INFRAESTRUTURA: ADMITO QUE MUDEI DE OPINIÃO

Independentemente dos megaeventos esportivos, que estão servindo para chamar a nossa atenção (e do mundo) para as mazelas de nossa infraestrutura, o fato é que, entre todos os serviços oferecidos ao mercado consumidor brasileiro, temos pecado, desde sempre, naqueles mais básicos e elementares:

Energia elétrica
Cara e mal distribuída, apesar de termos a maior bacia hidrográfica do mundo, penamos com problemas ambientais na geração e com ineficiência (perda de carga) na distribuição. Um serviço que tornou-se mais lembrado pela pecha que carrega, o mal afamado “apagão”, devido ao risco permanente de interrupção.

Comunicação
Telefonia móvel vai de mal a pior, pois quando conseguimos completar uma chamada, nunca sabemos se conseguiremos terminar. Promete-se tecnologia 4G a um consumidor que recebe a ultrapassada 3G com todo tipo de má qualidade e ineficiência.

Estradas
Todas as mazelas possíveis, da má qualidade do pavimento à falta de manutenção, da inexistência de sinalização eficaz à ausência de policiamento e fiscalização, da carência de investimentos do poder público a problemas de gestão nas rodovias privatizadas.

Portos
Com os maiores custos portuários do mundo, fruto de ineficiência operacional, regulação profissional cartorial e instabilidade nas regras de concessão, nossos portos encarecem os produtos importados e dificultam o acesso de produtos brasileiros ao mercado exterior. Com a recente nova regulação, votada às pressas na madrugada pelo congresso, corremos o risco dos diversos “lobbies”, que se enfrentaram abertamente durante o processo, acabarem empatando a partida, fazendo o exportador e o consumidor brasileiro permanecerem rigorosamente no mesmo lugar…

Aeroportos
Terminais aeroportuários que mais parecem rodoviárias do interior (piores até, em alguns casos), com instalações deficientes, serviços insuficientes e de má qualidade, afugentam o turista (interno e externo) e compactuam contra o desenvolvimento da atividade que os mantém.

Apesar de parecer, por este texto, que sou pessimista em relação ao assunto, a verdade é que ainda acho que temos como melhorar em todos esses itens (acho mesmo que vamos melhorar), mas não acredito mais (já acreditei) que o faremos antes dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro.

Melhor admitir isso agora, do que aparecer supreendido daqui a 3 anos…

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Luís Vabo

Entusiasta da inovação, do empreendedorismo e da alta performance, adepto da vida saudável, dos amigos e da família, obstinado, voluntário, esportista e apaixonado. Sócio-CEO Reserve Systems 📊 Sócio-fundador Solid Gestão 📈 Sócio-CFO MyView Drones 🚁 Sócio Link School of Business 🎓 Conselheiro Abracorp ✈️

10 thoughts on “INFRAESTRUTURA: ADMITO QUE MUDEI DE OPINIÃO

  1. Luís,
    pelo que se vê depois da batalha pela MP dos portos – a “base aliada” querendo criar uma CPI para investigar a Petrobras – vê-se que os lobbies do atraso são muito mais poderosos do que nossa vã filosofia pode imaginar.

    1. Não tenho dúvida, Moris,

      Enquanto o interesse individual prevalecer sobre o interesse coletivo na sociedade brasileira e, em especial, no congresso nacional, não há muito o que se esperar dos políticos…

      []’s

      Luís Vabo

  2. Meu querido Vabo,

    Com certeza, pessoas do Governo e os seus aliados na imprensa servil, discordarao de todos os seus conceitos nos setores ‘analisados’…

    Ontem o ministro do setor reclamou da INFRAERO em relacao aos atrasos em TODAS as obras nos aeroportos.

    Paro por aqui, querido. Bom final de semana e Bencaos do Senhor na sua vida e de todos que participam do seu blog.

  3. Luis, anote ai uma experiência real, vivida por mim neste 22 maio. Cheguei a SPaulo a trabalho e após já ter constatado pelos sistemas que os hotéis estavam lotados, eu embarquei de CWB mesmo assim, pois duvidei que fosse impossível achar, pessoalmente, UM apto livre que fosse. Não havia megaeventos (esportivos ou não) ocorrendo, apenas “algumas feiras”, entre elas, a grande Hospitalar. Acredite: cheguei as 21hs, e de propósito, para “testar”, fui de taxi rodando, pelo Centro, Consolação, Paulista, Aclimação, Liberdade, visitando “pessoalmente” TRINTA hotéis. Resultado: NENHUM apto livre. Liguei a Guarulhos: nenhum livre. Solução: Fui, após rodar 2 horas de taxi (repito: propositalmente), dormir em um Motel na Marginal Tietê (aliás, muito bom, superior ao serviços de hotéis 3* e 4* e 50% mais barato). Você, está certo: NÃO HÁ A MÍNIMA ESTRUTURA PARA RECEBER MEGA EVENTOS COMO OS ESPORTIVOS MUNDIAIS.

  4. Luis, anote ai uma experiência real, vivida por mim neste 22 maio. Cheguei a SPaulo a trabalho e após já ter constatado pelos sistemas que os hotéis estavam lotados, eu embarquei de CWB mesmo assim, pois duvidei que fosse impossível achar, pessoalmente, UM apto livre que fosse. Não havia megaeventos (esportivos ou não) ocorrendo, apenas “algumas feiras”, entre elas, a grande Hospitalar. Acredite: cheguei as 21hs, e de propósito, para “testar”, fui de taxi rodando, pelo Centro, Consolação, Paulista, Aclimação, Liberdade, visitando “pessoalmente” TRINTA hotéis. Resultado: NENHUM apto livre. Liguei a Guarulhos: nenhum livre. Solução: Fui, após rodar 2 horas de taxi (repito: propositalmente), dormir em um Motel na Marginal Tietê (aliás, muito bom, superior ao serviços de hotéis 3* e 4* e 50% mais barato). Você, está certo: NÃO HÁ A MÍNIMA ESTRUTURA PARA RECEBER MEGA EVENTOS COMO OS ESPORTIVOS MUNDIAIS.

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