PRIVATIZAR PARA SALVAR

Não vejo outra solução para a Petrobrás.

Quem confiará que, após saneada (embora não estejamos assistindo qualquer ação concreta neste sentido), a Petrobrás retomará o rumo da eficácia operacional, da produção crescente e da lucratividade, se continuar nas mãos do governo?

No final do ano passado, muita gente pensou em investir em ações da Petrobrás “para aproveitar a baixa”…

Quem entrou nessa, perdeu duplamente, pois, como se sabe, as ações continuaram ladeira abaixo, bem assim as perspectivas de uma companhia petrolífera, que despencou da posição de 8a. para 180a. maior empresa em todo o mundo, queda ocorrida em menos de um ano, devido à gestão fraudulenta, corrupção de todo tipo e desmandos cometidos nos últimos 10 anos.

Francamente, não dá mais pra seguir levando nas costas o peso de empresas públicas (ou sob controle estatal) que deveriam ser privadas.

Nada de neologismos como “alienar ativos” ou “capitalizar a companhia”, o que a Petrobrás precisa é ser privatizada e, para um processo comp este, serão necessários, seguramente, uns 2 a 3 anos, se não mais…

O fato é que está passando da hora de começar.

.

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Luís Vabo

Entusiasta da inovação, do empreendedorismo e da alta performance, adepto da vida saudável, dos amigos e da família, obstinado, voluntário, esportista e apaixonado. Sócio-CEO Reserve Systems 📊 Sócio-fundador Solid Gestão 📈 Sócio-CFO MyView Drones 🚁 Sócio Link School of Business 🎓 Conselheiro Abracorp ✈️

37 thoughts on “PRIVATIZAR PARA SALVAR

  1. privatizar vai fazer o pais perder muito dinheiro pois e muita coisa e 10% do PIB que a PTBS representa …..lucro do petróleo e muito bom e bilhões entrando todo dia e saindo ….privatizar não acho melhor solução ….. tem muito potencial os Brasileiros não e possível que todos dos governos são corruptos ….. o ideal e colocar lei , quem rouba corta a mão …tudo mundo vai pensar duas vezes ….

    1. Amigo Mohammed,

      A Petrobrás representa hoje o cofre aberto para a corrupção desavergonhada, uma mina de ouro para financiar campanhas de políticos despreparados e ineptos.

      É preferível uma cia. petrolífera forte, nas mãos da iniciativa privada, cuja gestão equivocada não traga prejuízos à nação, do que uma empresa sob controle de Estado, que serve de balcão de negócios escusos, tráfico de influência e jogo de poder entre deputados e senadores, de um lado, e empreiteiras de outro.

      Não tenho dúvida: devemos fortalecer a ANP, na função normativa e fiscalizadora, e privatizar toda a operação de extração e distribuição de petróleo “in natura”.

      []’s

      Luís Vabo

      1. Concordo tanto com sua nota no blog quanto com seu comentário, caro Vabo. Precisamos, sim, de uma ANP forte, presente e seguindo normas de Estado, complementadas apenas por orientações do governo da vez. Lucro ou prejuízo da Petrobras serão problemas dos proprietários e investidores, que deverão seguir obrigatoriamente as orientações da ANP (e, por apenas um mandato, do governo da vez).
        A Vale é um grande exemplo a ser seguido. Não é motivo de roubalheiras, nem de “olho gordo”, de nenhum político e emprega milhares de brasileiros (competentes), gerando milhões em impostos.
        A corrupção é endêmica no mundo, mas muito facilitada no Brasil, que tem seus “jeitinhos” e leis fáceis de serem dribladas.
        P.S.: há muito a se esperar, ainda, de todas as outras “BRAS” da vida, no nosso País. Só o futuro dirá.

        1. A Vale valia 100 bi e foi vendida por 20 bi. O FHC conseguiu uma comissão gorda e não pagou a dívida com o FMI (razão da venda), vide o livro Privataria Tucana em que os tucanos ficaram com 25% de tudo o que foi privatizado em sua gestão. Tá tudo na Suíça e Ilhas Cayman. A sorte foi que o fundo de pensão BB se tornou acionista majoritário e a empresa continua sendo Brasileira.

