“NÃO TEMOS MEDO DE MUDAR” X O QUE DEU CERTO NA ABAV EXPO (com notas de 0 a 10)

Artur já escreveu, desde sábado de manhã, sobre sua visão a respeito dos melhores e piores, mas preferi aguardar o final, que foi ontem, domingo, para postar a minha percepção sobre os 5 dias da ABAV Expo 2014, naturalmente considerando as minhas conclusões sobre o que visitei, experimentei, li ou ouvi a respeito.

ONIPRESENÇA DO MINISTRO DO TURISMO = Nota 10

Vinicius Lages estava em todos os lugares da ABAV Expo, participou do coquetel de abertura, manifestou apoiou à ABAV na batalha contra a compra direta pelo governo federal, assinou acordos internacionais, fez palestra na Vila do Saber, reuniu com as agências associadas Abracorp, recebeu homenagem da Braztoa, deu entrevistas à DM (Deus e o Mundo), onde citou as obras de infraestrutura e logística turística atualmente em andamento, entre outras revelações.

Defendeu com veemência o projeto do Ano Olímpico Brasileiro, ampliando para todo o ano de 2016 as ações e políticas geradoras de oportunidades para negócios e eventos nas áreas de esporte, saúde, medicina esportiva, laboratórios, suplementos, nutrição, práticas saudáveis, etc.

Montou, ao lado da “Ilha” Corporativa Abracorp, um mega-estande chamado Área Corporativa do Ministério do Turismo, com representantes dos “convention bureau” e dos parques de exposições dos estados, prontos a mostrar e a atrair os agentes e empresários produtores de eventos.

PARCERIA COM A ABRACORP = Nota 9,5

A “Ilha” Corporativa cresceu e apareceu.

Ponto para a Gol, que co-patrocina desde 2012 e muitos pontos para a Abracorp, que batiza, apoia, produz e garante o espaço do mercado corporativo dentro da ABAV Expo, o que inclui trazer mais de mil representantes de empresas, clientes das 31 agências associadas.

Assim, aos poucos, o mercado vem tomando conhecimento, ou melhor, vem reconhecendo onde está a maior fatia do bolo em viagens e turismo, conforme o Panrotas reconfirmou durante o evento: Gasto de visitante business é quatro vez maior que o de lazer.

Para melhorar e crescer ainda mais, em tamanho, relevância e conteúdo, as agências associadas Abracorp deveriam ser estimuladas a serem expositores na “Ilha”, que precisa ser rebatizada urgente (Mundo Corporativo Abracorp, Planeta Corporativo Abracorp, Qualquer Coisa Corporativo Abracorp, menos “Ilha”…).

EVENTOS PARALELOS = Nota 9,0

Compareci a apenas um evento paralelo, um showzaço da Luiza Possi (exuberante e intimista ao mesmo tempo), numa festa promovida pelo nosso parceiro Amadeus, que comprovou que os anos no Brasil estão transformando o Mario Ponticelli no mais brasileiro dos italianos.

VILA DO SABER = Nota 8,5

O novo nome do espaço dos painéis, palestras e debates sempre me remeteu a um nome de escola, de jardim de infância ou de programa de TV infantil. Apesar disso (ou justamente por isso), o nome vingou e hoje todos se referem ao ex-Congresso da ABAV pelo simpático título Vila do Saber.

E a Vila do Saber cresceu muito este ano, em quantidade de palestras, em variedade e em conteúdo, com palestrantes experientes do mercado, como um evento deste porte merece.

A posição, logo no início da exposição, foi um acerto que nos leva a pensar no por que não se pensou nisso antes. O teto fechado das salas valorizou a sonorização, embora o ruído da trepidação do ar condicionado (gelado, como deve ser) nas divisórias, prejudicou a audição em algumas sessões.

Apesar dos painéis promovidos pela Abracorp serem, já há 3 anos, os de melhor conteúdo para o segmento corporativo, é inexplicável que os painelistas não constem do link Palestrantes da Vila do Saber, no site da ABAV Expo.

