A intermediação (de qualquer atividade) está com os dias contados…
Não sou (somente) eu quem diz, mas Ricardo Jordão Magalhães do portal BizRevolution, um pensador meio maluco, totalmente fora da caixa, polêmico e controverso, mas que precisa ser lido de vez em quando, nem que seja para discordar ou até para concordar (também de vez em quando).
“Grande novidade”, você dirá. A internet destruiu a intermediação clássica, aquela de quem se coloca no meio (intermédio) de um comprador e um vendedor (de qualquer coisa).
Estão aí diversas revoluções presentes em nosso cotidiano:
Na corretagem de imóveis
Portais na internet substituem os classificados (com fotos, vídeos e mapas) e aproximam compradores e vendedores de imóveis.
“Não aceito corretor”, informam muitos proprietários ao anunciar seu imóvel na web.
Na compra e venda de automóveis
Portais na internet expõem, com nível de detalhes, fotos e informações organizadas que permitem fácil comparação, as ofertas de vendedores para os interessados em trocar de carro.
“Quem confia em vendedor de automóvel?” é o que você se pergunta ao pensar em vender seu carro, não é?
No agenciamento de viagens
Portais na internet oferecem o conteúdo de cias. aéreas e hotéis e… (acho que posso pular este pedaço).
Na produção e distribuição de música
Artistas antenados podem fazer o que fez a Beyoncé este fim de ano, que quebrou um paradigma centenário da indústria fonográfica… (sugiro ler o texto do Ricardo Jordão abaixo).
“O quinto álbum de estúdio da Beyonce foi lançado com exclusividade na iTunes na última sexta-feira sem nenhuma promoção de marketing.
Pela primeira vez na história da música, o artista não teve que ir até o Faustão rebolar com playback, pagar a rádio para tocar nas mais vendidas, ou babar o ovo para os críticos falarem bem do seu trabalho.
Beyonce simplesmente lançou o novo trabalho quando estava pronto, e… quebrou todos os recordes mundiais de venda de música. Em apenas três dias, ela vendeu 828.773 cópias do seu novo disco.
Em um mundo onde “ninguém” mais compra música, o disco da Beyonce faturou mais de 13 milhões de dólares em 72 horas!!!
O lançamento foi totalmente fora da curva. O novo disco traz 14 novas músicas e 17 novos vídeos clipes!!!
É isso mesmo, ela não lançou um novo clipe para promover o álbum, ela lançou 17 novos video clipes junto com o álbum!!!
Não teve essa de “música de trabalho”, ela lançou tudo de uma vez!
A iniciativa inédita deu super certo. Nas primeiras 24 horas do lançamento do disco mais de 1.2 milhões de tweets sobre a Beyonce já haviam circulado no Twitter. ANIMAL!!!
O álbum está em primeiro lugar em vendas em 104 países, dos 119 que a iTunes está presente.
O que podemos aprender com a Beyonce?
“Eu não queria mais lançar a minha música da maneira que sempre foi feita. Eu estava cansada disso. Eu estava me sentindo capaz de me comunicar diretamente com o meu público, sem necessidade de intermediários. Normalmente existem várias coisas que a indústria coloca entre o artista e os fãs, eu estava de saco cheio disso tudo. Eu não queria mais que ninguém passasse a minha mensagem para o público quando o meu disco fosse lançado. Eu queria que o lançamento do disco fosse uma coisa entre eu e os meus fãs.”
Em 2014 os intermediários continuarão a desaparecer !
Em 2014 a indústria, cansada do pedágio cobrado pelos varejistas, vai vender direto! O varejo, cansado da lentidão dos fabricantes para lançar novidades, vai comprar direto das fábricas e colocar a sua marca. Os clientes, cansados da falta de disponibilidade de produtos no varejo, vai comprar direto dos importadores ou de qualquer lugar do mundo via internet.
Em 2014, corte os intermediários que existem entre você e os clientes que usam os seus produtos e serviços.
Vá direto! Não terceirize o relacionamento com os seus clientes nem a pau!
Vendas funciona como um telefone sem fio: você conta a história do seu produto para o seu atacadista, ele conta para o varejista do jeito que ele acha mais conveniente e o varejista então conta a história para o cliente final como se fosse um boato.
Colocar o seu destino nas mãos de uma turma muito louca que não tem tempo para se importar com a história do seu produto é loucura.
Bem vindo Apple Store, Samsung Store, Nokia Store, LG Store, HP Store, Microsoft Store entre tantas outras que estão a caminho.
Em 2014 vence quem tiver relacionamento direto com os clientes.
Em 2014 corte os intermediários! Eles não vão fazer falta nem para você e nem para ninguém.”
Obs.: Texto escrito por Ricardo Jordão Magalhães e publicado no portal BizRevolution.com. Seu conteúdo não representa necessariamente a opinião deste blogueiro mas, conforme pontuei no início deste post, seus dados e conceitos nos fazem refletir…
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Prezado Vabo,
Como sempre comentários pertinentes e que nos fazem refletir.