          1. Caro Vinicius
            Mesmo que eu concordasse com tudo que você escreveu, a diferença é que a Vale está dando muito lucro a todos — União e demais investidores –, não sendo objeto de ações torpes, seja lá de que partido ou grupo for.
            Entrar com ações da Justiça é direito de todos, aos quais cabe o ônus da prova.
            Não sou Globo ou ant-iGlobo; assisto a telejornais variados e formo minha opinião, jamais me deixando levar pela opinião de um único livro, por exemplo.

        2. É verdade, Olavo,

          A Vale é mesmo uma referência também neste caso, uma empresa que está enfrentando a queda mundial dos preços do minério de ferro, sem envolver os cofres públicos, sem comprar ou vender políticos ou executivos.

          A Petrobrás é uma empresa de energia, cujo “core business” é a pesquisa, prospecção, extração, transporte e venda de petróleo, atividades similares às da Vale, que também tem seu foco centrado em pesquisa, prospecção, extração, transporte e venda, neste caso de minério de ferro, entre outros.

          O fato é que somente o interesse na exploração política (lastreada na corrupção endêmica, como se vê) parece justificar a manutenção dessas atividades em mãos do Estado.

          O resto é balela do corporativismo de funcionários públicos que desejam manter sua estabilidade no emprego e não sujeitar sua carreira aos resultados efetivos de seu trabalho, como ocorre na iniciativa privada.

          []’s

          Luís Vabo

  2. E entregar 8 trilhões de reias de óleo bruto para as petroleiras americanas?
    Roubalheira sempre teve a diferença que o PSDB faturava 4bi ano e tirava 30% para pagar campanhas. Com o PT, a Petrobrás lucra 25bi por ano e 3% vai pra pagar as companhas. Corrupção existe na Prefeitura de Xique-Xique até a Presidência dos EUA. Não acredito que leio isso de um empresario renomado no turismo, expondo uma posição tão cretina e ingênua. Assistir a Globo deixa todos com cabeça de minhoca. O PT arrumou o Brasil e os fascistas não voltam mais para o poder através do voto. Só impeachment ou guerra civil. E se derrubarem a Dilma, não vai ser tão simples como foi com Jango. Os 54% da população que votou nela vai resistir com armas se for preciso.

    1. Prezado Vinicius Gaban,

      Agradeço seus comentários, apenas lamento que você tenha subestimado os meus.

      A Petrobrás não é a proprietária dos R$ 8 trilhões em óleo bruto, os quais pertencem ao povo brasileiro, representado pelo Estado.

      De fato, sempre existiu roubalheira na política brasileira, mas jamais em níveis crônicos e endêmicos, como nos governos do PT, desde 2003.

      Minha posição pode ser diferente da sua, mas jamais cretina ou mesmo ingênua, uma vez exposta publicamente e com argumentos.

      Sua declaração de que “o PT arrumou o Brasil” chega a ser risível, mas denota bem o seu interesse pessoal neste partido, que efetivamente está, aos poucos, destruindo o Brasil.

      Dos 54% dos eleitores que foram enganados pela campanha do PT, seguramente mais da metade já percebeu o erro cometido e não será mais conivente com esta sujeira que está aí.

      []’s

      Luís Vabo

    2. Caro Vinicius:
      1) Conforme escrevi em meu 1º comentário, haverá uma ANP (com atribuições de Estado, complementadas por orientações de governo da vez) para gerenciar o uso do petróleo.
      2) 3% de R$ 25 BI são R$ 750 MI; o golpe sobre a Petrobrás é de ALGUNS R$ BI, portanto muito mais que 3%.
      3) Corrupção existe sim onde você escreveu (e eu tb); mas no mundo não há caso conhecido que supere este que vivenciamos na Petrobrás. Deixe Xique-Xique e Obama em paz (são apenas aprendizes).
      4) Agredir o blogueiro (não o represento), mesmo que com palavras, não acrescenta nenhum argumento à sua posição; revela, sim, FALTA DE ARGUMENTO(S) de sua parte e incapacidade de entender (e, portanto, de aceitar) posicionamentos contrários ao seu. Uma lástima!!!!
      5) O PT não tem 54% DA POPULAÇÃO e sim dos votos válidos. Na realidade, não tem nem 40% dos votantes, considerando os que votaram contra mais votos brancos e nulos e aqueles que não compareceram à votação. O caso que temos é claramente o da compra de votos pelo governo da vez, com nosso dinheiro (=bolsa-família).
      6) Se o PT arrumou o Brasil, vou embora.
      7) Fascistas? Olhe-se antes no espelho.
      Abraços
      Olavo Leal

