Regina tinha 17 anos e era uma adolescente, como todas as da sua época, viciada em celular, não no aparelho em si, mas no universo de possibilidades que ela acessava através de seus 2 smartphones.
Sim, Regina não tinha predileção por equipamento ou marca, portava um Blackberry e um iPhone, usando-os conforme suas preferências de navegação pelas redes sociais e aplicativos “da hora”…
Regina dormia com os celulares ligados ao lado da cama, era despertada por eles e, antes de escovar os dentes, já havia compartilhado 2 dicas, 1 piada, 2 recados e 3 fotos, entre as que havia tirado na balada na noite anterior.
Regina gostava de estudar, mas não conseguia a concentração necessária para introspectar no estudo, porque seus celulares jamais ficavam mais de 5 minutos sem tocar…, e quando demoravam a emitir algum tipo de alerta, notificação ou chamado, Regina ficava amuada, sentia-se um pouco desprestigiada no seu círculo social, formado por quase todos os colegas da escola, por algumas poucas amigas de verdade e por muitos desconhecidos que ela adicionava na rede social, a quem chamava de “amigos do Face”.
Apesar de um tanto incomodada com o espaço que os aparelhos estavam tomando em sua vida, Regina não conseguia libertar-se e seguia utilizando-os intensivamente, pelo simples fato de que sentia prazer nisso.
Regina escrevia (ou “postava”, na linguagem das redes sociais) sobre seu dia-a-dia, sua rotina de casa, escola, shopping, cursos de idiomas, academia, festas etc, publicava fotos, muitas fotos, além de vídeos e músicas, num ritmo de produção de conteúdo parecido com os Diários que as adolescentes mantinham no século passado, com a diferença que estes eram guardados à sete chaves e mostrados, exclusivamente, para a melhor amiga.
Até que, um dia, Regina cansou…
Em algum momento de julho de 2012, Regina acordou e disse em voz alta, imaginando que falava somente para seus botões:
– Chega, já deu pra mim, não quero mais saber de celular como extensão do meu braço.
A mãe de Regina ouviu o desabafo e, incrédula, conferiu:
– Também acho que você exagera no uso do celular, minha filha, mas daí a largar de vez é muito extremista.
Mas Regina, como toda adolescente, era muito intensa e, para ela, era tudo ou nada.
– Já decidi, a partir de hoje meus celulares ficarão desligados na gaveta.
Ao observar o olhar ainda surpreso da mãe, Regina completou:
– Eu acho que sobrevivo, mãe…
A decisão de Regina não fora motivada por qualquer tipo de problema com as redes sociais ou com seus “webfriends”, ela genuinamente enfadou-se de tudo aquilo.
“Já estava por aqui”, dizia Regina, passando os dedos em forma de faca no pescoço.
Regina levou muito à sério sua decisão e hoje, 5 meses depois, ainda com 17 anos de idade, considera-se mais feliz.
– Sinto que minha qualidade de vida decolou, minhas notas melhoraram, curto mais os amigos ao meu lado e valorizo os momentos com a minha família. Estou até achando meus pais uns fofos…
“E os amigos do Face?”, perguntei, curioso.
– Estão lá e, de vez em quando, acesso pelo laptop.
Após esse bate-papo (presencial) que tive com Regina, fiquei ainda com 3 perguntas sem resposta:
1 – Regina curou-se de um vício ou amadureceu simplesmente?
2 – Regina deverá vencer a abstinência das redes socias enquanto adolescente, mas sobreviverá na fase adulta e profissional de sua vida futura?
3 – O comportamento de Regina pode indicar uma tendência?
Imagino que somente o tempo (nem tanto tempo assim) responderá estas questões…
Obs.: Este não é um texto de ficção. Regina existe, embora tenha outro nome, é filha de uma amiga de São Paulo e ambas concordaram que eu contasse sua história.
.
Olá Luis !
Seu texto traz esperanças … que tenhamos muitas “reginas” !!
