Eu nunca havia visitado a WTM e quando o Bruno Ciancio me convidou para irmos juntos conhecer a feira, achei boa oportunidade para encontrar alguns amigos do mercado de viagens e turismo.
Afora as questões técnicas da planta, como palestras sem proteção acústica no mesmo ambiente da feira ou a área de alimentação insuficiente e mal posicionada, achei uma feira bonita, bem organizada, confortável e agradável para passear, e foi o que fiz.
Passeando pelos corredores, amplos, limpos, vazios em alguns pontos e movimentados em outros, encontrei mesmo muita gente amiga, expositores e visitantes, todos fazendo algo parecido com o que eu estava fazendo: encontrando amigos numa feira posicionada claramente como uma exposição atacadista de turismo, cheia de fornecedores e operadores, no espaço da Braztoa e fora dele.
Entre muita gente boa, abracei Edmar Bull (sempre correndo para alguma entrevista), Guillermo Alcorta e os amigos da Panrotas (minha casa em qualquer feira), Paulo Amorim (executivo revelação), Mohammed Darwich (leitor atento deste Blog), Afonso e Flavio Louro (parceiros recentes), Ezequiel Santos (parceiro há mais tempo), Luciano Barreto, Sergio Fumioka, Lincoln Amano, Agnaldo Marcon, Luiz Martins e Eduardo Murad (clientes amigos) e conversei com muitas pessoas, mas o papo com o Sidney Alonso foi o mais longo (talvez porque ambos estávamos ali um tanto descompromissados).
Sidney não conseguia entender (tampouco eu pude esclarecer) o propósito de alguém vir do Cazaquistão ao Brasil (mínimo de 2 dias de viagem cada perna), para investir num estande de uma feira, onde o potencial de negócios para aquele país é próximo de zero.
– “A conta não fecha”, repetia ele, com aquele jeito peculiar, que somente quem o conhece há 15 anos, consegue entender.
– “Do jeito que o mercado está, não basta continuar pedalando, tem que pedalar cada vez mais rápido, pra bicicleta não cair”, comentou sobre o impacto da crise econômica sobre o mercado de turismo brasileiro.
– “É, já tem gente vendendo o almoço pra pagar o jantar”, tentei completar o raciocínio, concordando que “o mar não está pra peixe”…
Para saber mais sobre a visita do Sidney Alonso à WTM, leia o ótimo post Bate-Pronto do Blog Sem Fronteiras.
A partir dessa conversa, e de algumas outras durante a feira, eu passei a caminhar pelos corredores, refletindo sobre o atual modelo de distribuição do mercado de viagens e turismo.
Um modelo que está ruindo aos poucos, minado pelas novas tecnologias e pelo desejo do cliente de consumir viagem de outra forma, a distribuição passa pela dicotomia entre ser controlada por gigantes no velho modelo (que não podem parar de pedalar) ou ser pulverizada entre milhares de novos players com diversos e variados novos modelos (que formam uma metamorfose ambulante: quando um cansa, outros chegam pedalando cada vez mais rápido).
Visitar a WTM foi bom para testemunhar “in loco” como o velho modelo de distribuição (e de exposição) de viagens e turismo precisa se renovar, rápido, urgente, pra ontem, justamente para “a conta poder fechar”.
Só não se sabe quem arriscará, dando o primeiro passo, muito menos em qual direção…
.
Oi Amigo Luis Vabo ….pois eh ….foi um prazer te encontrar na WTM Latin America……mas embora não concordo com o Modelo dessa feira …conforme falei no blog do Sidney a feira esse ano melhorou muito …porem eu sou obrigado a participar …..quem não e visto? não e lembrado …mais podia ser uma feira bem mais aproveitada , nos operadores ficar focado em conhecer mais fornecedores e destinos …invés tiver duas preocupações …nosso agente e nosso fornecedor …
É o que percebi, Mohammed,
Em ano difícil como este, nossa percepção fica mais aguçada, não há espaço para investimentos com baixo retorno, tudo tem que remunerar pois as margens são cada vez mais baixas.
Foi um grande prazer reencontrá-lo.
[]’s
Luís Vabo
Sinceramente, não consigo entender essa crise no Turismo, sou leitor assíduo do Pan Rotas e leio constantemente as reportagens; Operadora A teve crescimentos de 30%, Operadora B Cresceu 20% Operadora c cresceu 40%
Se com crise estas empresas crescem neste nível,imagina se não tivesse crise. E o modelo de distribuição atual? esgotado? todo mês eu recebo email de novas operadoras que foram abertas recentemente.(Esses empresários são tão sem noção assim?) Pouquíssimas operadoras brasileiras fecharam, Decolar.com, expedia, hotel Urbano querendo trabalhar com os agentes de viagens.
Na minha opinião, o que falta no mercado de agencia de viagens é vendedor, é muito fácil ganhar uma venda do booking.com, principalmente no mercado brasileiro) o mercado de agencia de viagens está com excesso Travel consult, consultor de viagens, atendente senior etc etc. Esses caras recebem nomes bonitos, salários baixos e não vendem. O vendedor recebe um nome “feio” porém vende. Além do que hoje toda agencia de viagens é on-line, existe agencia de viagens off-line? se o futuro é o on-line nos estamos inseridos nele com certeza.
Blz, Roberto,
Excelente visão a sua !
Tem muita gente chorando de barriga cheia mesmo, mas o fato é que também tem muita gente simulando vitória onde há dificuldades…
Decolar e Hotel Urbano são grandes OTAs alavancadas por investidores, não se sabe ao certo se sua operação é lucrativa ou deficitária.
Expedia está entre as 3 maiores do mundo e penso que, por isso, também não é referência para analisar o mercado de operadoras brasileiras.
De qualquer forma, temos que estar atentos a todos os movimentos.
Obrigado por comentar e apareça mais vezes.
[]’s
Luís Vabo
Oi Roberto , quando não tem crise as empresas conseguem crescer 300%- 400% …quando tem crise você cresce pouco….sim falta vendedor e pessoas que sabem ser amigos do cliente ….trabalhar o relacionamento ….isso falta ….mais como todos nos sabemos o online esta dominando o mercado …..mais tem que saber dançar e ter varias opções , não pode só depender de uma opção para vender…