  3. E entregar 8 trilhões de reias de óleo bruto para as petroleiras americanas?
    Roubalheira sempre teve a diferença que o PSDB faturava 4bi ano e tirava 30% para pagar campanhas. Com o PT, a Petrobrás lucra 25bi por ano e 3% vai pra pagar as companhas. Corrupção existe na Prefeitura de Xique-Xique até a Presidência dos EUA. Não acredito que leio isso de um empresario renomado no turismo, expondo uma posição tão cretina e ingênua. Assistir a Globo deixa todos com cabeça de minhoca. O PT arrumou o Brasil e os fascistas não voltam mais para o poder através do voto. Só impeachment ou guerra civil. E se derrubarem a Dilma, não vai ser tão simples como foi com Jango. Os 54% da população que votou nela vai resistir com armas se for preciso.

    1. Prezado Vinicius Gaban,

      Agradeço seus comentários, apenas lamento que você tenha subestimado os meus.

      A Petrobrás não é a proprietária dos R$ 8 trilhões em óleo bruto, os quais pertencem ao povo brasileiro, representado pelo Estado.

      De fato, sempre existiu roubalheira na política brasileira, mas jamais em níveis crônicos e endêmicos, como nos governos do PT, desde 2003.

      Minha posição pode ser diferente da sua, mas jamais cretina ou mesmo ingênua, uma vez exposta publicamente e com argumentos.

      Sua declaração de que “o PT arrumou o Brasil” chega a ser risível, mas denota bem o seu interesse pessoal neste partido, que efetivamente está, aos poucos, destruindo o Brasil.

      Dos 54% dos eleitores que foram enganados pela campanha do PT, seguramente mais da metade já percebeu o erro cometido e não será mais conivente com esta sujeira que está aí.

      []’s

      Luís Vabo

    2. Caro Vinicius:
      1) Conforme escrevi em meu 1º comentário, haverá uma ANP (com atribuições de Estado, complementadas por orientações de governo da vez) para gerenciar o uso do petróleo.
      2) 3% de R$ 25 BI são R$ 750 MI; o golpe sobre a Petrobrás é de ALGUNS R$ BI, portanto muito mais que 3%.
      3) Corrupção existe sim onde você escreveu (e eu tb); mas no mundo não há caso conhecido que supere este que vivenciamos na Petrobrás. Deixe Xique-Xique e Obama em paz (são apenas aprendizes).
      4) Agredir o blogueiro (não o represento), mesmo que com palavras, não acrescenta nenhum argumento à sua posição; revela, sim, FALTA DE ARGUMENTO(S) de sua parte e incapacidade de entender (e, portanto, de aceitar) posicionamentos contrários ao seu. Uma lástima!!!!
      5) O PT não tem 54% DA POPULAÇÃO e sim dos votos válidos. Na realidade, não tem nem 40% dos votantes, considerando os que votaram contra mais votos brancos e nulos e aqueles que não compareceram à votação. O caso que temos é claramente o da compra de votos pelo governo da vez, com nosso dinheiro (=bolsa-família).
      6) Se o PT arrumou o Brasil, vou embora.
      7) Fascistas? Olhe-se antes no espelho.
      Abraços
      Olavo Leal