Abraço
Fábio,
Assim como Regina conseguiu, que cada um encontre seu melhor caminho…
[]’s
Luís Vabo
Olá Luis !
Seu texto traz esperanças … que tenhamos muitas “reginas” !!
Abraço
Fábio,
Assim como Regina conseguiu, que cada um encontre seu melhor caminho…
[]’s
Luís Vabo
Luis,
Assim como a Regina do início do texto eu também não imagino mais o mundo sem meu Smartphone. Entretanto, não o uso com frequência, limitando-me a navegar nas redes sociais quando estou parado em alguma fila, na mesa, sozinho, esperando o almoço e, com mais frequência, para checar os emails quando estou fora da empresa. Uma coisa eu tenho certeza: estar online (mesmo sem estar navegando) dá-me a sensação de que não perderei nada que aconteça no mundo. Transmite-me a segurança de que estou conectado com tudo de importante que possa acontecer, e sempre ao alcance dos amigos que de mim precisarem. Percebi, entretanto, que uso muito mais o “smart” do que o “phone”, pois cada vez mais ele é uma extensão do escritório. Não passo horas navegando, não uso compulsivamente, mas reconheço que me sinto perdido se sair de casa sem ele. Terei remédio? rssss
Abraço.
Rui,
Você tem todos os sintomas de um “smartphone addicted”, como chamam os norte-americanos.
E, como todo viciado, não consegue admitir…
Mas é claro que você tem cura 🙂
[]’s
Luís Vabo
Luis,
Assim como a Regina do início do texto eu também não imagino mais o mundo sem meu Smartphone. Entretanto, não o uso com frequência, limitando-me a navegar nas redes sociais quando estou parado em alguma fila, na mesa, sozinho, esperando o almoço e, com mais frequência, para checar os emails quando estou fora da empresa. Uma coisa eu tenho certeza: estar online (mesmo sem estar navegando) dá-me a sensação de que não perderei nada que aconteça no mundo. Transmite-me a segurança de que estou conectado com tudo de importante que possa acontecer, e sempre ao alcance dos amigos que de mim precisarem. Percebi, entretanto, que uso muito mais o “smart” do que o “phone”, pois cada vez mais ele é uma extensão do escritório. Não passo horas navegando, não uso compulsivamente, mas reconheço que me sinto perdido se sair de casa sem ele. Terei remédio? rssss
Abraço.
Rui,
Você tem todos os sintomas de um “smartphone addicted”, como chamam os norte-americanos.
E, como todo viciado, não consegue admitir…
Mas é claro que você tem cura 🙂
[]’s
Luís Vabo
nao sei por que Luis, mas gostei muitissimo desse texto …. 🙂
Eu sei, provavelmente porque você se identificou com o texto.
Muitas outras pessoas provavelmente também se identificaram, mas não contam…
Bjs,
Luís Vabo
Estou achando que “Regina” é o pseudônimo da Renata… rssss
Ótimo texto, atual e verdadeiro. Temos que aproveitar mais a vida e, para isso, olhar pros lados, parar de olhar tanto p/ os celulares e similares! Abs
nao sei por que Luis, mas gostei muitissimo desse texto …. 🙂
Eu sei, provavelmente porque você se identificou com o texto.
Muitas outras pessoas provavelmente também se identificaram, mas não contam…
Bjs,
Luís Vabo
Estou achando que “Regina” é o pseudônimo da Renata… rssss
Ótimo texto, atual e verdadeiro. Temos que aproveitar mais a vida e, para isso, olhar pros lados, parar de olhar tanto p/ os celulares e similares! Abs
Bom, já eu, sem meu Android, acho que regrido uns 20 anos… Tentei até entrar em uma sala de cirurgia com um, não entendi por que não deixaram…
Mas brincadeiras à parte, este é um hábito que prefiro não perder. Uso para trabalho, leitura, atualização, diversão e tudo o mais. Não deixo de conversar com ninguém no jantar para ficar usando o celular, mas uso bastante.
O problema creio que é como tudo o mais: o excesso. Bem usado, é simplesmente uma das mais fantásticas tecnologias de uso pessoal que já inventaram. Quase uma extensão do cérebro.
