PROCURA-SE SÓCIO COM FOME, COM SEDE E COM FRIO

Conversando com um amigo, CEO de uma empresa de investimentos especializada em “startups”, ouvi uma frase que me surpreendeu por soar muito estranha quando ouvida fora de contexto:

“Eu costumo buscar sócios com fome, com sede e com frio, são esses caras que eu quero para tocar os negócios em que investimos”, comentou.

“Como assim, um sócio carente e necessitado?”, perguntei.

Meu amigo prosseguiu, quase sem parar pra respirar:

“É fácil identificar um profissional recém-formado, que foi orientado pela família e preparou-se para ocupar um bom emprego, público ou privado, e que seguramente vai exercer o papel esperado (pela família, pelo empregador, pelo mercado, entre outros), cumprir sua jornada de trabalho, ser promovido de tempos em tempos, assumir responsabilidades, num processo que, em 35 ou 40 anos, o levará ao seu objetivo de vida: a aposentadoria.

Difícil é encontrar um jovem, recém-formado ou não, que tem fome de progredir socialmente, que foca em evoluir profissionalmente em todos os sentidos: aprender, aplicar o conhecimento adquirido para impactar pessoas, ganhar muito dinheiro, subir degraus da escada social e estar melhor, social e economicamente, do que seus pais daqui a 5 ou 10 anos.

É bem mais provável encontrar este jovem profissional entre os melhores alunos das faculdades e MBAs, mas cujas origens sejam famílias de classe média baixa dos subúrbios e periferias das grandes cidades, uma galerinha que tem obstinação por ascensão social e econômica, disposta a trabalhar muito e a arriscar, a partir para o tudo ou nada, se necessário.

Esse cara tem sede de vencer na vida, ele não aceita qualquer outra alternativa que não seja a ascensão econômica através do trabalho sério e honesto e está disposto a buscar este objetivo, com faca nos dentes e sangue nos olhos.

Sim, porque uma das ironias dos tempos atuais é que, apesar de dispor de todo o tempo do mundo pela frente, os jovens têm pressa, e é essa pressa que os leva a correr riscos.

No caso de um jovem empreendedor com fome de realizar, o vício do frio na barriga, do arriscar-se, é o que faz a diferença entre planejar e efetivamente fazer, produzir, realizar, pois caso não goste do risco, vai empacar diante dos maiores desafios, vai gaguejar diante do cliente, vai amolecer na pressão do fornecedor, vai ceder demais aos parceiros, vai sentir-se sozinho diante do tabuleiro de jogo.

Diferentemente do que possa parecer, o frio na barriga o faz avançar, a tomar decisões, mesmo ciente da possibilidade do fracasso, e isso é fundamental para quem tem fome por desafios e sede de vencer”.

Ouvi, um tanto perplexo, aquela analogia e após alguns minutos de reflexão, percebi o sentido e a moral da história, muito similar à utilizada por alguns grandes grupos empresariais para estimular, motivar e extrair o máximo de empenho e produtividade de suas equipes.

O que realmente penso sobre isso é assunto para um outro post…

.

Published by

Luís Vabo

Entusiasta da inovação, do empreendedorismo e da alta performance, adepto da vida saudável, dos amigos e da família, obstinado, voluntário, esportista e apaixonado. Sócio-CEO Reserve Systems 📊 Sócio-fundador Solid Gestão 📈 Sócio-CFO MyView Drones 🚁 Sócio Link School of Business 🎓 Conselheiro Abracorp ✈️

27 thoughts on “PROCURA-SE SÓCIO COM FOME, COM SEDE E COM FRIO

  1. Prezado Sr. Luis Vabo.

    Muito bons os seus comentarios.

    Tá tudo muito bem, tá tudo muito bom. com a nova CPMF e o que opinar sobre a Instrução Normativa dos 25% de IR ???

    Agradeço comentários

    Grato
    Raul
    ( agente de viagens em extinção )
    Rio de Janeiro

    1. Prezado Raul,

      A instrução normativa referente aos 25% do IR sobre remessas ao exterior tem recebido ampla cobertura da imprensa e tem sido objeto de debates, ações e pressões políticas da ABAV Nacional e outras entidades, um processo que deverá levar à sua revisão nos próximos dias.

      Caso contrário, levará à extinção da atividade de operação de turismo internacional por empresas brasileiras.

      Quanto à CPMF, será mais uma forma do governo federal chegar ao seu objetivo de prejudicar a atividade produtiva em favor da ineficiência da máquina pública e do aparelhamento do Estado, cada vez mais inchado com os amigos dos partidos que ainda dão sustentação política ao atual governo.

