CABEÇA DE DONO…

Esta é uma expressão típica do conceito de meritocracia, incutido na cabeça de trainees e jovens executivos que se interessavam por disputar uma vaga em uma das empresas dos fundadores do Banco Garantia, nos anos 80.

Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira, em sociedade e liderados (ou inspirados) por Jorge Paulo Lemann, criaram um império econômico graças ao seu talento individual e capacidade nata de identificar, motivar e extrair o máximo de jovens e promissores profissionais.

Criaram e seguiram à risca um modelo próprio de gestão, que prega a busca incessante de eficácia, através de metas cada vez mais agressivas, de produção, de automação de processos, de economia e de redução de custos.

A teoria do “fazer mais com menos” foi levada ao extremo do “fazer sempre mais e mais, com cada vez menos e menos”, numa filosofia de que o resultado está acima de tudo, não importando os meios para alcancá-lo, tese que eles sempre praticaram em suas próprias vidas, sempre com muito sucesso, diga-se de passagem (pelo menos naquilo a que se propõem).

No fundo, a ideia dos caras sempre foi baseada no velho Reco-Reco (Reconhecimento gera Recompensa), com metodologia criteriosa de medição de resultados versus generosa premiação pelas metas superadas, apoiado por um discurso bem estruturado, aceito e disseminado nos meios acadêmicos na época (e ainda hoje) associado a uma penca de exemplos de virtuosos e bem sucedidos jovens seguidores.

Um dos conceitos fundamentais deste pensamento considera que o profissional deve pensar e agir como sócio da empresa, para sempre buscar os melhores resultados para a companhia, dia e noite, todos os dias, ano após ano, muitas vezes (quase sempre) abdicando de seu tempo livre, de momentos de lazer, da companhia de amigos e da família: afinal, os resultados devem estar em primeiro lugar.

Para os líderes de uma empresa cuja estratégia de gestão é baseada na meritocracia, não importam os motivos, sejam quais forem, que levaram uma equipe, ou um integrante da equipe, a ser bem ou mal sucedido em determinado objetivo ou projeto.

Para essa corrente de gestores, o que importam são somente os resultados em si, o resto é puro discurso humanista, numa corruptela dos “fins que justificam os meios” que faria corar o mais rigoroso seguidor dos 5 sigmas japoneses…

Aliás, essa conceituação de que o bom profissional tem que ter “cabeça de dono”, não resiste a uma análise mais detalhada no mundo real à nossa volta, que não garante que responsabilidade, empenho e comprometimento sejam exclusividade de sócios de empresas.

Conheço inúmeros profissionais em nosso mercado que não precisam ser donos do negócio para pautarem seu procedimento profissional como exemplo de motivação, empenho e resultados, e nem por isso pode-se dizer que têm “cabeça de dono”.

Na verdade, eles têm “cabeça de profissional competente”, o que, aliás, é o que se espera de um profissional quando ele é contratado: que aja sim com cabeça de dono…, mas dono de sua própria carreira.

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MOMENTO HISTÓRICO PARA O CORPORATIVO

Considero-me literalmente suspeito para falar deste assunto, mas mesmo assim, não vou deixar de oferecer minha perspectiva sobre o que acontecerá no Grand Hyatt São Paulo, de 24 a 26 de fevereiro de 2013.

Acompanhamos o LACTE desde o tempo em que se chamava LACTTE (com 2 Ts), e quando digo acompanhamos, refiro-me a participamos, expomos, organizamos, patrocinamos, palestramos, moderamos, argumentamos, divulgamos e, a partir deste ano, também somos mantenedores da associação que o criou e produz, nossa ABGEV.

Nessa edição do LACTE, no próximo mês, prevejo que vamos participar de um acontecimento inédito, algo que somente conseguimos dar a exata dimensão, se observarmos sob a perspectiva histórica de quem viu uma associação nascer, crescer, evoluir e, agora, buscar novos ambientes, novos horizontes, novos desafios.

Como antecipado pelo Panrotas, durante este oitavo LACTE será anunciado que a ABGEV, coincidentemente aos 10 anos de fundação, deixa de ser uma associação brasileira para, formalmente, tornar-se a ALAGEV, uma associação latinoamericana (una asociación latinoamericana).

E você poderá perguntar: e o que tem isso de especial?

Ora, uma associação internacional, com sede no Brasil, desenvolvida por brasileiros, argentinos, chilenos, colombianos etc, cuja expansão para outras nações parte de um conceito educacional, de voluntariado e de compartilhamento de conhecimento e das melhores práticas, desenvolvido por profissionais de nosso mercado, é um extraordinário avanço, em especial neste momento em que tantas multinacionais buscam novos mercados na América Latina (e no Brasil em especial) e tantas empresas brasileiras expandem sua área de atuação para todo o continente.

