Costumo viajar de avião entre 30 a 40 vezes por ano, sendo que mais de 60% das minhas viagens são a trabalho, em cerca de 30% eu misturo trabalho com lazer, sobrando ainda algumas viagens particulares, que posso caracterizar como turismo.
A frase do título deste post é a que costumo dizer ao comandante e/ou comissários de bordo que se postam diante da porta do avião durante o desembarque.
Com olhar de estranhamento e um tanto de incredulidade, eles costumam sorrir ao ouvir essa frase de agradecimento, mas o que me motiva a repeti-la a cada desembarque é meu genuíno sentimento de gratidão por ter sido transportado com velocidade, confiabilidade e segurança, além da certeza de que este meu simples gesto carrega importante significado para quem tem a vida de tantas pessoas em suas mãos, por um determinado tempo.
Jamais me preocupei com segurança de voo, mesmo quando o avião da South Africa teve que retornar a Johannesburg, mais de 2 horas após decolar, porque o trem de pouso não fechava de jeito nenhum e o comandante decidiu esvaziar o tanque de combustível em pleno voo, para fazer uma aterrisagem de emergência de volta ao aeroporto de origem (isso ocorreu em novembro de 2000 mas, naturalmente, jamais esqueci).
Acho que sou um passageiro tranquilo, confio na tecnologia aeronáutica, acredito no controle de tráfego aéreo, respeito os procedimentos de segurança, mas confesso que sempre rezei pela saúde física, mental e espiritual dos pilotos e co-pilotos das aeronaves que me transportam.
Afinal, desde o surgimento da aviação comercial no início do século passado, o ser humano na condução do equipamento sempre foi a variável sem controle, o imponderável elo fraco de uma operação delineada para não ter falhas, um roteiro que não oferece qualquer área de escape, um processo cuja margem de erro é igual a zero.
Sempre comparei a segurança do tráfego ferroviário (restrito aos trilhos) ao transporte rodoviário (livre na rodovia), mas quando penso no transporte aéreo, sempre vem à minha lembrança o comentário de um professor de uma matéria chamada Mecanismos, da Escola Técnica Federal, onde cursei o segundo grau: “Como todo equipamento mecânico, por conceito, é sujeito à falhas, eu só vou andar de avião no dia em que o céu tiver acostamento…”
Felizmente, este “ensinamento” não prevaleceu e, hoje, o transporte aéreo segue sendo o mais rápido, confiável e seguro entre todos os modais.
Seguirei agradecendo ao Comandante…
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