Por isso, preocupa-me como empresário, passageiro e cidadão, o resultado de 2011 da GOL e TAM que, somados, atingem R$ 1 Bi de prejuizo…!
Cias. aéreas fortes representam serviço seguro e de qualidade, num ambiente concorrencial que premia a busca da eficácia operacional e da melhor gestão empresarial.
O contrário representa ameaça ao consumidor e ao mercado, com a redução da capilaridade e da qualidade de voos, recrudescimento em investimentos programados e risco de desemprego no setor.
A única vantagem de eu não ser um especialista no assunto é poder declarar abertamente:
– Eu não consigo compreender como 2 cias. aéreas que dominam mais de 80% de market share em um país com crescimento econômico, distribuição de renda e forte mobilidade social, chegam a este resultado negativo.
Afinal, o que terá ocorrido: excesso de oferta, demanda podre, falha estratégica, disputa comercial autofágica ou uma composição de tudo isso?
.
Caro Luis,
acredito que seja uma composição de tudo isso, mas o que mais me impressiona é que além de tudo isso que você expos, esta companhia não opera voos intercontinentais e não faz América do Norte também(ainda).
Com um pouco mais de 10% de tempo de mercado que a Varig (A original) tinha ela conseguiu igualar os piores resultados que a Varig tinha, com a diferença que a Varig voava para o mundo todo.
Ahhh, uma pergunta…e o Low cost que ela alegava ser, onde foi parar?
Abs!!
Marcos,
Referi-me a duas cias. aéreas e identifico que a época e o mercado da antiga Varig e o da Gol e TAM de hoje, são bastante diferentes, não acha?
Francamente, desejo que ambas se recuperem financeiramente o mais rapidamente possível, pelo bem do consumidor, do mercado e dos funcionários.
[]’s
Luís Vabo
Sinceramente? Para ter uma companhia com um nível de atendimento precário como o da TAM, é preferível que venha uma de fora fazer o serviço.
O que ocorreu? foi o que você disse, uma composição de todos esses aspectos citados.
Aroldo,
Respeito sua opinião, mas penso diferente.
Vejo o serviço da TAM melhor do que muitas outras cias. aéreas em voos domésticos nos EUA ou Europa…
E acho que termos cias. aéreas nacionais fortes, é muito importante para o desenvolvimento de nosso mercado, para os consumidores brasileiros e para o país.
[]’s
Luís Vabo
Prezado , com certeza é um MIX de tudo o que você escreveu , temo que aconteça o mesmo que aconteceu com a pioneira Varig.
Um abraço
Marcello,
Não sejamos pessimistas.
O que aconteceu com a Varig foram anos de descontrole empresarial, cujo resultado foram muitos anos de prejuizos seguidos.
Muito diferente do que acontece com TAM e Gol e mais diferente ainda das ações empresarias que ambas certamente farão para mitigar os problemas…
[]’s
Luís Vabo
Vabo,
É muito grande a dificuldade em manter uma empresa aérea que atenda dentro de padrões estabelecidos pelo mercado e que esteja com seu caixa em dia.
Quando nasce uma empresa aérea, tudo é lindo e maravilhoso. Um recente ocorrido, se assim posso dizer, foi com a GOL. Lançou-se no mercado com alta competitividade com a VASP, VARIG e TAM vendendo o trecho da volta a R$1,00. Sabemos que comercialmente isso é, indiscutivelmente inviável, contudo, alguns fatores contribuem para que uma cia aérea possa arriscar-se desta forma:
Ao lançar-se no mercado, seus equipamentos são novos e não são comprados, mas sim, são obtidos através de leasing.
Falando de forma mais clara e objetiva, podemos aplicar o exemplo do carro zero, pois quando o compramos não temos gastos com mecânicos, guincho, mão de obra etc e apenas precisamos colocar o conbustível e “curtimos” nosso carro novo.
Não é diferente na cia aérea, pois seu único compromisso com a nova aeronave é a mão de obra previstas: Checks A,B, C.D e E.
A manutenção de aviões velhos traz um grande prejuízo para uma empresa considerando que as peças a serem repostas são caríssimas, bem como, os preços são em Dólares e/ou Euro. É nesse momento da vida da empresa que o caixa começa a sentir os efeitos, pois no começo da operação a empresa quase não tem o gasto com a manutenção, mas depois de alguns anos começa a ter gasto com todas as aeronaves ao mesmo tempo o que pode balançar sua estrutura.