  4. A privatização da Vale S.A. foi controversa por não ter levado em conta o valor potencial das reservas de ferro em possessão da companhia na época, apenas o valor de sua infraestrutura. Contudo houve um contexto político, histórico e econômico para que tal decisão fosse tomada, pois desde os fins da década de 1970, o mundo passou a seguir a corrente de pensamento econômica neoclássica, e consequentemente o FMI criou um conjunto de normas, conhecido como o Consenso de Washington, que defendia a privatização de todas as empresas estatais, indiscriminadamente, como uma fórmula que deveria acelerar o desenvolvimento econômico mundial. Enquanto, para os economistas ortodoxos tradicionais, a privatização representa um conceito hegemônico, outras disciplinas vêem esse fenômeno sob diversos ângulos. Assim, Feigenbaum e Henig (1994) encaram a privatização como sendo um fenomeno fundamentalmente político – e não econômico, administrativo ou fiscal – que deve ser analisado como tal; não seria uma reação natural em oposição ao aumento do tamanho do Estado, ou aos custos relacionados à sua manutenção. A privatização freqüentemente tem objetivos políticos explicítos, e tem consequências, que redistribuem os custos e benefícios dentre diferentes grupos numa sociedade.

    Muitos defendem as privatizações, por entenderem que não cabe ao Estado exercer atividades econômicas. Os favoráveis às privatizações citam freqüentes casos de corrupção, de empreguismo e de ineficiência ocorrida em grande parte das empresas estatais. Já os contrários à privatização alegam que o Estado brasileiro vendeu para grupos multinacionais patrimônio público por um valor muito inferior ao real, dando a esses grupos econômicos privilegiados a oportunidade de realizar lucros extraordinários.

    Por outro lado, muitos setores da sociedade alegaram que a privatização da Vale foi executada de maneira irregular, que a empresa foi vendida sem ter sido corretamente avaliada, que o Brasil abriu mão de sua soberania sobre reservas do estratégico minério de ferro – que durariam séculos – e que o assunto não foi democraticamente discutido com a população – em tese sua proprietária – além de considerarem a privatização, em si, desnecessária.

    Argumentam que se o objetivo das privatizações era evitar as mazelas mais comuns em algumas empresas estatais, teria sido possível incorporar aos estatutos da Vale cláusulas determinando que os cargos de Diretoria deveriam ser obrigatoriamente preenchidos por funcionários de carreira, promovidos por merecimento, como aconteceu, nos anos 1960, com Eliezer Batista. Métodos modernos de governança corporativa poderiam ter sido implantados na empresa para evitar quaisquer desvirtuamentos de suas finalidades. Porém, os defensores da privatização afirmam que esta é uma situação onde se diz que “o lobo toma conta do galinheiro”, ou seja, é uma situação utópica, de dificílima aplicação, visto que se políticos quiserem usar uma estatal como moeda de troca e cabide de empregos, será impossível impedir; já numa empresa privada é impossível ocorrer tal interferência.

    Tão polêmica tornou-se sua privatização que o jornalista Elio Gaspari apelidou essa operação de privataria, criando um neologismo. Supostos desvios de finalidades nas privatizações não teriam ocorrido só no Brasil, mas no mundo. Joseph E. Stiglitz, ex-Vice-Presidente Sênior para políticas de desenvolvimento do Banco Mundial, apelidou esse processo, ocorrido sobretudo nas privatizações dos anos 1990, de briberization (“propinização”).

    Setores descontentes da sociedade impetraram mais de cem ações populares para tentar anular a venda da Vale – dentre elas a proposta por um grupo de juristas de São Paulo, liderados pelo professor Fábio Konder Comparato a quem se juntaram Celso Antônio Bandeira de Mello, Dalmo de Abreu Dallari, Goffredo da Silva Telles Jr. e Eros Grau. Estas ações se arrastam na justiça até hoje, com remotas possibilidades de sucesso, segundo alguns especialistas .

    Dois bancos internacionais foram chamados pelo governo FHC para fazer a avaliação da companhia que seria leiloada, sendo um deles a Merrill Lynch. Por uma razão que até hoje muitos economistas não conseguem entender, os bancos escolhidos por FHC concordaram em avaliar a Vale apenas pelo critério de fluxo de caixa existente à época, descontado não levando em conta o valor potencial de suas reservas de minério de ferro (que entraram no negócio por valor zero) – e que eram capazes de abastecer o mundo pelos próximos 400 anos. Estes critérios continuam sendo fortemente questionados e há certos setores da sociedade tentando organizar um plebiscito para reverter a privatização da Vale, que julgam ter sido feita de uma forma lesiva ao patrimonio do Brasil.