      Caso seja efetivamente implantada, numa ação de completo desrespeito pelo povo brasileiro, poderá ser o último ato de desmando deste governo, fragilizado pelos múltiplos processos de corrupção em todas as suas esferas.

      Enquanto isso, seguimos trabalhando, pois não sei fazer outra coisa…

      []’s

      Luís Vabo

  2. Prezado Sr. Luis Vabo.

    Muito bons os seus comentarios.

    Tá tudo muito bem, tá tudo muito bom. com a nova CPMF e o que opinar sobre a Instrução Normativa dos 25% de IR ???

    Agradeço comentários

    Grato
    Raul
    ( agente de viagens em extinção )
    Rio de Janeiro

    1. Prezado Raul,

      A instrução normativa referente aos 25% do IR sobre remessas ao exterior tem recebido ampla cobertura da imprensa e tem sido objeto de debates, ações e pressões políticas da ABAV Nacional e outras entidades, um processo que deverá levar à sua revisão nos próximos dias.

      Caso contrário, levará à extinção da atividade de operação de turismo internacional por empresas brasileiras.

      Quanto à CPMF, será mais uma forma do governo federal chegar ao seu objetivo de prejudicar a atividade produtiva em favor da ineficiência da máquina pública e do aparelhamento do Estado, cada vez mais inchado com os amigos dos partidos que ainda dão sustentação política ao atual governo.

      Caso seja efetivamente implantada, numa ação de completo desrespeito pelo povo brasileiro, poderá ser o último ato de desmando deste governo, fragilizado pelos múltiplos processos de corrupção em todas as suas esferas.

      Enquanto isso, seguimos trabalhando, pois não sei fazer outra coisa…

      []’s

      Luís Vabo

  3. É o tipo de cara que o André Esteves apelidou de PHD (Poor, Hungry and Desperate to Get Rich) e que ele gostava de contratar pessoalmente. A maré virou pro lado dele, mas os caras com este perfil continuam tendo muito espaço. Abs,

  4. É o tipo de cara que o André Esteves apelidou de PHD (Poor, Hungry and Desperate to Get Rich) e que ele gostava de contratar pessoalmente. A maré virou pro lado dele, mas os caras com este perfil continuam tendo muito espaço. Abs,

  5. Prezado Sr. LUIS VABO

    Como sempre, parabens pelas suas excelentes palavras,
    e tambem confirmo a sua ultima frase

    Enquanto isso, seguimos trabalhando, pois nao sei fazer outra coisa.

    Grato e abraços

    Raul Sardon
    RIO DE JANEIRO
    ( um agente de viagens, em via de extinção )
    =

  6. Prezado Sr. LUIS VABO

    Como sempre, parabens pelas suas excelentes palavras,
    e tambem confirmo a sua ultima frase

    Enquanto isso, seguimos trabalhando, pois nao sei fazer outra coisa.

    Grato e abraços

    Raul Sardon
    RIO DE JANEIRO
    ( um agente de viagens, em via de extinção )
    =

  7. Olá Vabo. Parabéns pelo texto, sempre muito interessante. Existem muitos livros sobre essa temática. Os jovens de hoje em dia sabem que ser querem crescer socialmente não será através do trabalho esse sempre explorado e não remunerado adequadamente quando muito análogo à escravidão. Os agentes de viagens fazem todo o trabalho de venda e back office que é pesado e desgastante para ganhar 0.7 à 1.2% de comissão. Ridículo. Como valorizar os agentes, se seu salário fixo, mesmo para os seniores são na base de R$ 1.300,00 o mesmo valor que ganham hoje os funcionários da limpeza no mesmo shopping em que ficam as agencias. Hoje há muitas pessoas para ganhar dinheiro e para atingir as castas mais altas é necessário ter uma empresa bem organizada, know how e dinheiro para comprar deputados para atender seus intereresses e manter o status quo.

    1. Pois é, Vinicius,

      Este pedaço relativo à corrupção é que não dá mais para aturar.

      Não dá mais para o governo federal agir como um Robin Hood, tirando dos que produzem para entregar de mão beijada para seus partidários e protegidos, alimentando a ineficiência e a corrupção.