A VASP era uma empresa que gastava muito com manutenção, pois tinha equipamentos antigos, porém, seus profissionais eram excelentes e o serviço da manutenção era impecável, tanto que o último grande acidente com a empresa foi em 1982.
Foi nesse momento de fragilidade da VASP (com a administração do Canhedo) que a GOL chegou e, sem dívida de manutenção pôde bancar tarifas de baixíssimo custo o que colaborou para a queda do império VASP.
Dessa forma, restava no mercado somente a TAM, pois a Tarsnbrasil já havia nos dado tchau, assim como e Varig também estava indo embora.
Não somente gastos com aeronaves novas e manutenção arruinam o caixa de uma cia aérea, mas também, a concorrência entre elas:
Cito um pequeno exemplo: Como pode uma pacote de viagens para Porto Seuro custar R$ 538,00 considerando que nele tem a Passagem ida e volta, hotel, transfer, café da manhã e passeio? Quando será que custa o valor do aéreo?
A pergunta que deixo no ar é? Será que, em nome da concorrência, realmente vale a pena jogar o preço do seu produto lá embaixo?
Será que as empresas aéreas realmente estão preocupadas com o serviço prestado?
Junte os gastos com manutenção, briga pela concorrência, pequenas novas empresas entrando no mercado, cias internacionais operando no Brasil e serviço que é deixado a desejar e terá a respostas para sua pergunta inicial.
Oi, Eliana,
Não seria porque os novos viajantes priorizam preço (não serviço) e as cias. aéreas disputam este novo Pax reduzindo sua rentabilidade?
[]’s
Luís Vabo
Luis,
Vejo seu cometário sobre o ambiente de negócios de cias fortes muito bem colocado. Parece haver um estigma, na maiorias das empresas brasileiras, com relação as gestões posteriores aos dos seus fundadores. Elas parecem perder a vitalidade na busca constante da melhoria, garantindo a fidelização do cliente. As mudanças no ambiente de negócio parecem não mais influir no ritmo das mudanças necessárias a serem realizadas no âmago das cias. O “conforto” da liderança, do mercado que não para de crescer, dá uma falsa sensação de que o mundo não irá acabar. Nunca!
Deixo aqui então, dois pensamentos de que quem sempre foi desacomodado, Jack Welch:
“A qualidade é a nossa melhor garantia da fidelidade do cliente, a nossa mais forte defesa contra a competição estrangeira e o único caminho para o crescimento e para os lucros.”
“Quando o ritmo de mudança dentro da empresa for ultrapassado pelo ritmo da mudança fora dela, o fim está próximo.”
Esses são meus 50cents.
Abraços
Paulo
Paulo,
A questão aqui, penso eu, é mais de natureza econômica.
Apesar do crescimento brasileiro e de um novo contingente de passageiros entrando no mercado, esses Pax são sensíveis a preço e, assim, as cias. aéreas disputam acirradamente este novo consumidor, através de seu maior atrativo: tarifa aérea reduzida…
Com isso, as margens ficam comprometidas e, em muitos casos, negativas.
[]’s
Luís Vabo
Olá Luis
Como sempre em poucas palavras vc diz muito. Não serei criativo, tb acho que os itens mencionados fazem parte dos problemas sim, também penso que a Eliana fez colocações pertinentes. Então, vamos usar uma das comparações que ela fez, com o carro 0km. Quando o Brasil não importava carros, nossos carros eram muito inferiores aos importados. Hoje com uma diferença bem menor, mas ainda existe, nossos carros se assemelham, mas com uma diferença, a exigência do consumidor que é muito mais para o exibicionismo do que para a qualidade real do produto. Quando o fornecedor/prestador, nesse caso as cias aéreas, passarem de fato a atenderem seus clientes com respeito ofertando um bom produto, com valores corretos, teremos uma melhora nos serviços, minimizando todos os reflexos de ameaça ao consumidor e ao mercado. Prestação de serviço é coisa muito séria, e infelizmente nós, no Brasil, ainda sofremos com a falta de seriedade dos prestadores. Sabemos que ocorre fora do Brasil, mas em casos muito mais pontuais, que em geral, são os mesmos problemas daqui, mas com uma grande diferença, aqui é geral. Sds
Disse tudo Fábio!
O que precisaríamos em termos de diferencial, seria uma concorrência (leal) no sentido de quem tem o melhor serviço a prestar, enquanto que hoje, o consumidor tem que esquivar da empresa aérea que menos problemas causa.
