATE-PAPO NO TWITTER COM UM AGENTE DE VIAGENS ANTENADO

O cenário não é bom.

Não navegamos em céu de brigadeiro há anos, talvez décadas.

Diante de tantas dificuldades (não é preciso enumerá-las aqui, pois você as conhece bem), o empresário agente de viagens se vê às voltas com poucas alternativas.

Uma delas (talvez a principal) é resistir e, de forma coesa (alô, ABAV!), trabalhar as iniciativas que têm, efetivamente, potencial para mudar o mercado, conforme sugeri no post anterior e detalho abaixo:

1 – Iniciativa Tributária
A desoneração fiscal, já aplicada a diversos outros setores da economia brasileira, tem potencial para aliviar as médias e grandes agências (as pequenas agências já são beneficiadas pelo Super Simples).

2 – Iniciativa Comercial
A cobrança de taxa de emissão nos portais das cias. aéreas, além de significar um princípio fundamental de isonomia (regras iguais para concorrentes na mesma atividade), tem potencial de receita extra para o caixa das cias. aéreas e de recolocar os agentes de viagens de volta ao jogo principal da distribuição, o que também significa economia na distribuição para as cias. aéreas, pela capilaridade de milhares de agências.

3 – Iniciativa Institucional
A regulamentação da profissão do agente de viagens, pleito quase tão antigo quanto a atividade em si, promoverá o reconhecimento do mercado consumidor (e da sociedade em si) ao valor de seu serviço e estimulará a autovalorização profissional, itens importantes num pacote de ações para recuperação do negócio em si.

4 – Iniciativa Autorreguladora
A fiscalização das entidades de classe sobre as práticas lesivas aos clientes (maquiagem de bilhetes, “mark ups” fraudulentos, desvio de reembolsos etc.), praticadas por alguns poucos, mas que denigrem toda a categoria profissional, servirá como medida preventiva às ações baseadas no C.D.C., bem como valorizará a imagem do agente de viagens como profissional sério e confiável.

Outra alternativa, já utilizada por muitos empresários agentes de viagens, é a diversificação, com atividades geralmente complementares ou afins, como operadora turística, turismo receptivo, programas de incentivos, representação de destinos, operação de eventos etc.

Há ainda a opção de diversificação mais profunda, com outros negócios funcionando paralelamente ao agenciamento de viagens, como corretagem de seguros, administração patrimonial, compra e venda de imóveis, consultoria de RH, gestão de despesas, entre outros.

O que existe em comum nessas alternativas é a utilização dos pontos mais fortes da agência de viagens, como a qualificação do pessoal, o conhecimento tecnológico e o relacionamento comercial, para desenvolver e prosperar em outro empreendimento.

A questão agora é saber o que seria mais interessante para você e sua agência de viagens:

(   ) Resistir como agente de viagens e ajustar-se às mudanças?

(   ) Diversificar com outros nichos da sua atividade principal?

(   ) Diversificar com outros negócios diferentes?

(   ) Todas as alternativas anteriores

(   ) Nenhuma das alternativas anteriores

Obviamente, não tenho a menor pretensão de estimular esta ou aquela opção, mas sugiro que você faça sua escolha intimamente.

Você não precisa contar pra ninguém…

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Luís Vabo

Entusiasta da inovação, do empreendedorismo e da alta performance, adepto da vida saudável, dos amigos e da família, obstinado, voluntário, esportista e apaixonado. Sócio-CEO Reserve Systems 📊 Sócio-fundador Solid Gestão 📈 Sócio-CFO MyView Drones 🚁 Sócio Link School of Business 🎓 Conselheiro Abracorp ✈️

