ISSO NÃO ATENDE AO MERCADO CORPORATIVO !! (1)

Se existe uma coisa que anda na contramão das práticas (e das necessidades) do mercado de viagens corporativas, esta coisa chama-se prazo de reserva (ou prazo de emissão) curto demais…

Nada mais irritante para um executivo do que fazer um prosaico self-booking de um bilhete doméstico, para um voo vazio, daqui a 4 ou 5 semanas, e receber a informação do sistema da cia. aérea: “Esta reserva expira hoje às 23:59h.

O fato é que este é um prazo insuficiente para o diretor da área autorizar a emissão do bilhete.

Ou seja, o viajante corporativo faz a reserva com antecedência, seleciona a cia. aérea preferencial, escolhe a tarifa acordo da empresa, cumpre toda a política de viagens e recebe a ducha de água fria somente no final do processo.

O sistema notifica o diretor autorizador (que está em reunião de board, por exemplo) e, assim, somente acessa a reserva no dia seguinte de manhã, e a reserva expira…

Ao refazer o self-booking, o executivo descobre que a tarifa aumentou e, irritado, toma a decisão (que foge ao controle da turma do yield): ele convence o travel manager da empresa a negociar com outras cias. aéreas, cujos prazos de emissão são no mínimo razoáveis, entre 3 e 5 dias, conforme a tarifa.

Prazo de emissão curto demais desrespeita um procedimento básico de todas as empresas: o fluxo de autorização, online ou offline, exige um prazo maior que algumas horas, no mínimo entre 2 e 3 dias úteis.

Para as cias. aéreas, atender ou ignorar esta demanda significa ganhar ou perder market-share, justamente no mercado que ocupa 2/3 dos assentos de voos no Brasil.

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Luís Vabo

Entusiasta da inovação, do empreendedorismo e da alta performance, adepto da vida saudável, dos amigos e da família, obstinado, voluntário, esportista e apaixonado. Sócio-CEO Reserve Systems 📊 Sócio-fundador Solid Gestão 📈 Sócio-CFO MyView Drones 🚁 Sócio Link School of Business 🎓 Conselheiro Abracorp ✈️

16 thoughts on “ISSO NÃO ATENDE AO MERCADO CORPORATIVO !! (1)

  1. Sua percepção tem fundamento, pois o prazo deveria ser pelo menos 1 dia a mais. Por outro lado, as cias aéreas estão se protegendo do lado “Gerson”: o agente faz inúmeras reservas especulativas com prazo, e emite uma (ou nenhuma)….
    Eu sou do tempo, em que havia uma sistemática, que aos olhos de hoje soa muito estranha, e ajudou certamente a mandar as falecidas para o vermelho…Na época passada, de RG, VP e TR, o agente reservada em seu terminal “moderno” em tela preta DOS (amadeus, sabre, etc) e ELE mesmo colocava o prazo de reserva…..Havia casos de prazo para daqui a meses. A reserva ficava mofando, esquecida, e nao era utilizada, mas ocupou lugar, que na ultima hora, nao conseguia ser vendido…..

    1. Eu trabalhei em 3 companhias aéreas nesta época e era assim mesmo..a regra era dar a metade do tempo entre a reserva e a viagem. Acho que ficava mesmo muito tempo, e se perdia muito, porém como está hoje fica muito difícil trabalhar! Tanto no corporativo quanto no lazer. Causa stress, chateações desnecessárias nas negociações e retrabalho! Já tive cliente que disse que espera para a reserva ser confirmada e na hora que confirma colocamos uma “faca no pescoço dele” para ele pagar! Muito chato! Abraço!

      1. É a isso que me refiro, Juliana,

        Com o tempo, provavelmente você tenderá a buscar cias. aéreas cujo prazo de reserva permita sua gestão da autorização do cliente.

        Ou seja, para evitar essa chatice, a cia. aérea que pratica prazo curto perderá clientes.

        []’s

        Luís Vabo

    2. Oldemar,

      O conceito de “reserva” (de qualquer coisa) pressupõe um prazo, que obviamente, deve atender ao cliente, ao agente e ao fornecedor.

      O fato é que prazos exíguos não atendem ao modelo de negócio de gestão de viagens corporativas.

      Entre prazos estabelecidos pelos agentes (no passado) e prazos ridiculamente curtos, como algumas poucas cias. aéreas insistem em praticar hoje, existe o bom senso ou, melhor ainda, o prazo viável parao negócio.

      A cia. aérea que não enxerga isso hoje, paga com a perda de market share amanhã.

      []’s

      Luís Vabo

    1. Esse é o ponto, Viviânne,

      Não se trata de privilégio, mas de adequação às características do mercado, não é?

      Algumas cias. aéreas entendem esta demanda e, por isso, crescem naturalmente na preferência do viajante corporativo, para quem o processo de planejar a viagem é tão importante quanto a viagem em si.

      []’s

      Luís Vabo

  2. Mas é apenas a questão do prazo das cias que precisa ser mudado ou a burocracia dentro das empresas?

    Reserva feita e não garantida afeta, e muito, a gestão de receita (ou RM). Lembre-se que alguém poderia estar interessado em comprar efetivamente esse espaço na cia aérea, no hotel ou mesmo na frota de uma locadora.

    Acredito que as empresas brasileiras precisem evoluir na confiança dada a seus funcionários, na confiança da gestão de sua TMC e em algo que falta a todos: planejamento.

    Abs!

    1. Mestre GS,

      Não é propriamente burocracia o procedimento de delegação de autorização dentro de uma empresa, de qualquer porte.