A idéia seria justamente o cliente escolher a aérea pelos diferenciais bons que ele pudesse ter.
Pra ajudar, as leis pertinentes à lesgislação específica priviligia muito mais as cias aéreas do que o cliente. Essa situação desacelerou-se um pouco a partir do CDC que, de sua parte beneficia e muito os passageiros.
Abraços!
Eliana Colombo
Eliana e Fabio, concordo com vcs!
Pouca concorrencia geram tarifas pouco competitivas.
Um serviço prestado com qualidade e atendimento, estes sim farão o cliente mais satisfeitos.
As tairfas poderes ofertadas, devem ser 5 em um voo de 144 lugares. Para atrairem os vianjentes. Hoje as tarifas domésticas não se encontram mais tao mais baratas quanto eram nos ultimos anos. Vide o exodo para os EUA.
Luis, excelente post!!
Abs,
Luciano Nunes
Fábio,
A ideia de baixa qualidade das cias. aéreas ser o responsável pelos resultados negativos, não resiste à realidade: os voos andam cheios, mas cheios de passageiros que compram o que as cias. aéreas chamam de “tarifa podre”…
E essas tarifas podre são oferecidas para tirar o passageiro do ônibus ou da cia. aérea concorrente.
Briga de foice no escuro…
[]’s
Luís Vabo
O Brasil não está competitivo, com um mercado interno altamente aquecido a demanda interna crescendo em nível chines sempre acima de 10% para voos domésticos, como então uma cia não consegue ter resultados positivos?
Os custos de operação no Brasil que são muito elevados, carga tributária pesadíssima, tão simples, em países onde o turismo é levado a sério as cias tem isenção de impostos desde que este valor seja re-aplicado em tecnologia e inovação.
Assim as cias iriam otimizar cada vez mais seus processos organizações, reduzindo custos, reduzindo impacto no meio ambiente e trazendo retornos sociais.
Entendo, Miguel,
Mas tenho dúvida se isenção fiscal é o caminho para tornar rentável uma cia. aérea deficitária…
Talvez reduza a tarifa, mas permanece o problema da disputa comercial que leva à redução de preços e à redução de margens.
[]’s
Luís Vabo
Prezado Vabo,
Para enriquecer esse espaço e seus comentários que traduzem a maior parte desse problema nacional, ficarei com o que considero o pior (e mais burro!) no Brasil: os altíssimos impostos praticados no setor. É um vício nacional, eu sei, mas estamos falando das cias aéreas e vamos ficar na irracional forma de taxa-lo.
Viver no exterior pode me privar de dados mais precisos, mas penso que os impostos (diretos!) sobre um tkt giram em torno de 34%. Pior que esse percentual absurdo, é que o setor é tratado como um fim (um produto fabricado e vendido, por exemplo) e não um meio gerador de riqueza, que é. Burrice é a expressão mais adequada…
(O preço do qva, as taxas aeroportuárias e a dolarização dos custos completam a sangria das cias aéreas).
Quem viaja paga não só o tkt da cia aérea e as altas taxas mas, e principalmente, no vai e vem dessas viagens, os táxis ou aluguéis de carros, os hotéis e os restaurantes etc. Isso não é um fim de um ciclo comercial/industrial, mas um meio de gerar riquezas através de empregos e impostos por traz dele.
(A não ser que sejam servidores e/ou sugadores públicos, dos tres poderes e outros mais…).
Vou dar um exemplo próprio, para finalizar. As taxas que eu pago quando venho do UK para o Brasil pela TAM, passam de 300 libras. Cheguei nesta semana, via TAP, e paguei 152 libras dessas mesmas taxas. O Brasil e seus governos, todos eles, são incapazes de decolar com inteligência. Os brasileiros pagam a farra…
Bênçãos do Senhor e meu abraço,
Marcos Estevão Vajas Hernandez
Brasília 61 9629.5079 (em trânsito)
Obrigado, Marcos,
Sua contribuição sempre enriquece o debate.
Realmente, a carga tributária brasileira é extorsiva, mas ela se aplica à (quase) todas as arividades econômicas e a maiaria vai indo bem, obrigado…
[]’s
Luís Vabo
Caro Vabo
Poucas linhas de seu blog, foram o suficiente para despertar os nossos mais aguçados sentidos…em especial os meus que já somam 43 anos de ….O VENTO LEVOU
Em primeiro lugar eu quero registrar que sou 100% cético a esses dados que são informados pela mídia, sempre tenho a certeza da “manipulação” do tempo ….onde o vento é mais favoravel.