PAINÉIS E PALESTRANTES = Nota 8,0

No primeiro dia, participei de um painel sobre a importância da certificação de qualidade nas agências de viagens, moderado pelo Noronha, craque no assunto, com debatedores de 3 agências certificadas ISO (Tour House, Solid e Tristar). Aprendi muito com essa palestra.

Também gostei muito da apresentação do André Carvalhal da CWT, também com 3 debatedores (BBTur, Tour House e Nívea), sobre o futuro do agente de viagens, pontuado por seu slide sobre a morte do agenciamento de viagens, muito corajoso e verdadeiro, que chamou a atenção da plateia para o papel das TMCs no relacionamento com os fornecedores (acordos, crédito, ATP, divulgação) e com os clientes corporativos (política de viagens, crédito, redução de custo, consultoria, emergências).

O debate acabou por evoluir naturalmente para as tecnologias de atendimento, reservas e gestão de viagens corporativas e, como não poderia deixar de ser, abordou o tal do “open booking” como a última panaceia a assombrar o mercado de gestão de viagens.

Por isso, assisti ao painel Self Booking X Open Booking, que confirmou que o mercado de gestão de viagens corporativas assiste ao crescimento do “open booking” como uma grande ameaça, quando deveria encará-lo como um desafio tecnológico que, uma vez resolvido, representará uma grande oportunidade de redução de custos, mantendo-se o controle da política de viagens, o fluxo de autorização, a gestão dos dados e os relatórios gerenciais.

Portanto, um desafio tecnológico, em processo de solução via “web crawler” integrado ao “self-booking tool”, nada mais do que isso.

ORGANIZAÇÃO E INFRAESTRUTURA = Nota 7,5

Estandes bem montados, alguns lindos e com boa estrutura, corredores largos como devem ser, piso e tapetes melhores, boa iluminação.

A oportunidade de melhoria está na sinalização, ainda deficiente, e no acesso à internet, praticamente inexistente.

Ao avaliar o “conjunto da obra” do que foi esta ABAV Expo, sinto que a Promo fez um bom trabalho e, o principal, tem melhorado a cada edição.

PRAÇA DE ALIMENTAÇÃO = Nota 7,0

Grande, espaçosa, com boa diversidade e muitas mesas e cadeiras, atendeu bem ao público.

É claro que poderia ser melhor, mas a ideia é mesmo um lanche rápido para voltar aos estandes na mesma meia hora.

Afinal, tempo é dinheiro e tempo de ABAV Expo é muito dinheiro.

PARQUE DE EXPOSIÇÕES DO ANHEMBI = Nota 6,0

Apesar da realização de outros grandes eventos na cidade, não percebi maiores dificuldades no trânsito para chegar ou sair do Anhembi.

O estacionamento continua ruim, mal sinalizado, com preço abusivo e entrega de qualidade zero, lembrando aquele velho espírito de levar vantagem, que todos devemos exortar.

Nada mudou na climatização do Anhembi, que continua precária.

Os banheiros atenderam de forma razoável para um evento para 40 mil pessoas, mas ainda precisam melhorar muito.

Algumas sugestões sobre a ABAV Expo voltar a ser itinerante começam a ter maior aderência, em especial o revezamento com o Rio de Janeiro.

ABERTURA NO FIM DE SEMANA = Nota 0 (zero)

O funcionamento da ABAV Expo no fim de semana é um erro estratégico, uma medida do interesse de tão poucos, que mereceu um post específico para tratar do assunto.

Apesar do Antônio Azevedo referenciar-se a grandes feiras internacionais para justificar a medida, incluindo a oferta de atrativos para o consumidor final, há que lembrar que a maior parte dos expositores da ABAV Expo não tem foco no público final, mas no agente de viagens.

Apenas a título de comparação, seguem 2 imagens de nosso estande, na Ilha Corporativa ABRACORP, na quinta-feira e no sábado:

Insistir em multar expositores caso não abram os estandes no fim de semana (para que uma minoria venda pacotes de lazer), é incoerente e poderá afastar expositores B2B (a maioria absoluta) no ano que vem.

A edição 2015 da ABAV Expo será o momento de nosso presidente da ABAV provar que não tem mesmo medo de mudar.

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