    Após a privatização, a Vale pôde arcar com pesados investimentos, que até o momento somam a quantia de 16,5 bilhões de dólares, fazendo seu lucro anual subir de cerca de 500 milhões de dólares em 1996 para aproximadamente 12 bilhões de dólares em 2006. O número de empregos gerados pela companhia também aumentou desde a privatização – em 1996 eram 13 mil e em 2006 são mais de 41 mil. Atualmente, o principal acionista da Vale é a a União, através do BNDES Participações, de fundos de previdência de suas estatais e de participação direta, que detêm a maioria das ações da Vale. Em 2005, a empresa pagou 2 bilhões de reais de impostos no Brasil, cerca de 800 milhões de dólares ao câmbio da época.

    1. Bem lembrado, Vinicius Gaban,

      Ainda falta levantar a poeira embaixo do tapete chamado BNDES.

      Ainda será aberta esta caixa preta, em que se tornou o BNDES, durante os últimos 12 anos…

      []’s

      Luís Vabo

      1. Vabo,
        Provavelmente vem valor bem alto do BNDES, principalmente depois de investimentos secretos! Porque ser secreto? E quanto não voltou para eles nos investimentos em Cuba e nos países “amigos”?

        1. Esta é a dúvida, Marcus,

          Se quando o investimento não é secreto, já há desvios do tamanho da Petrobrás, imagine quando esses “investimentos” são feitos debaixo do tapete…

          O fato é que investimento nenhum deveria ser segredo para o dono do dinheiro, neste caso a população brasileira.

          É mais uma ignomínia do atual governo.

          []’s

          Luís Vabo

          1. Olá Vabo,

            De fato, até 2002 o BNDES tinha a “função” de tirar os bancos do FHC da bancarrota. Após a entrada do Lula, o BNDES começou a financiar a produção com juros bem menores que os praticados pelo mercado. Temos que reconhecer que as taxas de juros tiveram queda de mais de 20pp, mas os juros aplicados para pessoas físicas e jurídicas aumentaram ao invés de diminuir devido ao medo dos banqueiros com um aumento de inadimplência que não se concretizou. Após 2003, você encontra basicamentE tudo no: http://www.bndes.gov.br/SiteBNDES/bndes/bndes_pt/Institucional/BNDES_Transparente/

            Foram uma média de 9bi de lucro por ano desde 2003. Para se ter uma idéia do quanto é notável o resultado, de 1998 a 2002, o lucro líquido do BNDES foi de R$ 3,7 bilhões.

            Abs

  5. A privatização da Vale S.A. foi controversa por não ter levado em conta o valor potencial das reservas de ferro em possessão da companhia na época, apenas o valor de sua infraestrutura. Contudo houve um contexto político, histórico e econômico para que tal decisão fosse tomada, pois desde os fins da década de 1970, o mundo passou a seguir a corrente de pensamento econômica neoclássica, e consequentemente o FMI criou um conjunto de normas, conhecido como o Consenso de Washington, que defendia a privatização de todas as empresas estatais, indiscriminadamente, como uma fórmula que deveria acelerar o desenvolvimento econômico mundial. Enquanto, para os economistas ortodoxos tradicionais, a privatização representa um conceito hegemônico, outras disciplinas vêem esse fenômeno sob diversos ângulos. Assim, Feigenbaum e Henig (1994) encaram a privatização como sendo um fenomeno fundamentalmente político – e não econômico, administrativo ou fiscal – que deve ser analisado como tal; não seria uma reação natural em oposição ao aumento do tamanho do Estado, ou aos custos relacionados à sua manutenção. A privatização freqüentemente tem objetivos políticos explicítos, e tem consequências, que redistribuem os custos e benefícios dentre diferentes grupos numa sociedade.

    Muitos defendem as privatizações, por entenderem que não cabe ao Estado exercer atividades econômicas. Os favoráveis às privatizações citam freqüentes casos de corrupção, de empreguismo e de ineficiência ocorrida em grande parte das empresas estatais. Já os contrários à privatização alegam que o Estado brasileiro vendeu para grupos multinacionais patrimônio público por um valor muito inferior ao real, dando a esses grupos econômicos privilegiados a oportunidade de realizar lucros extraordinários.