O que lamento profundamente é que as 2 empresas que dominam o mercado, não conseguem manter pelo menos um comportamento digno de respeito, para clientes e parceiros (rs) do trade.
E mais uma vez bato na mesma tecla NÓS TEMOS A MAIOR PARCELA DE CULPA…por sermos “passivos” além do suportavel…..eu sinceramente não sei onde isso irá parar…..com certeza, será no nosso colo.
forte abraço
Rocco,
Seu ceticismo é compreensível, face às dificuldades que temos passado em nosso mercado.
Mas continuo considerando importante termos cias. aéreas fortes, para um mercado equilibrado e saudável.
[]’s
Luís Vabo
Caro Vabo
…desculpe talvez o que vou escrever seja como “escorregar na maionese”, mas a impressão que eu tenho é que quando voce lança um assunto no blog, o contéudo e de relevada importancia, mas os seus posicionamentos são sempre como se voce ficasse no muro !!!! é uma estrategia sua? diplomacia da boa vizinhança?
abç
Querido Rocco,
Não, não sou do PSDB.
Escrevo mesmo o que penso e, quando discordo de opiniões dos comentaristas, faço exatamente como gosto que façam quando discordam da minha opinião.
A ideia aqui é promover o debate.
[]’s
Luís Vabo
Luis,
Cabe uma pergunta como teremos companhias fortes vendendo passagens a R$ 1,00 na volta? como disse a Eliana isso e comercialmente inviável. Voltando a questão antiga da remuneração do agente que ao meu modo de ver tem a ver com os prejuízos das companhias, pois a venda direta no site gera muita demanda de organização, pessoal e gestao (que diga-se de passagem nem Tam e Gol tem). O que antes a agencia de viagens trabalhava para companhia, hoje a companhia tem que ter sua estrutura de atendimento, esta se perdendo o elo de venda companhia, agencia passageiro. Mas enfim e só uma opinião de alguem que e novo na área… abraços e parabens pelo post.
Tiago,
A venda de um trecho de retorna a R$ 1,00 naturalmente que é somente uma jogada de marketing e nada tem a ver com precificaçãp do serviço.
Também não acredito que seja esta a causa do atual desequilíbrio de suas contas.
[]’s
Luís Vabo
Luis,
Parece óbvio que o problema não é a falta de passageiros ou taxa média de ocupação. Depois de ler todos os comentários, sinceramente, continuo tão perplexo como você, por isso devolvo a pergunta na expectativa de que (por milagre) algum representante das empresas em questão a responda: “como pode uma empresa aérea num mercado aquecido, com economia estável, distribuição de renda e mobilidade social, com mais de 80% de marketshare ter resultado operacional negativo ?”
Com a palavra os especialistas.
Abraço.
Rui,
Não creio que os especialistas nos darão a honra de um comentário aqui no Blog…
Mas se o fizerem, que o façam de forma coerente.
[]’s
Luís Vabo
Eliana,
Concordo que antes do CDC o consumidor de “tudo” era prejudicado, mas há um outro lado.
Venho sinalizando que hoje as empresas: hoteis, agências, Cias aéreas, são declaradas culpadas até sem ter a culpa.
Você hoje ganha milhões por que teve um voo cancelado, mas não condena um assassino bêbado que atropelou seu filho na rua.
A moral da história é que de uma empresa grande e particular você processa e ganha. Se fosse público, não.
O brasileiro é mal educado, grita por tudo, não lê regras tarifárias, assume que não lê, mas se dá ao direito de não concordar. Por que compram então? Se sente no direito de agredir quando contrariado, grita e encena quando vê uma câmera, a mídia por sua parte passa a informação distorcida, quem vai pagar hospedagem para um pax numa acomodação de 5 ou 6 horas? (já que o direito é após 4 horas)
Não dá tempo de chegar no hotel e tirar o sapato, pois tem que voltar pro aeroporto. Precisamos ensinar esta geração a compreender o por que necessita de documentação médica para voar, o por que não pode levar sangue na bagagem de mão em ampolas, agulhas, pele de rato, embarcar sem documentação correta… Tem gente que não casou, compra voo, põe o nome de casada e na hora vê que não tem o documento de acordo. A culpa é de quem? Por que isentar de taxas de cancelamento? Se a Cia errou, ela deve honrar, mas se foi o pax?
