ABAV 2012: O QUE DEU CERTO E O QUE PODE MELHORAR

Não vi tudo, mas participei de muita coisa na Feira de Turismo das Américas 2012 e também preparei minha lista.

Veja abaixo o que eu acho que deu certo e o que pode melhorar na próxima ABAV, em São Paulo:

Vila do Saber

Contrariando algumas expectativas pessimistas, foi um absoluto sucesso, salas cheias, público interessado, painelistas motivados e felizes de estarem ali, além de organização impecável. Os temas apresentaram um ecletismo digno de uma associação como a ABAV, que congrega desde microempresários até grandes operadoras e mega agências de viagens corporativas. Teve tema pra todo mundo.

O que pode melhorar: a acústica e o tamanho das salas.

Palestras

Os 3 painéis que participei ou assisti, “Mídias Sociais – Como fazer a mídia social da sua empresa bombar”, “As 5 perguntas atuais dos travel managers sobre sistemas de gestão de viagens corporativas” e “Técnicas de empreendedorismo para alavancar o crescimento da sua agência de viagens”, foram uma prova do absoluto sucesso da Vila do Saber, todas três com “overbooking” e muita participação da plateia.

O que pode melhorar: evitar repetir alguns temas parecidos na grade.

Espaço Corporativo

Semente de um projeto maior, que visa dotar a feira da participação efetiva e permanente do segmento que representa 2/3 do mercado de viagens no Brasil, o Espaço Corporativo Abracorp foi uma ideia brilhante que trouxe o “travel manager” para dentro da feira e do congresso.

O que pode melhorar: tirar o cercadinho e oferecer acesso livre igual a todos os espaços da exposição.

Riocentro

Apesar de bem refrigerado, merece uma repaginada geral, interna e externa. Os banheiros parecem de rodoviária, sujos e mal conservados, incompatíveis com um centro de convenções de uma cidade olímpica. O serviço de estacionamento é sofrível.

O que pode melhorar: quase tudo…mas agora o foco é o Anhembi.

Montagem, decoração e sinalização

Bonita no geral, caprichada em alguns lugares, com corredores mais largos que facilitaram muito a circulação, mas ainda não foi dessa vez que conseguimos nos encontrar facilmente somente olhando para cima, como é desejável. Ainda precisamos melhorar para chegar à qualidade de uma Fitur, por exemplo, embora sabemos que tudo é uma questão de orçamento.

O que pode melhorar: no mínimo um carpete de melhor qualidade e sinalização eficaz já produziriam um ótimo efeito.

Aldeia dos Sabores

Ótima ideia, funcionou bem apesar do cardápio limitado. A praça de alimentação, melhor dimensionada, tinha espaço suficiente para todos sentarem, diferente de anos anteriores.

O que pode melhorar: cardápio mais variado.

Tendências da Feira de Turismo das Américas

Percebi algumas tendências no mercado, nas associações e no comportamento das pessoas, que acredito se confirmarão já a partir do próximo evento:

Estandes cooperados

O Business Center ABAV Panrotas, o Espaço Abracorp, o estande cooperado do FOHB e o de Microempresários, entre outros, serão reproduzidos e ampliados, permitindo que mais expositores participem do evento.

Participação dos estados

Com estandes bonitos, bem decorados e criativos, os estados continuarão peça importante no sucesso da feira.

Mercado corporativo

O mercado de gestão de viagens corporativas ocupará um espaço crescente nas próximas edições da feira e do congresso da ABAV, ajudando a ABAV a operar o resgate da importância e grandiosidade do evento.

Estandes de agências

Seja OTA ou agência tradicional, seja operadora, consolidadora ou corporativa, as agências de viagens participarão da feira também como expositores. Faz todo o sentido e é muito bem vindo para custear a produção do evento e estimular a participação de todos.

Delegações estrangeiras

Continuarão a investir na feira da ABAV, buscando atrair uma parte do mercado da classe média emergente do Brasil.

Fim dos folhetos, brindes e bolsas

Poucos expositores entregaram brindes este ano, alguns ainda entregaram folhetos e brochuras e, por isso, muito menos agentes circularam com malas, carrinhos ou com bolsas lotadas de papéis. Uma evolução comportamental muito importante, que mostra uma tendência “paperless” nos negócios de viagens e turismo também no Brasil.

Este ano, participei como expositor na feira, painelista no congresso, anfitrião pela Abracorp e até como “hosted buyer”, uma experiência de assumir múltiplos papéis que, havendo oportunidade, repetiremos na Feira de Turismo das Américas 2013, em São Paulo.

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TEMOS UM ENCONTRO HOJE, 15:00h, NA SALA 4 DA VILA DO SABER…

Estarei hoje na porta da sala 4 da Vila do Saber às 14:30h, aguardando você para assistirmos ao painel: “Técnicas de empreendedorismo para alavancar o crescimento da sua agência de viagens”.