    Por outro lado, muitos setores da sociedade alegaram que a privatização da Vale foi executada de maneira irregular, que a empresa foi vendida sem ter sido corretamente avaliada, que o Brasil abriu mão de sua soberania sobre reservas do estratégico minério de ferro – que durariam séculos – e que o assunto não foi democraticamente discutido com a população – em tese sua proprietária – além de considerarem a privatização, em si, desnecessária.

    Argumentam que se o objetivo das privatizações era evitar as mazelas mais comuns em algumas empresas estatais, teria sido possível incorporar aos estatutos da Vale cláusulas determinando que os cargos de Diretoria deveriam ser obrigatoriamente preenchidos por funcionários de carreira, promovidos por merecimento, como aconteceu, nos anos 1960, com Eliezer Batista. Métodos modernos de governança corporativa poderiam ter sido implantados na empresa para evitar quaisquer desvirtuamentos de suas finalidades. Porém, os defensores da privatização afirmam que esta é uma situação onde se diz que “o lobo toma conta do galinheiro”, ou seja, é uma situação utópica, de dificílima aplicação, visto que se políticos quiserem usar uma estatal como moeda de troca e cabide de empregos, será impossível impedir; já numa empresa privada é impossível ocorrer tal interferência.

    Tão polêmica tornou-se sua privatização que o jornalista Elio Gaspari apelidou essa operação de privataria, criando um neologismo. Supostos desvios de finalidades nas privatizações não teriam ocorrido só no Brasil, mas no mundo. Joseph E. Stiglitz, ex-Vice-Presidente Sênior para políticas de desenvolvimento do Banco Mundial, apelidou esse processo, ocorrido sobretudo nas privatizações dos anos 1990, de briberization (“propinização”).

    Setores descontentes da sociedade impetraram mais de cem ações populares para tentar anular a venda da Vale – dentre elas a proposta por um grupo de juristas de São Paulo, liderados pelo professor Fábio Konder Comparato a quem se juntaram Celso Antônio Bandeira de Mello, Dalmo de Abreu Dallari, Goffredo da Silva Telles Jr. e Eros Grau. Estas ações se arrastam na justiça até hoje, com remotas possibilidades de sucesso, segundo alguns especialistas .

    Dois bancos internacionais foram chamados pelo governo FHC para fazer a avaliação da companhia que seria leiloada, sendo um deles a Merrill Lynch. Por uma razão que até hoje muitos economistas não conseguem entender, os bancos escolhidos por FHC concordaram em avaliar a Vale apenas pelo critério de fluxo de caixa existente à época, descontado não levando em conta o valor potencial de suas reservas de minério de ferro (que entraram no negócio por valor zero) – e que eram capazes de abastecer o mundo pelos próximos 400 anos. Estes critérios continuam sendo fortemente questionados e há certos setores da sociedade tentando organizar um plebiscito para reverter a privatização da Vale, que julgam ter sido feita de uma forma lesiva ao patrimonio do Brasil.

    Após a privatização, a Vale pôde arcar com pesados investimentos, que até o momento somam a quantia de 16,5 bilhões de dólares, fazendo seu lucro anual subir de cerca de 500 milhões de dólares em 1996 para aproximadamente 12 bilhões de dólares em 2006. O número de empregos gerados pela companhia também aumentou desde a privatização – em 1996 eram 13 mil e em 2006 são mais de 41 mil. Atualmente, o principal acionista da Vale é a a União, através do BNDES Participações, de fundos de previdência de suas estatais e de participação direta, que detêm a maioria das ações da Vale. Em 2005, a empresa pagou 2 bilhões de reais de impostos no Brasil, cerca de 800 milhões de dólares ao câmbio da época.

    1. Bem lembrado, Vinicius Gaban,

      Ainda falta levantar a poeira embaixo do tapete chamado BNDES.

      Ainda será aberta esta caixa preta, em que se tornou o BNDES, durante os últimos 12 anos…

      []’s

      Luís Vabo

      1. Vabo,
        Provavelmente vem valor bem alto do BNDES, principalmente depois de investimentos secretos! Porque ser secreto? E quanto não voltou para eles nos investimentos em Cuba e nos países “amigos”?

