Foi na segunda-feira chuvosa, véspera do feriado de 1o. de maio, que esses empresários do turismo se encontraram na entrada do Citibank Hall, na Barra da Tijuca, Rio de Janeiro, para assistir ao show da banda inglesa Duran Duran.
Todos cinquentões, estavam lá acompanhados dos cônjuges e amigos, para assistir, no gargarejo, a uma das bandas ícones do new wave e do pop-rock, um grupo pra lá de experiente em cantar e encantar a plateia.
Durante quase 2 horas, os gringos arrebataram os fans com canções-hino como “Save a Prayer” e “Notorious”, apesar de repetir algumas fórmulas surradas, como usar a fatídica bandeira brasileira como capa de Super-Homem e convidar uma cantora brasileira, em geral uma fan da banda, para cantar em dueto com o vocalista.
Clichês que funcionaram, pois o público gostou da bandeira e Fernanda Takai representou bem o papel e cantou, com talento e emoção, ao lado de seu ídolo Simon Le Bon, bastante inspirado nesta apresentação única no Rio de Janeiro.
Mas o que mais me ocorria era o fato de que o Citibank Hall estava lotado de senhores e senhoras de meia idade, que tentavam acompanhar o ritmo frenético das músicas e das luzes no palco, ao mesmo tempo em que não perdiam a oportunidade de fotografar e filmar os trechos que mais gostavam do show.
Todos praticamente adolescentes (inclusive eu), permaneceram de pé todo o show, tentando lembrar as letras (simulando cantar) e balançando ligeiramente o corpo (simulando dançar), comprovando o real motivo das boas bandas internacionais permanecerem firmes, tantos anos na estrada.
Além da qualidade das músicas, arranjos e letras, do grande sucesso que alcançaram no passado (que garante hoje um importante “recall” do público contemporâneo da banda), do alegado autocontrole no consumo de drogas pelos artistas, o item fundamental para este fenômeno social é mesmo a tão propalada longevidade da população, que faz com que apresentações como esta, com 100% do público em pé, não sejam mais exclusividade da garotada e consigam atrair a resistente geração nascida nos anos 60.
Um público com renda superior à média da população, que faz com que artistas também cinquentões movimentem toda uma indústria, e que não ligam para o fato da “garotada” responder “Quem eh? Never heard” para um SMS em que anunciei “Duran Duran no Citibank Hall, hoje agora online real time”.
Sinal dos tempos, choque de gerações ou gosto não se discute…?
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Quem é? Never heard…
Tente “Save a Prayer” e “Notorious” no Google, baixe e escute.
[]’s
Luís Vabo
kkkkkkkkkkkkk…
esse comentário anterior, foi ótimo!!
ótimo texto, Sr. Luis.
Abraços
Caro Vabo
…olha o Jr. dando alfinatada!!!
A idade na verdade não interfere, quando abrimos nossos baús de lembranças de coisas que marcaram nossa juventude, e olha que eu já passei do clube “cinquentões”, mas eu também marco presença no gargarejo do saudosismo, haja visto que nos ultimos dias fiz 2 revivals “Priscilla Rainha do Deserto” Teatro Bradesco – IMPERDIVEL, e HAIR – Teatro Frei Caneca.
Diga-se de passagem as decadas de 60/70/80 jamais serão esquecidas, mesmo sob ditadura politica, o mundo era mais light.
Gostei do uso que fez do Vabo “simulado”, especialidade sua? (rs)
abração e bom final de semana para both
Rocco,
Atualmente, cantar e dançar só mesmo simulando.
Mas não estou sozinho…
Bom fds pra vc tbm.
[]’s
Luís Vabo