O Professor da PUC-RJ, Luís Vabo Júnior (sim, é meu filho) apresentará como as novas ferramentas de empreendedorismo podem ajudar a alavancar o crescimento do seu negócio.

Mais atual, impossível…

No primeiro dia da Feira das Américas, quarta-feira, moderei o painel “Mídias Sociais – Como fazer a mídia social da sua empresa bombar”, com os palestrantes Mauro Segura, da IBM e Farouk Azanki, do Google.

Edmar Bull (Abracorp), Farouk Azanki (Google), Luís Vabo (Reserve) e Mauro Segura (IBM)

A sala 9 da Vila do Saber comportou 100 pessoas sentadas, mas o interesse dos agentes de viagens no tema fez com que outras 30 pessoas assistissem, de pé, ao longo painel, e outras 50 pessoas não pudessem entrar, pelo que lamentamos…

Mais sucesso, impossível…

O painel, apesar de programado para 90 minutos, estendeu-se por mais de 2 horas, pois o Mauro Segura, diretor de marketing da IBM, é um craque no assunto e o Farouk Azanki, do Google, trouxe ótimos casos de sucesso, inclusive de pequenos agentes de viagens, no uso das redes sociais como plataforma de divulgação, atendimento e relacionamento com clientes.

Após as apresentações dos dois executivos, os agentes de viagens perguntaram sobre a melhor estratégia de implantação de mídias socias nas pequenas agências e sobre os erros mais comuns das empresas neste processo de implantação, o que acabou por gerar um debate muito interessante.

Mais participação, impossível…

Mais da metade dos agentes de viagens que assistiram ao painel admitiu já participar comercialmente de redes sociais, comprovando que o empresário de turismo está antenado e é aderente a novas tecnologias, independentemente de seu tamanho.

Ontem, segundo dia da ABAV, o Comitê de Tecnologia e Inovação da ABGEV & ABRACORP, um comitê único de duas entidades independentes, promoveram o painel “As 5 perguntas atuais dos travel managers sobre sistemas de gestão de viagens corporativas”.

Foi outro enorme sucesso de público, com superlotação da sala e muita participação espontânea e interessada do público, que atraiu a presença dos presidentes das duas associações, Viviânne Martins (ABGEV) e Edmar Bull (ABRACORP), que haviam acabado de assinar um inédito Acordo de Cooperação Institucional, ampliando o escopo da bem sucedida união dos comitês de tecnologia das duas entidades.

Mais cooperação, impossível…

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CRÉDITO BRASILEIRO EM ALTA NOS USA

Eu bem sei que, para a maioria dos leitores deste Blog, seria mais interessante se eu abordasse destinos menos óbvios que os brasileiros estão buscando atualmente, com especial apreço por: Rússia, Índia, China e África do Sul… (por que será?)

Mas voltei de Miami semana passada.

Em pouco mais de uma semana na cidade, confirmei pessoalmente o que as revistas e jornais de economia já vem analisando há algum tempo: Miami vem conquistando o status de cidade brasileira fora do Brasil.

Percebi que o brasileiro sente-se em casa em Miami, pois:
– estão em todos os lugares, em especial nos “malls” e “outlets”.
– as lojas tem funcionários que falam “português do Brasil”.
– hotéis e restaurantes são simpáticos com o consumidor brasileiro.
– cliente brasileiro é maioria no sofisticado Bal Harbour Mall.
– muitos brasileiros vivem em Miami.
– outros tantos tem uma “second home” na cidade.

Aliás, a cada dia, mais e mais brasileiros investem na cidade, seja em estabelecimentos comerciais, em apart-hotéis e, principalmente, em imóveis residenciais, o que gerou um mercado imobiliário especializado no comprador brasileiro.

A força é tamanha que as imobiliárias contratam corretores brasileiros e as construtoras começam a considerar as preferências e os hábitos brasileiros nos projetos e na arquitetura dos novos lançamentos imobiliários de Miami Beach e região.

Percebi também um outro fenômeno que acompanha esta nova realidade: é alto o crédito do brasileiro nos USA.

E, num país onde ter crédito é mais importante do que ter dinheiro, o brasileiro está começando a adquirir imóveis financiados, mesmo quando dispõe do valor para pagamento à vista.

Os próprios incorporadores recomendam e os corretores imobiliários sugerem, que o comprador brasileiro financie o imóvel, para aproveitar os juros baixíssimos da economia norte-americana.

A nova classe média brasileira é mesmo o motor do nosso crescimento industrial e isso vem impactando toda a economia brasileira, mas a novidade agora são alguns reflexos também fora do Brasil.

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