Quem conhece o mercado brasileiro de viagens corporativas são os profissionais brasileiros.

Quem conhece o mercado argentino de viagens corporativas são os profissionais argentinos.

Quem conhece o mercado chileno de viagens corporativas são os profissionais chilenos.

Nenhuma novidade nisso, mas é bom saber que haverá uma associação consolidando e compartilhando todo este conhecimento regional, toda esta experiência adquirida, toda essa prática no exercício local da atividade de gestão de eventos e viagens corporativas, sem fórmulas prontas ou modelos globais, mas com práticas e soluções locais.

Mais do que simplesmente saber disso, o fantástico mesmo é poder participar dessa história e, por isso, convido você a inscrever-se no LACTE 8, que acontecerá de 24 a 26/02/2013, no Grand Hyatt São Paulo.

Mais do que conhecer novos produtos e serviços, compartilhar conhecimento através de relacionamento qualificado e assistir às melhores palestras e debates que um evento corporativo pode oferecer, você vai testemunhar e participar verdadeiramente de um momento histórico, e poderá dizer:

Eu participei da fundação da ALAGEV.

Ou simplesmente:

Eu estava lá !

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FATOS MUITO ESTRANHOS

Eita início de ano esquisito…!

Normalmente o reveillon nos apresenta um novo ano que costuma iniciar modorrento, no ritmo das pessoas que retomam a rotina de trabalho aos poucos, voltando das férias após janeiro e fevereiro para, em março, o ano finalmente começar.

Apesar das duas semanas de férias coletivas nacionais, no Natal e no Ano Novo, em 2013 os acontecimentos vem nos surpreendendo todos os dias e relacionei apenas 10 fatos, que me ocorreram enquanto escrevia o post:

Fato estranho 1: Um presidente norte-americano encara de frente a tradição, o congresso e o próprio eleitor, numa jornada politicamente arriscada contra as armas, num país cuja história é intrinsecamente ligada a elas.
Infelizmente: São baixíssimas as chances de que tenha êxito.

Fato estranho 2: Um presidente brasileiro (e do PT), visando aquecer a economia, encara o desafio de reduzir tributos sobre as empresas, começando justamente por encargos trabalhistas, primeiro para alguns setores, depois ampliando-os, e agora, abrangendo toda a economia brasileira.
Infelizmente: Uma completa reforma tributária está longe do radar petista.

Fato estranho 3: Com um “pibinho” de 7,8%, a China desponta como uma potência também na educação, onde dobrou a quantidade de universidades e quadruplicou o número de graduados, em apenas 10 anos.
Infelizmente: Apesar da evolução educacional, ainda são escassas as iniciativas democráticas.

O mais espetacular em testemunhar a evolução dos grandes fatos mundiais ao longo dos anos é ser surpreendido com situações como estas que, muitas vezes, passam despercebidas de observadores menos atentos.

Fato estranho 4: A inflação argentina fechou abaixo da metade da previsão para 2012.
Infelizmente: O governo portenho continua maquiando os números (e agora fazendo escola no Brasil…).

Fato estranho 5: O PIB brasileiro fechou também abaixo da metade da mais pessimista projeção feita no início do ano.
Infelizmente: O governo brasileiro continua crescendo a arrecadação, mas supera-se nos sucessivos recordes de gastos públicos.

Fato estranho 6: Políticos brasileiros, do partido do governo, foram condenados por corrupção e por outros crimes.
Infelizmente: Muito difícil que alguém seja preso, devido às leis criadas pelos próprios réus e seus pares.

Fato estranho 7: Com o pé na cova já há tantos anos, Fidel Castro assiste o fim do amigo e seguidor Hugo Chavez.
Infelizmente: O povo venezuelano é quem vai pagar o pato do desgoverno.

Além desses casos que envolvem nações, economia e política, outras surpresas aconteceram também em nosso cotidiano:

Fato estranho 8: O Corinthians foi campeão mundial.
Infelizmente: No futebol tudo pode acontecer…

Fato estranho 9: Uma música nova, de um cantor septuagenário, chegou ao topo dos principais rankings musicais, apenas duas semanas após ser lançada, justamente por cair no gosto de jovens e adolescentes.
Infelizmente: Ainda existe quem acredite que talento tem idade.

Fato estranho 10: Um corredor amputado das duas pernas disputou, de igual para igual, uma final de atletismo dos Jogos Olímpicos de Londres.
Infelizmente: Houve quem o discriminasse por eficiência…

Definitivamente, esqueça as verdades absolutas, pois tudo, absolutamente tudo, pode acontecer em 2013.

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