        1. Esta é a dúvida, Marcus,

          Se quando o investimento não é secreto, já há desvios do tamanho da Petrobrás, imagine quando esses “investimentos” são feitos debaixo do tapete…

          O fato é que investimento nenhum deveria ser segredo para o dono do dinheiro, neste caso a população brasileira.

          É mais uma ignomínia do atual governo.

          []’s

          Luís Vabo

          1. Olá Vabo,

            De fato, até 2002 o BNDES tinha a “função” de tirar os bancos do FHC da bancarrota. Após a entrada do Lula, o BNDES começou a financiar a produção com juros bem menores que os praticados pelo mercado. Temos que reconhecer que as taxas de juros tiveram queda de mais de 20pp, mas os juros aplicados para pessoas físicas e jurídicas aumentaram ao invés de diminuir devido ao medo dos banqueiros com um aumento de inadimplência que não se concretizou. Após 2003, você encontra basicamentE tudo no: http://www.bndes.gov.br/SiteBNDES/bndes/bndes_pt/Institucional/BNDES_Transparente/

            Foram uma média de 9bi de lucro por ano desde 2003. Para se ter uma idéia do quanto é notável o resultado, de 1998 a 2002, o lucro líquido do BNDES foi de R$ 3,7 bilhões.

            Abs

  6. A privatização da Vale S.A. foi controversa por não ter levado em conta o valor potencial das reservas de ferro em possessão da companhia na época, apenas o valor de sua infraestrutura. Contudo houve um contexto político, histórico e econômico para que tal decisão fosse tomada, pois desde os fins da década de 1970, o mundo passou a seguir a corrente de pensamento econômica neoclássica, e consequentemente o FMI criou um conjunto de normas, conhecido como o Consenso de Washington, que defendia a privatização de todas as empresas estatais, indiscriminadamente, como uma fórmula que deveria acelerar o desenvolvimento econômico mundial. Enquanto, para os economistas ortodoxos tradicionais, a privatização representa um conceito hegemônico, outras disciplinas vêem esse fenômeno sob diversos ângulos. Assim, Feigenbaum e Henig (1994) encaram a privatização como sendo um fenomeno fundamentalmente político – e não econômico, administrativo ou fiscal – que deve ser analisado como tal; não seria uma reação natural em oposição ao aumento do tamanho do Estado, ou aos custos relacionados à sua manutenção. A privatização freqüentemente tem objetivos políticos explicítos, e tem consequências, que redistribuem os custos e benefícios dentre diferentes grupos numa sociedade.

    Muitos defendem as privatizações, por entenderem que não cabe ao Estado exercer atividades econômicas. Os favoráveis às privatizações citam freqüentes casos de corrupção, de empreguismo e de ineficiência ocorrida em grande parte das empresas estatais. Já os contrários à privatização alegam que o Estado brasileiro vendeu para grupos multinacionais patrimônio público por um valor muito inferior ao real, dando a esses grupos econômicos privilegiados a oportunidade de realizar lucros extraordinários.

    Por outro lado, muitos setores da sociedade alegaram que a privatização da Vale foi executada de maneira irregular, que a empresa foi vendida sem ter sido corretamente avaliada, que o Brasil abriu mão de sua soberania sobre reservas do estratégico minério de ferro – que durariam séculos – e que o assunto não foi democraticamente discutido com a população – em tese sua proprietária – além de considerarem a privatização, em si, desnecessária.

    Argumentam que se o objetivo das privatizações era evitar as mazelas mais comuns em algumas empresas estatais, teria sido possível incorporar aos estatutos da Vale cláusulas determinando que os cargos de Diretoria deveriam ser obrigatoriamente preenchidos por funcionários de carreira, promovidos por merecimento, como aconteceu, nos anos 1960, com Eliezer Batista. Métodos modernos de governança corporativa poderiam ter sido implantados na empresa para evitar quaisquer desvirtuamentos de suas finalidades. Porém, os defensores da privatização afirmam que esta é uma situação onde se diz que “o lobo toma conta do galinheiro”, ou seja, é uma situação utópica, de dificílima aplicação, visto que se políticos quiserem usar uma estatal como moeda de troca e cabide de empregos, será impossível impedir; já numa empresa privada é impossível ocorrer tal interferência.