      A galinha dos ovos de ouro está sendo morta aos poucos e, em breve, pouco sobrará para continuar exaurindo…

      []’s

      Luís Vabo

  8. Olá Vabo. Parabéns pelo texto, sempre muito interessante. Existem muitos livros sobre essa temática. Os jovens de hoje em dia sabem que ser querem crescer socialmente não será através do trabalho esse sempre explorado e não remunerado adequadamente quando muito análogo à escravidão. Os agentes de viagens fazem todo o trabalho de venda e back office que é pesado e desgastante para ganhar 0.7 à 1.2% de comissão. Ridículo. Como valorizar os agentes, se seu salário fixo, mesmo para os seniores são na base de R$ 1.300,00 o mesmo valor que ganham hoje os funcionários da limpeza no mesmo shopping em que ficam as agencias. Hoje há muitas pessoas para ganhar dinheiro e para atingir as castas mais altas é necessário ter uma empresa bem organizada, know how e dinheiro para comprar deputados para atender seus intereresses e manter o status quo.

    1. Pois é, Vinicius,

      Este pedaço relativo à corrupção é que não dá mais para aturar.

      Não dá mais para o governo federal agir como um Robin Hood, tirando dos que produzem para entregar de mão beijada para seus partidários e protegidos, alimentando a ineficiência e a corrupção.

      A galinha dos ovos de ouro está sendo morta aos poucos e, em breve, pouco sobrará para continuar exaurindo…

      []’s

      Luís Vabo

  9. Texto excelente! Concordo em gênero, número e grau com seu amigo…e em tempos de crise, o frio na barriga aumenta.
    A verdade, por mais relativa e contextual que possa ser, nunca absoluta, é que há quem nasceu para ser chefe e corres riscos, e há quem nasceu para viver sempre na comodidade e estabilidade. A felicidade, me parece, está em se conhecer e conviver com seus propósitos mais internos.
    Mas há um ponto necessário a se abordar: eu, vinda de uma faculdade de Direito, sequer tive aulas ou aconselhamentos empresariais e financeiros. Captação de clientes, que me parecer ser a parte mais difícil da advocacia, sequer foi expressão que ouvi na Universidade. E isso é imperdoável!
    Sigo, então, com fome, com sede e com frio! Até quando? Já aprendi que uma vitória apenas precede a próxima vitória ou uma derrota que segue. Vamos nos reinventando.

    1. Oi, Amanda,

      Sou engenheiro mecânico e estou saciando minha fome, minha sede e meu frio em outras atividades empreendedoras, nada a ver com máquinas e motores…

      Quem sabe o seu caso não é parecido?

      Pense nisso…

      []’s

      Luís Vabo

  10. Texto excelente! Concordo em gênero, número e grau com seu amigo…e em tempos de crise, o frio na barriga aumenta.
    A verdade, por mais relativa e contextual que possa ser, nunca absoluta, é que há quem nasceu para ser chefe e corres riscos, e há quem nasceu para viver sempre na comodidade e estabilidade. A felicidade, me parece, está em se conhecer e conviver com seus propósitos mais internos.
    Mas há um ponto necessário a se abordar: eu, vinda de uma faculdade de Direito, sequer tive aulas ou aconselhamentos empresariais e financeiros. Captação de clientes, que me parecer ser a parte mais difícil da advocacia, sequer foi expressão que ouvi na Universidade. E isso é imperdoável!
    Sigo, então, com fome, com sede e com frio! Até quando? Já aprendi que uma vitória apenas precede a próxima vitória ou uma derrota que segue. Vamos nos reinventando.

    1. Oi, Amanda,

      Sou engenheiro mecânico e estou saciando minha fome, minha sede e meu frio em outras atividades empreendedoras, nada a ver com máquinas e motores…

      Quem sabe o seu caso não é parecido?

      Pense nisso…

      []’s

      Luís Vabo

  11. Texto excelente! Concordo em gênero, número e grau com seu amigo…e em tempos de crise, o frio na barriga aumenta.
    A verdade, por mais relativa e contextual que possa ser, nunca absoluta, é que há quem nasceu para ser chefe e corres riscos, e há quem nasceu para viver sempre na comodidade e estabilidade. A felicidade, me parece, está em se conhecer e conviver com seus propósitos mais internos.
    Mas há um ponto necessário a se abordar: eu, vinda de uma faculdade de Direito, sequer tive aulas ou aconselhamentos empresariais e financeiros. Captação de clientes, que me parecer ser a parte mais difícil da advocacia, sequer foi expressão que ouvi na Universidade. E isso é imperdoável!
    Sigo, então, com fome, com sede e com frio! Até quando? Já aprendi que uma vitória apenas precede a próxima vitória ou uma derrota que segue. Vamos nos reinventando.

    1. Oi, Amanda,

      Sou engenheiro mecânico e estou saciando minha fome, minha sede e meu frio em outras atividades empreendedoras, nada a ver com máquinas e motores…

      Quem sabe o seu caso não é parecido?

      Pense nisso…

      []’s

      Luís Vabo

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