      O que abordamos (e defendemos) aqui não são os longos prazos de reserva de antigamente – você é jovem e não deve lembrar 🙂 – mas prazos exequíveis para o simples fato de que, no mercado corporativo, uma pessoa faz a reserva e outra autoriza a emissão, diferentemente do mercado de turismo e lazer.

      O prazo de poucas horas só serve para direcionar o cliente corporativo para outra cia. aérea, este é o ponto.

      []’s

      Luís Vabo

      1. Eu agradeço pelo elogio, Mestre.

        Entendo que haja a necessidade de prazo para emissão, e se algumas cias aéreas não dão o prazo necessário acabam por perder o passageiro.

        O grande problema no Brasil, Vabo, é a pouca concorrência aérea…

        Abraços

  3. Concordo com você, prezado Autor. Dependendo do volume de viagens que temos, o prazo não atende. Além da tárifa aumentar, as cias aéreas estão mais em preocupadas em vender do

  4. Concordo com você, prezado Autor. Dependendo do volume de viagens que temos, o prazo não atende. Além da tárifa aumentar, as cias aéreas estão mais em preocupadas em vender do que em atender. O que fazemos aqui é monitorar continuamente as reservas e os prazos.

    1. Exato, Luciano,

      O monitoramento dos prazos das reservas é mesmo a prática mais usal dos consultores das agências de viagens corporativas.

      Mas como gerir um self-booking feito às 16:30h, com a reserva expirando as 23:59h, e o autorizador inacessível neste final de tarde?

      A reserva cairá, não tem jeito…

      []’s

      Luís Vabo

  5. Caro Vabo
    eis aqui você novamente com um tema que vai ao cerne de mais um “espinho” entre tantos que formam nossa roseira.
    Concordo com todos os depoimentos acima, mas devo confessar, aquilo que sempre vivo pregando, nós mesmos somos os grandes culpados, digo isso como agente e como usuário, não generalizando claro, somos muito mutáveis em nossas decisões.
    Lembrar de um passado arcaico, não é o caso, pois o mundo muda com uma rapidez na velocidade do som.
    20 ou 10 anos atrás as realidades eram outras, nossas ferramentas também, os agentes tinham VOZ , mais RESPEITO que aos poucos fomos perdendo, e que atualmente somos totalmente REFENS de ambos os lados…fornecedores e clientes.
    Mas, sendo otimista, na opera Madame Butterfly…na área “un bel di vedremo”….(espero)…..”la nave apparirá”……eu estou na orla da praia há muito tempo aguardando e na esperança que melhores dias virão…oxalá não me engane
    forte abraço

    1. Rocco,

      Os tempos são outros, com vantagens e desvantagens, mas penso que as práticas do mercado devem evoluir no sentido de estimular os negócios, facilitando a vida do cliente.

      O que vemos, neste caso, é exatamente o oposto, um procedimento que dificulta e, às vezes, impede o serviço ao cliente.

      Considero isso um desserviço ao viajante corporativo e, por consequência, ao agente de viagens corporativas.

      De quebra, prejudica a própria cia. aérea que pratica prazos curtos, pois, no médio prazo, acaba preterida tanto pelo consultor, que quer evitar o retrabalho de refazer a reserva, quanto do cliente de self-booking, que não tem tempo para conseguir a autorização da emissão do bilhete.

      Perdem todos.

      []’s

      Luís Vabo

  6. Pontos interessantes.

    É uma queda de braço. De um lado estão as agências e as empresas que desenvolvem ferramentas que atendem clientes (lazer ou corporativo); do outro lado as companhias aéreas.

    Os comentários acima trazem pontos favoráveis e desfavoráveis à alteração do prazo.

    Ora, se o dito prazo fosse exclusividade de apenas uma cia. aérea, o passageiro lesado mudaria sua preferência na próxima oportunidade, mas isso não acontece.

    A tecnologia está ao dispor de todos: passageiros, agentes de viagens e executivos aprovadores de viagens. Já existem aplicativos para smartphones simples nos quais é possível reservar voos e visualizar reservas aéras.

    Há oportunidades, no entanto, para aplicativos específicos para o executivo aprovador e para o agente emissor. Aliás, o contrário é verdade, as ferramentas atuais não se adequam à realidade “mobile”, impedindo que o executivo tome a decisão de aprovar a viagem de seu subordinado às 23:30, e mesmo que o executivo aprove por outros meios, pode não ser emitida por falta de agente emissor.

    Talvez seja o momento de planejar e desenvolver ferramentas que se adequem ao cenário atual e não de sugerir mudanças no cenário para que as ferramentas atuais possam ser utilizadas adequadamente.

    Se o mercado (ou o mundo) muda a todo instante, por que o fluxo de aprovação corporativo não pode mudar, ou melhor, se adaptar?

    1. Andrei,

      Na verdade, as funcionalidades as quais você se refere (self-booking e autorização via mobile e robô de emissão automática, entre outras) já estão disponíveis há alguns anos nos principais sistemas de gestão de viagens corporativas em operação no Brasil.

      A questão não é de ajustar o fluxo de autorização ou mesmo de trocar ou aprimorar as ferramentas.

      O ponto chave é até que ponto uma cia. aérea consegue mudar a cultura e a prática corporativa de um país?

      Estou seguro, e nossos dados estatísticos de 2013 (em breve serão publicados) demonstram isso, que as cias. aéreas que não se ajustam ao mercado corporativo acabam por perder market-share neste mercado.

      É inexorável…

      []’s

      Luís Vabo

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