    Tão polêmica tornou-se sua privatização que o jornalista Elio Gaspari apelidou essa operação de privataria, criando um neologismo. Supostos desvios de finalidades nas privatizações não teriam ocorrido só no Brasil, mas no mundo. Joseph E. Stiglitz, ex-Vice-Presidente Sênior para políticas de desenvolvimento do Banco Mundial, apelidou esse processo, ocorrido sobretudo nas privatizações dos anos 1990, de briberization (“propinização”).

    Setores descontentes da sociedade impetraram mais de cem ações populares para tentar anular a venda da Vale – dentre elas a proposta por um grupo de juristas de São Paulo, liderados pelo professor Fábio Konder Comparato a quem se juntaram Celso Antônio Bandeira de Mello, Dalmo de Abreu Dallari, Goffredo da Silva Telles Jr. e Eros Grau. Estas ações se arrastam na justiça até hoje, com remotas possibilidades de sucesso, segundo alguns especialistas .

    Dois bancos internacionais foram chamados pelo governo FHC para fazer a avaliação da companhia que seria leiloada, sendo um deles a Merrill Lynch. Por uma razão que até hoje muitos economistas não conseguem entender, os bancos escolhidos por FHC concordaram em avaliar a Vale apenas pelo critério de fluxo de caixa existente à época, descontado não levando em conta o valor potencial de suas reservas de minério de ferro (que entraram no negócio por valor zero) – e que eram capazes de abastecer o mundo pelos próximos 400 anos. Estes critérios continuam sendo fortemente questionados e há certos setores da sociedade tentando organizar um plebiscito para reverter a privatização da Vale, que julgam ter sido feita de uma forma lesiva ao patrimonio do Brasil.

    Após a privatização, a Vale pôde arcar com pesados investimentos, que até o momento somam a quantia de 16,5 bilhões de dólares, fazendo seu lucro anual subir de cerca de 500 milhões de dólares em 1996 para aproximadamente 12 bilhões de dólares em 2006. O número de empregos gerados pela companhia também aumentou desde a privatização – em 1996 eram 13 mil e em 2006 são mais de 41 mil. Atualmente, o principal acionista da Vale é a a União, através do BNDES Participações, de fundos de previdência de suas estatais e de participação direta, que detêm a maioria das ações da Vale. Em 2005, a empresa pagou 2 bilhões de reais de impostos no Brasil, cerca de 800 milhões de dólares ao câmbio da época.

    1. Bem lembrado, Vinicius Gaban,

      Ainda falta levantar a poeira embaixo do tapete chamado BNDES.

      Ainda será aberta esta caixa preta, em que se tornou o BNDES, durante os últimos 12 anos…

      []’s

      Luís Vabo

      1. Vabo,
        Provavelmente vem valor bem alto do BNDES, principalmente depois de investimentos secretos! Porque ser secreto? E quanto não voltou para eles nos investimentos em Cuba e nos países “amigos”?

        1. Esta é a dúvida, Marcus,

          Se quando o investimento não é secreto, já há desvios do tamanho da Petrobrás, imagine quando esses “investimentos” são feitos debaixo do tapete…

          O fato é que investimento nenhum deveria ser segredo para o dono do dinheiro, neste caso a população brasileira.

          É mais uma ignomínia do atual governo.

          []’s

          Luís Vabo

          1. Olá Vabo,

            De fato, até 2002 o BNDES tinha a “função” de tirar os bancos do FHC da bancarrota. Após a entrada do Lula, o BNDES começou a financiar a produção com juros bem menores que os praticados pelo mercado. Temos que reconhecer que as taxas de juros tiveram queda de mais de 20pp, mas os juros aplicados para pessoas físicas e jurídicas aumentaram ao invés de diminuir devido ao medo dos banqueiros com um aumento de inadimplência que não se concretizou. Após 2003, você encontra basicamentE tudo no: http://www.bndes.gov.br/SiteBNDES/bndes/bndes_pt/Institucional/BNDES_Transparente/

            Foram uma média de 9bi de lucro por ano desde 2003. Para se ter uma idéia do quanto é notável o resultado, de 1998 a 2002, o lucro líquido do BNDES foi de R$ 3,7 bilhões.

            Abs

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