Sem se conhecerem, milhares de pessoas se encontram em determinados pontos do país, para realizarem juntas (sem qualquer ensaio), um direito (e também um desejo) do cidadão comum, e sua manifestação conjunta, por ter a força da união de toda a nação, acaba por expor um novo Brasil para o mundo.
Você pode achar que estou referindo-me às manifestações de revolta popular que pululam nas principais capitais do país, orientadas, em tese, pelo direito à livre expressão associado a um sentimento de “basta” de impunidade e corrupção…
Mas eu poderia estar simplesmente citando a torcida pela seleção brasileira, que leva famílias inteiras, alegres e coloridas, aos nossos novos estádios de futebol, para exercerem seu direito ao lazer e seu desejo de apoiar um dos símbolos populares do nosso país, durante a Copa das Confederações.
Ou ainda, o texto poderia referir-se, daqui a alguns dias, aos encontros religiosos por ocasião da visita do Papa Chico, em que estão programados verdadeiros retiros espirituais da Jornada Mundial da Juventude, onde cerca de 2 milhões de pessoas exercerão seu direito à religião.
O fato aqui é que existem, pelo menos, 3 nações diferentes dentro do país neste momento:
– O Brasil da revolta
– O Brasil da torcida
– O Brasil da fé
O Brasil da revolta considera alienada a população do Brasil da torcida e o Brasil da fé.
O Brasil da torcida não entende a motivação das pessoas do Brasil da revolta e torce pelo feriado que será criado graças ao Brasil da fé.
E o povo do Brasil da fé reza pelo Brasil da revolta e, às vezes, soma esforços ao Brasil da torcida.
E o mais curioso de tudo é o tremendo esforço da mídia (em especial da televisão) para equilibrar-se entre estes 3 Brasis, sem parecer governista, alienada ou discricionária.
Não tem conseguido.
Aguardemos os próximos capítulos…
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