Comitê de Tecnologia da ABAV-SP é modelo de sucesso

Com Regimento elaborado e aprovado por todos na reunião inaugural em março de 2023, o Comitê de Tecnologia da ABAV-SP / Aviesp tornou-se, em pouco mais de 2 anos, a principal referência em comitê associativo em nosso mercado de viagens e turismo.

Com 36 empresas integrantes, entre fornecedores de tecnologia (OBTs, backoffices, integradores, GDSs), cias. aéreas, empresas e distribuidores de hotelaria e locação de carros, meios de pagamento etc, contando com até 4 coordenadores escolhidos pelos membros, que prezam pelo rigoroso cumprimento do regimento e contam com apoio e liberdade de atuação garantidos pela ABAV-SP/Aviesp, o CT-AA é sucesso de participação, interesse, entregas e resultados.

36 empresas formam o Comitê de Tecnologia da ABAV-SP / Aviesp, referência da força do voluntariado em busca dos mesmos objetivos

Planejamento estratégico anual, metas estabelecidas, conceitos de gestão corporativa e muito voluntariado, neste período já foram realizadas 28 reuniões, mescladas entre presenciais e virtuais, as quais vêm gerando um interesse crescente das empresas em participar do comitê, visando colaborar com o objetivo de auxiliar as agências de viagens a lidarem com as questões tecnológicas que surgem no seu cotidiano.

O objetivo do CT-AA é contribuir para o aumento da eficiência e da qualidade na operação e gerenciamento da distribuição de viagens, estimulando o conhecimento e entendimento sobre as tecnologias presentes nas etapas do processo e antecipando demandas específicas para a geração de soluções tecnológicas futuras.

Entre as recentes entregas do CT-AA destacam-se:

  • Guia de Boas Práticas de Cybersegurança, um verdadeiro manual para prevenção de fraudes e ataques digitais.
  • Painel sobre o NDC “New Distribution Capability”, sistema de distribuição cada vez mais utilizado pelas cias. aéreas.
  • Lives frequentes nas redes sociais sobre temas relevantes do setor, a mais recente abordou as vantagens da utilização do VCN “Virtual Card Number” e a próxima será sobre o processo de Reembolso das Cias. Aéreas.

Participei da primeira reunião de lançamento do CT-AA em 09/03/23 e, como convidado, de outras reuniões em 16/01/25 e 24/06/25, quando pude perceber o quanto o cumprimento do Regimento agrega valor aos trabalhos de um comitê, em especial quando pode-se contar com um time genuinamente motivado a buscar e compartilhar soluções (de tecnologia, processos e user experience) para aprimoramento do mercado de viagens e turismo.

Parabéns à ABAV-SP / Aviesp e aos integrantes do CT-AA.

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SOBRE PARCERIA E VALOR

Lembro com incontido orgulho quando, há exatos 20 anos, recebemos o troféu Partnership Favecc 2005, como Melhor Solução Tecnológica para o mercado corporativo, logo após o Reserve completar seu primeiro ano de operação, um troféu entregue com pompa e circunstância num megaevento de reconhecimento aos principais parceiros das agências associadas.

Os tempos avançaram, o Favecc transformou-se na ABRACORP e o antigo troféu Partnership foi relançado em 2019 como Prêmio Parceiro de Valor Abracorp, o evento foi atualizado mas manteve sua essência, relevância e os mesmos valores que norteiam a escolha dos parceiros em 10 categorias diferentes.

A pandemia impediu a realização do evento nos anos seguintes, mas em 2025, sob gestão do Siderley Santos, a Abracorp retomou o processo de seleção e reconhecimento público dos parceiros e fornecedores que fazem a diferença no atendimento das agências associadas aos seus clientes corporativos, com o plano de retomar a frequência anual para o evento.

Com a escolha das empresas agraciadas sendo realizada de forma online e confidencial por executivos das 23 agências associadas, o resultado pode surpreender ou reafirmar a percepção do mercado em relação ao vencedor de cada uma das 10 categorias:

  1. Cia. aérea nacional
  2. Cia. aérea internacional América do Sul e Central
  3. Cia. aérea internacional América do Norte
  4. Cia. aérea internacional Europa e África
  5. Cia. aérea internacional Oriente Médio e Ásia Pacífico
  6. Rede Hoteleira operação nacional
  7. Rede Hoteleira operação exterior
  8. Locadora operação nacional
  9. Seguro viagem operação nacional
  10. Resort para eventos e incentivos

São apenas 4 os critérios a serem avaliados pelas agências associadas Abracorp para escolher o vencedor em cada categoria:

  • Conformidade com os princípios e diretrizes do guia de boas práticas para fornecedores
  • Eficiência no atendimento operacional, administrativo e financeiro
  • Competitividade nas negociações comerciais, tecnologia e inovação aplicadas em soluções corporativas
  • Atratividade de produto e percepção de marca

Uma escolha relativamente simples, além de prática e objetiva, quando feita por quem lida com os fornecedores e com os clientes que são o propósito final de todos.

