“Você tem medo da morte?” é uma pergunta pouco comum, mas presente em conversas à toa numa mesa de bar, por exemplo.
“Você já se viu diante da morte?” é uma outra pergunta, bem mais incomum e que suscita narrativas compungidas a respeito de difíceis momentos vividos e que terminam, invariavelmente, com uma boa notícia: “Pelo menos sobrevivi para estar aqui contando esta história…”
Pois bem, foi numa improvável conversa entre amigos numa mesa no Dragon Fly, excelente restaurante japonês aqui em Orlando, que descobrimos, por acaso, que muitas pessoas dizem “Sim” para a pergunta do título.
Ou seja, consideram que sentiram, pelo menos uma vez na vida, (mesmo que por alguns instantes), que estiveram diante da morte, inexorável e iminente e, pior, nada podiam fazer para impedi-la.
Ledo engano, impediram-na e contaram sua história, pelo menos para os amigos presentes nesta mesa, esta noite.
Um tiro acidental em uma caçada, um afogamento na praia, uma tormenta no mar durante um passeio de barco, um assalto, foram alguns dos casos descritos pelo grupo que, após ouvir atentamente as histórias uns dos outros, chegou à redentora conclusão: trata-se de situação obviamente a ser evitada a todo custo, mas quando de fato ocorre, leva a vítima a sair do episódio com mais força e determinação para as questões “simples” do dia-a-dia.
Sim, porque nada pode ser considerado complexo para quem enfrentou a morte (mesmo involuntariamente) e saiu vitorioso (pelo menos nesta vez).
Para estas pessoas, virtualmente nada é impossível, tudo é simples, as pessoas é que complicam…
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Obs.: no próximo post, tentarei narrar ao menos uma das histórias citadas (tormenta no mar durante um passeio de barco), justamente por ter acontecido comigo.
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