Concordo que realmente alguns intermediários não se farão mais presentes. Porem o autor esquece de dois quesitos básicos. 1o. Na musica a concorrência é diferente, ou você gosta ou não. No mercado em geral há produtos muito similares (como as passagens aéreas) muitas vezes o que faz o consumidor decidir é o “intermediário”, e a forma como ele consegue inserir o produto no mercado. 2. Países com dimensões continentais como o Brasil tendem a ter dificuldade de inserção em algumas regiões e o custo para manter uma estrutura própria é maior do que terceirizar (há toda uma estrutura por trás da internet).
Enfim na minha opinião itens com nenhuma concorrência ou que se vendem sozinhos (ou melhor que a marca se vende sozinha, ex Coca Cola) terão o numero de intermediadores diminuídos drasticamente nos próximos anos, porem a terceirização de serviços ou intermediação de vendas ainda me parecem a melhor opção para 90% do mercado em geral pelo baixo custo e pelo foco OPERACIONAL no negócio em si.
No nosso mercado tenho certeza que se as companhias colocassem no papel o custo de sua venda pela internet em canal próprio, o passivo trabalhista gerado entre outros custos pertinentes (se bem que acredito que elas já tenham isso) se dariam conta que somos uma estrutura com uma capilaridade maior e absurdamente mais barata de se manter.
Abraços
Alexandre Petkow
Concordo com grande parte de sua opinião, Alexandre,
Entretanto, não posso deixar de admitir que a intermediação da venda de passagens aéreas parece mesmo estar com os dias contados, só não podemos afirmar quando, mas é uma questão de tempo.
Apesar de lamentar por isso, pois também sou agente de viagens, acredito mesmo que aos agentes de viagens corporativas caberá um novo papel, de consultoria em gestão de despesas corporativas, um escopo muito mais amplo, mas que incluem as viagens corporativas.
Falaremos muito sobre isso este ano…
[]’s
Luís Vabo
Luís, recentemente adquiri uma smart TV, nenhuma novidade. Já veio com a Netflix instalada. Custei a experimentar. De repente, cancelei todos os pacotes de canais de filmes da operadora de TV a cabo (a “intermediária”). Agora tenho dezenas milhares de filmes em HD, entregues já com as legendas em português (todos), por um valor mensal tão baixo, difícil de acreditar. Esses canais de filmes, tipo HBO, estão com os dias contados. Incrível. Mais um intermediário que se foi, do dia pra noite.
Pois é isso, Moris,
Sem percebermos, a intermediação está sendo dizimada pelas novas tecnologias e pelas possibilidades que a internet trouxe a todos.
Cabe sentar e chorar ou navegar esta onda que veio para revolucionar as formas como todas as coisas são feitas.
Prefiro a segunda opção…
[]’s
Luís Vabo
Luis,
Sensacional seu texto.
O pior é que as mudanças estão acontecendo e muitas delas nem nos damos conta…
Abraços e ótimo final de semana!
Vlw, Paulo,
A verdade está aí na nossa frente todos os dias.
Bom fds,
[]’s
Luís Vabo
LV,
Parabéns pela coragem de abordar o tema da “corda em casa de enforcado”. Todos sabem (ou deveriam saber) que a intermediação na compra de passagens aéreas está com os dias contados. O que ainda emperra a discussão ampla e profunda da questão é a hipocrisia de parte dos “interessados”.Tenho certeza de que muitos dos que duvidam do fim dessa intermediação, já compram suas viagens diretamente na internet, nos sites dos fornecedores. Para além de ser quase sempre mais prático e barato, é constrangedoramente mais óbvio. Entretanto, quando se fala de agências corporativas é preciso ter cuidado, pois falamos de volumes estratosféricos e de grandes estruturas colocadas a serviço de grandes corporações, como você bem sabe. Nesse caso, adorei o caminho que você aponta ao sugerir que essas grandes agências devam transformar-se em gestoras de despesas corporativas. Há aí um enorme e lucrativo nicho, onde especialistas de verdade serão sempre muito bem-vindos.
Um abraço
Esta é a verdade, Rui,
O valor agregado ao trabalho do gestor de viagens corporativas está mesmo na consultoria, aliás sempre esteve, mas a questão é que a remuneração recebida pela intermediação sempre foi o “canto da sereia” e, por isso, mexer neste queijo sempre foi e ainda será complicado…
Mas já tem empresário de visão buscando alternativas e a gestão de despesas é a mais simples, direta, com menor risco e maior potencial de sucesso, entre as que vislumbro para o perfil das agências de gestão de viagens corporativas.
Afinal, gestão de viagens corporativas nada mais é do que a gestão de um tipo de despesa corporativa, então por que não ampliar o leque?
[]’s
Luís Vabo