Hoje acreditasse que a receita do bolo é reclamar nas mídias sociais. Claro tem reclamações corretas, com fundamentos, mas muitas vezes temos chiliques de quem não quer assumir com a responsabilidade do erro e acredita ser o único a pedir uma isenção.
Assim uma empresa também não sobrevive.
O CDC nos protege contra a INFRAERO? Não sei… acho que não…
Pois é, Sheila,
Se imaginarmos quantos problemas temos com determinados serviços, a lista seria longa.
Apesar da Infraero prestar um desserviço aos passageiros, o desequilíbrio contábil das cias. aéreas tem pouco a ver com isso.
A questão é mais de estratégia de gestão.
[]’s
Luís Vabo
Sheila,
Fiquei curioso: que passageiro ganhou milhões por ter o voo cancelado? Se o voo atrasa mais de 4 horas, compete ao passageiro, por direito, optar ou não por ficar num hotel. Não é a empresa que tem que julgar se dá tempo de tirar o sapato, é o consumidor que deve ter o direito de optar por voar em outro dia, de fazer as ligações telefônicas que precisar para refazer seus compromissos, de se alimentar adequadamente. Qual a companhia aérea que cumpre isso? Embora o foco do post do Luis não seja esse, acho que nem tanto ao mar nem tanto à terra, é preciso ter equilíbrio. Há passageiros que reclamam sem razão (mas é um direito que lhes assiste) mas também há um enorme descaso das aéreas pelo seu cliente. Tente ser atendido na central telefônica e fazer uma pergunta que saia da rotina! Nesse jogo não há santos, e, infelizmente, nem árbitros competentes.
Caríssimo Luís, eu não me referi a isenção fiscal, mas incentivo fiscal, incentivo a inovação e tecnologia e isso é fundamental num mercado onde o departamento de TI tem dado o norte nos últimos anos.
Quanto a competição, nós temíamos que a polarização do mercado causasse uma diminuição da competitividade entre as empresas e consequentemente aumento dos preços. Isso não ocorreu, houve um verdadeiro embate nos últimos anos na luta pela liderança e market-share, o que houve então, muitos trade-off’s, um verdadeiro jogo de xadrez entre as grandes e nesse jogo me parece que ambas apostaram de mais no enfraquecimento do concorrente a longo prazo o que não ocorreu, o retorno não veio e agora me parece que os resultados estratégicos frustrados estão levando as cias a fazer uma reengenharia de planejamento. A TAM foi buscar sombra nos sólidos caixas da Lan, enquanto que a Gol me parece ter percebido que está 10% maior do que deveria estar.
Mas não acho que devamos apostar por um mercado com menos competição, a competição é sempre boa para o mercado, mas sem inovação ela leva justamente a isso, antropofagia comercial.
Luís,
Dado o crescimento do poder aquisitivo das Classes C e D, as Cias aéreas viram aí uma grande oportunidade de aumentar sua base de clientes.
O grande problema é, ao meu ver, uma miopia na estratégia de Segmentação da Demanda e na estratégia de oferta de novos voos.
Estes dois fatores acabam pressionando as empresas que tem metas de Ocupação, receita e rentabilidade no Business Plan que precisam ser atingidas.
Com uma dose de certo desespero e do excesso de oferta, as empresas acabam “errando a mão” na oferta exagerada de assentos promocionais.
Discordo dos colegas que disseram que oferecer a volta a R$1,00 é inviável. Entretanto há de Planejar e definir uma estratégia que dê sustentabilidade à estas ações. é completamente possível e viável oferecer uma volta a R$1,00 em um voo que está com uma expectativa de ocupação de 30%.
A Estratégia de segmentação de demanda sendo bem feita, potencializa os lucros da cia aéreas de maneira Exponencial.
Att,
João Guilherme Guerra
(Analista de Precificação)
João,
Agradeço sua contribuição, acho que pela primeira vez a este Blog…
Concordo com você, mas vejo também na tal “dose de certo desespero” que você cita, um interesse estratégico em conquistar esta base nova de clientes e, para isso, “o primeiro voo de avião” pode fazer alguma diferença no imaginário do consumidor, ou não?
[]’s
Luís Vabo
Luís,
A estratégia de buscar ampliar sua base de clientes visando especificamente as classes C e D é corretíssima. Isso eu não questiono.
