JUSTIÇA DOS HOMENS

Sim, estamos cercados de desonestos, sobrevivemos a desonestidades, no Brasil e no mundo, e isso é triste.

Como parte da natureza humana, esta é uma realidade que desafia a sociedade e atua diariamente sobre todos nós, várias vezes ao dia.

Mas existem variadas nuances de atitudes desonestas, desde um simples avanço de sinal em que o motorista infringe um regulamento de trânsito, portanto não age honestamente com a sociedade (mesmo sem prejudicar alguém diretamente), até os grandes crimes políticos, desvio de dinheiro público, corrupção pura e simples, com potencial de prejudicar milhares ou milhões de pessoas.

Reflito aqui sobre qual castigo é o mais exemplar para quem comete, em geral impunemente, este tipo de crime, pois o exemplo é a mais importante ferramenta penal em qualquer sociedade.

A realidade é que quando o político é denunciado, investigado e processado, inicia ali seu inferno astral que, além de literalmente acabar com suas pretensões futuras (apesar de nem sempre encerrar sua carreira política), destruir sua rede de relacionamentos sociais e quase sempre abalar profundamente sua família, também leva-o a um processo explosivo de desgaste psicológico que, por mais experiente, desapegado ou mesmo “cara de pau” que seja, pode consumir parcial ou completamente a sua saúde.

Sem a pretensão de listar casos reais (basta observar alguns recentes e outros mais antigos), o estado de saúde dessa turma de mensaleiros, tanto os condenados quanto os não condenados, ficará irremediavelmente comprometido pela angústia, pelo fracasso, pela vergonha, pela depressão, pelo stress galopante de um processo como este.

“A maior malandragem do mundo é ser honesto”, dizia Moreira da Silva.

“Se não for honesto por natureza, seja ao menos por malandragem”, completava Bezerra da Silva.

Eles bem que poderiam ter dito também: “A honestidade faz bem à saúde”.

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QUE VENDA MAIS QUEM FOR MAIS COMPETENTE

Jamais imaginei que um texto com o título Opinião: Como Equilibrar o Caixa das Cias. Aéreas fosse atrair tanta atenção dos agentes de viagens.

Digo que não imaginava isso, porque o texto foi escrito pensando em chamar a atenção das cias. aéreas, o que não podemos afirmar que aconteceu, pois não houve comentário aberto originado de seus representantes.

De qualquer forma, imagino que o fórum para as cias. aéreas se manifestarem sobre isso deve ser outro, bem como os interlocutores pelos agentes de viagens também são outros.

Mas muitos comentários neste post chamaram a minha atenção e, apesar de soar um tanto injusto destacar alguns, eu selecionei 3 comentários, mesmo correndo o risco de cometer uma injustiça com tantos outros leitores e dezenas de comentaristas que o texto recebeu:

1 – Edmar Bull, presidente da ABRACORP, foi o primeiro a comentar, o que prenunciou que o post ia bombar, pois mexeu com a cabeça dos agentes de viagens. Edmar ressaltou, aos 5 minutos do primeiro tempo, que o agente de viagens “é o canal de distribuição mais barato que existe em todo o mercado”, e que, por isso, as cias. aereas “tem que entender que estão para voar e não fazer gestão de clientes e TI”. 

2 – Antonio Azevedo, presidente da ABAV Nacional, desabafou contra os que só reclamam, mas não participam da entidade e manifestou-se revoltado com os agentes de viagens que criticam a entidade sem sequer serem associados: “…todos os dirigentes da ABAV trabalham para a classe sem qualquer remuneração e colocando invariavelmente os interesses da classe acima de seus próprios”, e ressaltou que, apesar disso “a ABAV continuará atuando fortemente na defesa dos interesses das agências de viagens”.

3 – Artur Andrade, editor do Panrotas, lembrou do acordo ABAV/TAM e que “A Abav aceitou e assinou que a Tam não cobrasse a DU no site. Se não me engano, o acordo valia por cinco anos. Então, deve estar acabando. Ótima chance para líderes como Antonio Azevedo, Edmar Bull e outros se reunirem com as aéreas para desenhar novo acordo”. Artur afirmou ainda que vai verificar com o Jurídico da ABAV quando o acordo expira, mas também assinalou que “acordos podem ser revistos mesmo ainda em vigor, claro.

Agradeço a todos pela participação e acho que esta é a hora de transferir o assunto, da mesa de debates para a mesa de negociações, entre aqueles que tem delegação para isso: a ABAV e as cias. aéreas.

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OPINIÃO: COMO EQUILIBRAR O CAIXA DAS CIAS. AÉREAS

Outra Feira de Turismo das Américas está se aproximando, uma oportunidade de relacionamento, de negócios e, principalmente, momento de abordar os grandes temas do mercado de agenciamento de viagens e turismo.

Considero um dos temas mais pujantes, a inexplicável diferença de preços entre um bilhete emitido no site de uma cia. aérea e o mesmo bilhete emitido em uma agência de viagens…

Digo inexplicável diferença porque o argumento das cias. aéreas de que trata-se de um serviço “não assistido” não resiste a uma análise mais acurada do modelo de negócio, como já abordei aqui antes.

O Bom Dia Brasil de hoje abordou a lotação recorde de passageiros, de todas as classes sociais, em voos de todas as cias. aéreas, acrescentado considerar inexplicável que GOL e TAM estejam experimentando estes níveis de prejuízos anunciados recentemente.

A reportagem da TV Globo complementou a matéria com a informação, publicada aqui no Panrotas ontem, da encomenda  da GOL de 60 novos aviões para 2018, o que significa que a GOL felizmente aposta fortemente no negócio, no mercado e no fututo.

Refletindo sobre tudo isso, pensei e coloco aqui para reflexão:

Hoje, num ambiente de prejuízos operacionais, a reserva/emissão de bilhetes nos portais das cias. aéreas deveria ser considerada um “ancillary service” (ou serviço acessório), com o valor do serviço declarado e adicionado ao valor do bilhete, no mesmo conceito da cobrança por assento preferencial, bagagem extra, refeição à bordo, entre outros serviços que passaram a ser cobrados pelas cias. aéreas.

Esta iniciativa, além de resolver esta demanda histórica entre cias. aéreas e agências de viagens, terá o poder de repavimentar a relação comercial entre o fornecedor do transporte aéreo e sua capilar rede de distribuição e, ao mesmo tempo, gerar uma nova fonte justificável de receita, com potencial de, ao menos, equilibrar o caixa das empresas aéreas.

Francamente, ainda considero este um tema muito mal resolvido, que deveria merecer atenção especial das duas partes, através das entidades representantes das agências de viagens e das cias. aéreas, ambas beneficiadas por este conceito, que em nada prejudica o mercado consumidor, uma vez que o cliente já conhece o serviço e paga por ele nas agências de viagens.

A necessidade urge, a solução favorece o mercado e o cenário é propício, mas qual será a primeira cia. aérea a tomar a iniciativa de cobrar pela emissão de bilhete em seu site?

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