Sim, estamos cercados de desonestos, sobrevivemos a desonestidades, no Brasil e no mundo, e isso é triste.
Como parte da natureza humana, esta é uma realidade que desafia a sociedade e atua diariamente sobre todos nós, várias vezes ao dia.
Mas existem variadas nuances de atitudes desonestas, desde um simples avanço de sinal em que o motorista infringe um regulamento de trânsito, portanto não age honestamente com a sociedade (mesmo sem prejudicar alguém diretamente), até os grandes crimes políticos, desvio de dinheiro público, corrupção pura e simples, com potencial de prejudicar milhares ou milhões de pessoas.
Reflito aqui sobre qual castigo é o mais exemplar para quem comete, em geral impunemente, este tipo de crime, pois o exemplo é a mais importante ferramenta penal em qualquer sociedade.
A realidade é que quando o político é denunciado, investigado e processado, inicia ali seu inferno astral que, além de literalmente acabar com suas pretensões futuras (apesar de nem sempre encerrar sua carreira política), destruir sua rede de relacionamentos sociais e quase sempre abalar profundamente sua família, também leva-o a um processo explosivo de desgaste psicológico que, por mais experiente, desapegado ou mesmo “cara de pau” que seja, pode consumir parcial ou completamente a sua saúde.
Sem a pretensão de listar casos reais (basta observar alguns recentes e outros mais antigos), o estado de saúde dessa turma de mensaleiros, tanto os condenados quanto os não condenados, ficará irremediavelmente comprometido pela angústia, pelo fracasso, pela vergonha, pela depressão, pelo stress galopante de um processo como este.
“A maior malandragem do mundo é ser honesto”, dizia Moreira da Silva.
“Se não for honesto por natureza, seja ao menos por malandragem”, completava Bezerra da Silva.
Eles bem que poderiam ter dito também: “A honestidade faz bem à saúde”.
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