Mal usado, passa a ser o próprio cérebro, aí é que mora o problema…
Abraços.
Tadeu,
Como eu o conheço bem, posso afirmar que, no seu caso, o vício tornou-se necessidade básica, como comer, beber ou dormir.
Você não conseguiria viver sem…
[]’s
Luís Vabo
Bom, já eu, sem meu Android, acho que regrido uns 20 anos… Tentei até entrar em uma sala de cirurgia com um, não entendi por que não deixaram…
Mas brincadeiras à parte, este é um hábito que prefiro não perder. Uso para trabalho, leitura, atualização, diversão e tudo o mais. Não deixo de conversar com ninguém no jantar para ficar usando o celular, mas uso bastante.
O problema creio que é como tudo o mais: o excesso. Bem usado, é simplesmente uma das mais fantásticas tecnologias de uso pessoal que já inventaram. Quase uma extensão do cérebro.
Mal usado, passa a ser o próprio cérebro, aí é que mora o problema…
Abraços.
Tadeu,
Como eu o conheço bem, posso afirmar que, no seu caso, o vício tornou-se necessidade básica, como comer, beber ou dormir.
Você não conseguiria viver sem…
[]’s
Luís Vabo
Luis
Voce ainda acredita no sucesso ou no relancamento do Blackberry em um novo software a ser lancado em breve ?
Abracos!
James,
Acredito que a RIM tenha força suficiente para se reinventar, provavelmente sem alcançar a hegemonia de que desfrutou antes do iPhone, mas deverá reconquistar uma fatia de seu mercado mais cativo.
[]’s
Luís Vabo
Luis
Voce ainda acredita no sucesso ou no relancamento do Blackberry em um novo software a ser lancado em breve ?
Abracos!
James,
Acredito que a RIM tenha força suficiente para se reinventar, provavelmente sem alcançar a hegemonia de que desfrutou antes do iPhone, mas deverá reconquistar uma fatia de seu mercado mais cativo.
[]’s
Luís Vabo
Como tenho dito, com base no que tenho pesquisado, seremos cada vez mais dependente de recursos artificiais multiplicadores de nossa capacidade produtiva e elucidativa de questões profissionais, pessoais, e interpessoais. O Sixt Sense, aparelho criado por um jovem indiano que têm revolucionado a mobilidade com seus inventos sempre muito econômicos e com soluções inusitadas para o dia-a-dia só não está em nossas costas hoje, muito provavelmente porque este jovem indiano não tem um amigo chamado Steve Jobs, pois ele está pensando exatamente igual ao Woz quando da invenção de seu primeiro computador. Ou seja, buscando popularizar seus inventos e trazer um benefício social através dele. Por tanto, respondendo a uma de suas questões não acredito que o afastamento dos smart’s seja uma tendência, muito pelo contrário. É uma atitude isolada de uma jovem ávida por liberdade, pois esses aparelhos tem se tornado cada vez mais cerceadores da nossa liberdade e individualidade.
Como tenho dito, com base no que tenho pesquisado, seremos cada vez mais dependente de recursos artificiais multiplicadores de nossa capacidade produtiva e elucidativa de questões profissionais, pessoais, e interpessoais. O Sixt Sense, aparelho criado por um jovem indiano que têm revolucionado a mobilidade com seus inventos sempre muito econômicos e com soluções inusitadas para o dia-a-dia só não está em nossas costas hoje, muito provavelmente porque este jovem indiano não tem um amigo chamado Steve Jobs, pois ele está pensando exatamente igual ao Woz quando da invenção de seu primeiro computador. Ou seja, buscando popularizar seus inventos e trazer um benefício social através dele. Por tanto, respondendo a uma de suas questões não acredito que o afastamento dos smart’s seja uma tendência, muito pelo contrário. É uma atitude isolada de uma jovem ávida por liberdade, pois esses aparelhos tem se tornado cada vez mais cerceadores da nossa liberdade e individualidade.