A grande dificuldade é COMO fazer a segmentação adequada para vender o “produto certo para o cliente certo”! Senão você corre o risco de diluir sua receita, vendendo passagens ultra-baratas à executivos que são menos sensíveis a preço e que pagariam tranquilamente o valor normal da passagem, sem o desconto irresistível.
Pois é, João,
Acertar o alvo, neste caso, não é uma tarefa das mais fáceis.
[]’s
Luís Vabo
Simples: um assento que decola vazio não tem volta! É inexorável!
A pergunta não é porque a TAM e GOL deram prejuízo…
A pergunta é porque a Southwest continua dando lucro?
Vabo Jr,
O “pulo do gato” não é v ender passagens a R$1,00, mas sim vender só os assentos que tem expectativa de sair vazios a preços promocionais.
A dificuldade é exatamente saber exatamente quais são as estimativas de ocupação em cada um dos 800 voos diários.
PAra isso há de se ter uma previsão de demanda bem acurada, para não correr o risco de vender para um cliente que já compraria pelo preço normal, um assento por 29,90, por exemplo.
VJ,
A Southwest opera em um mercado 10 vezes maior que o melhor momento de mercado doméstico da aviação brasileira, também porque o cidadão norteamericano consome internet (estratégia de distribuição dominante da SW) em volume e qualidade muito maiores que no Brasil, e ainda porque nenhuma outra cia. aérea americana conseguiu inovar na estratégia de distribuição ou na qualidade do serviço, frente à SW que vive inventando moda…
Quer mais?
[]’s
Luís Vabo
Vabo, é sempre um prazer poder participar destes post sempre tão bem decorridos.
Bem, como já dito no texto, eu também não consigo compreender como
as 2 maiores empresas da aviação comercial nacional que atuam em um cenário com um imenso potencial de crescimento e que detém juntas de forma esmagadora o Market Share Doméstico consigam somar unidas um montante de R$ 1 Bilhão em prejuízos.
Acredito que parte desse expressivo resultado negativo deve-se por uma junção de fatos que colaborem para a elevação dos altos custos operacionais enfrentados pelas cias aéreas, bem com a falta de incentivos fiscais implementados pelo governo federal, bem como a falta de uma boa infraestrura aeroportuária entre outros gargalos existentes neste tão nobre setor.
A pergunta que fica é, a que ponto o prejuízo das Gigantes prejudicará o consumidor final?
Será que G3 e JJ deram um passo maior que as pernas ao utilizarem parte de seus recursos financeiros para a aquisição de empresas menores como WEBJET e Trip?
Teremos uma nova inversão de cenário sendo agora a Azul a bola da vez, por possuir uma malha mais eficiente com crescente demanda e um elevado índice de satisfação?
Fica ai esta dúvida no ar,
Um forte abraço a todos,
Good Luck 🙂
Henrique,
Tudo é possível, mas eu acredito mais em um crescimento orgânico de Azul e Avianca, para no futuro termos 4 cias. aéreas disputando um mercado mais homogêneo em termos de distribuição e market share.
[]’s
Luís Vabo
Boa tarde a todos
Entendo que o peso maior é a falta de planejamento de saber qual o ponto de equilíbrio da empresa e como bem disse o João Guilherme, vender só os assentos que tem expectativa de sair vazios a preços promocionais. Os demais ao preço que possibilite lucro.
Hoje a Gol anuncia a demissão de 131 pilotos e comissários, isso em uma empresa que atua no mercado mais quente do mundo e em crescimento. Que absurdo!!!
Os colaboradores estavam sobrando ou o planejamento foi mal elaborado?
Hoje fiquei sabendo que as vendas da Pascoa para o exterior surpreenderam acima das expectativas das operadoras. Mais uma prova do péssimo planejamento ou o pessoal vai para o exterior a pé?
Essa mão-de-obra que estará disponível será absorvida imediatamente, alguém duvida?
Luís,
Tenho minhas dúvidas se o crescimento da Azul é orgânico. Concordo que eles estão fazendo um EXCELENTE trabalho de Marketing, mas não sei se Financeiramente as coisas estão indo bem.
Para quem dizia que abriria IPO após o 1º ano e não abriu, aliada à promessa de Participação nos lucros logo no 1º ano e até hoje não foi efetivada, parece nem tudo são flores, concorda?
Att,
João Guilherme