Por isso, repito aqui o que destaquei no palco, antes de anunciar e entregar ao Jerome Cadier e Aline Mafra da LATAM o troféu de Melhor Cia. Aérea Internacional para Europa e África:

“Estamos honrados com a participação de todos e sugiro que, ao revisar seus planejamentos estratégicos para o segundo semestre de 2025 e para o ano de 2026, considerem que as 23 agências associadas Abracorp continuam sendo seu melhor canal de distribuição”.

Quando fiz esta afirmação, me dirigi a todos os parceiros fornecedores e aos clientes corporativos que compõem nosso Client Advisory Board, que também foram homenageados por seu voluntariado e empenho no aprimoramento do mercado de gestão de viagens e despesas corporativas.

Para mais detalhes sobre quem venceu em qual categoria, leia a ótima cobertura do Panrotas.

Escalar promessas ou sustentar entregas?

O mercado de viagens e turismo sempre viveu numa montanha russa, entre “novos modelos” confrontando os negócios consolidados e a frequente quebra de empresas alavancadas.

A fórmula é conhecida, empreendedores criam novas agências de viagens (corporativas ou de lazer) ou novas operadoras, rotulam de “inovação” aquilo que todo o mercado já oferece, fazem um marketing agressivo (é onde gastam mais) e trabalham super-alavancadas financeiramente, do mesmo jeito que Hotel Urbano e outras, que só funcionam se seguirem crescendo vertiginosamente, porque não dependem da operação, mas sim da expectativa de seus investidores em venderem a empresa ali na frente.

Mas se a bicicleta parar antes da venda da empresa, vai tudo ao chão e é aqui que mora o perigo…

Da mesma forma foram as *empresas de milhas*, que pareciam uma ameaça ao mercado no passado recente (e deu no que deu), e que me fizeram relembrar os sites de *compras coletivas* (Peixe Urbano, Groupon, quem lembra?), além de diversas *OTAs* muito alavancadas no passado, como Submarino, Viajo.com, Ziptravel, essas há bem mais tempo.

Lamentavelmente, todas sucumbiram à realidade do mercado brasileiro, me fazendo recordar as palavras de Beto: “O Brasil é isso aí, meu amigo, o Brasil é o país do coitadinho, é o país do direito sem obrigação, é o país da impunidade, isso é cultural e não vai mudar”.

O fato é que todas essas empresas que citei (entre outras) pareciam representar ou pretendiam ser uma ameaça ao negócio original das agências de viagens corporativas, das agências de turismo e das operadoras tradicionais, aquelas que vivem de sua operação, compram, vendem e prestam serviços dentro das regras do jogo, investem e crescem de forma orgânica e saudável (como bem afirmou o Fernando Vasconcellos no ótimo texto que republico no final deste post), não se empanturram de dinheiro impagável e miram, antes de tudo, construir e preservar sua reputação, processo que requer longo prazo, incompatível com investidores que têm pressa.

Lembro que pouco antes da pandemia, novos players do mercado de gestão de viagens e despesas corporativas (= agências de viagens que se rebatizaram com o neologismo da moda) também surgiram repetindo esta mesma fórmula de “inovar” com o que já existia, associado à alavancagem financeira e um marketing agressivo.

Sobreviveram à pandemia recebendo novos sócios, e agora em 2025 tiveram que socorrer suas operações com dinheiro novo, diluindo a participação dos fundadores, numa decisão aparentemente inteligente, mesmo que os controladores sejam outros e a tecnologia esteja defasada (falta muito em IA), mas a verba de marketing parece garantida e a alavancagem financeira ganhou novo lastro, para seguir comprando mercado com descontos impossíveis.

Por isso, o texto do Fernando Vasconcellos (Kontik), originalmente postado no Linkedin, faz tanto sentido e nos leva a refletir sobre esses movimentos:

“No mundo corporativo, há uma diferença gritante entre construir um legado e perseguir valuation. Uma coisa é ser uma empresa sólida, que atravessa ciclos econômicos, investe em tecnologia com responsabilidade e entrega valor real ao cliente há décadas. Outra bem diferente é depender de rodadas de investimento para sobreviver, crescer a qualquer custo e, no fim, buscar uma saída rápida via aquisição.

Empresas que duram não são feitas de hype, mas de consistência. Não precisam de slogans provocativos — têm clientes que confiam, times que entregam e parceiros que permanecem.

A solidez pode não ser “sexy” para quem valoriza só crescimento exponencial, mas ela constrói algo que o mercado respeita: reputação.

No fim do dia, o que vale mais: escalar promessas ou sustentar entregas?

Fernando Vasconcellos

Diretor da Kontik”