7 thoughts on “AS OPÇÕES PARA O EMPRESÁRIO AGENTE DE VIAGENS

  1. Boa tarde Luís…
    Sempre leio seus posts com bastante atenção, pois você está sempre procupado com o futuro dos agentes de viagens, sempre defendendo o interessem em comum. Parabéns.
    Sou formado em Turismo e Hotelaria, e trabalho com agencias de viagens ha 7 anos. Acredito que o mercado de agencias de viagens é muito acomodado, poucos são os emresários do meio que tentam evoluir… vejo isso pois trabalhei em agencas que estão 20 anos no mercado e vivem reclamando, ameaçando fechar as portas… mas não são capazes de abrir a porta para ver se o cenário lá fora mudou.
    Hoje eu estou envolvido em um projeto de implantar agencias de viagens dentro de uma rede de mega lojas de departamentos. Foi uma iniciativa minha, pensei… o não eu já tenho, vou buscar o sim. Estamos desenvolvendo o projeto desde dezembro de 2012, e devemos iniciar as atividades em 30 dias apenas matriz, fazendo assim um estudo piloto, e depois colocar a agencia em todas as 52 lojas a rede possui. Todo está sendo muito bem elaborado e com todos os pingos nos “is”… Acredito que quando bem estudado e trabalhado, tem espaço para todos crescerem e não fecharem suas portas…. vou tocar esse projeto, em 03 meses te mando noticias se está ou não dando certo.
    “A água parada forma um pântano, a mente que não pensa forma um tolo” acho que é melhor mantermos nossa mente pensando, um caminho sempre existe, basta procurarmos, ou termos forças para abrir.
    Forte abraço.

    Rafael.

  2. Boa tarde Luis,

    Os empresários agentes já vem resistindo a muitos anos e muitos continuam ai, superando as dificuldades e as mudanças, mudando de rumo, acertando e errando.

    Acho que qualquer caminho tomado deve ter como base exatamente o que você disse, qualificação do pessoal, tecnologia e excelência no atendimento. As outras iniciativas citadas, são necessárias mas infelizmente não dependem só de nós.

    Acredito no caminho da diversificação porém com especialização. Não adianta diversificar os negócios sem qualidade, sem especialização.

    Penso que os agentes de viagens devam cada vez mais se especializar, buscar alguns poucos nichos de mercado que possam ser reconhecidos como especialistas e onde poderão, quem sabre, até virar um pequeno operador ou cobrar por sua consultoria diferenciada.

    Abrs

    1. É verdade, Pablo,

      Existem diversas alternativas de diversificação, mas em qualquer uma delas, o aprofundamento e a especialização são fundamentais para ter êxito.

      []’s

      Luís Vabo

  3. Prezado Luis. Muito positivo vc instigar o trade com seus pensamentos sempre com grande percepção do que está ocorrendo.
    Eu, inseriria, mais um item, ali acima para ser escolhido: ( ) INVENTAR um caminho que seja seu, e escrever a sua historia.
    É o que estamos fazendo em nossa empresa pela terceira vez em 22 anos.
    1) em 1990, nos lançamos a ideia de franquias em turismo, no brasil;
    2) em 1996, nos (sozinhos) fomos os lançadores do modelo “Home based”;
    3) em 2013, estamos finalizando os procedimentos para lançar o modus operandi, que chamaremos de CLOUD IN TRAVEL: Um central que controlará sua rede nacional de agencias, de onde cada responsavel pelos setores estiver, SEM necessidade de bases fisicas……sem estrutura fisica megalomaniaca, utilizando um artificio que o mundo dos negocios utiliza desde os primórdios,,,,Terceirização de procedimentos; eliminação de papelada inutil(exceto contratos originais)pela troca pelo arquivo virtual; e, assim como a Nike, que nao possui fabricas e é a maior em artigos esportivos, não vemos necessidade de possuir uma sala com 100 peoezinhos para produzir produtos, atender, emitir, controlar, etc. A terceirização toma conta destas etapas, e a nossa administração controla da nuvem onde estivermos………………….!!!!!!!

    1. Interessantíssimo, Oldemar,

      Na verdade, ao estabelecer uma nova opção entre as que elenquei, você selecionou ( ) Nenhuma das alternativas anteriores… porque você escolheu o caminho da inovação, que não estava entre as alternativas mais usuais.

      Gostaria de conhecer mais detalhes do conceito Cloud in Travel.

      []’s

      Luís Vabo

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