A luta continua…
Quando o mercado acreditava que os GDSs finalmente retomaram, no Brasil, o caminho da hegemonia na distribuição das cias. aéreas, eis que surge um inesperado movimento no sentido oposto.
A volta da TAM para os GDSs sinalizou que o modelo “direct connect” poderia estar com os dias contados no Brasil, apesar da forte resistência da Gol, responsável por mais de 1/3 do movimento aéreo doméstico.
Quando a Gol adquiriu a Webjet, o modelo de distribuição própria, via XML, recebeu mais alguns poucos pontos percentuais de market-share, mas ainda não suficientes para impactar a enorme oportunidade que a TAM ofereceu aos GDSs, que voltaram a disputar, na base do incentivo por segmentação, a preferência dos agentes de viagens.
Mas quando a Avianca anunciou, ainda à boca miúda, que retornará aos GDSs a partir de outubro deste ano, com previsão de migração completa em 12 meses, parecia que a Gol/Webjet ficaria isolada, entre as grandes, na opção do controle estratégico da distribuição, via conexão direta.
Apesar da Trip ter buscado, recentemente, uma alternativa híbrida, similar à da TAM (distribuir via GDS e via “direct connect”) , ninguém poderia imaginar (nem os GDSs), que sua fusão com a Azul traçaria um outro caminho, aproximando a distribuição da Azul/Trip àquela da Gol/Webjet, ambas pelo modelo exclusivamente “direct connect” através da tecnologia Navitaire.
Aliás, entre as primcipais empresas especializadas em sistemas “direct connect” com operações no Brasil, MySky, TTS e Navitaire, esta já detém (com Gol, Webjet, Azul e Trip) mais de 80% de nosso mercado e, provavelmente, uma crescente fatia do mercado aéreo latinoamericano, ao considerarmos que Interjet e VivaAerobus, ambas do Mexico, também usam sua plataforma.
O fato é que, após grande avanço do modelo GDS, com o retorno da TAM, a disputa conceitual sobre qual o melhor modelo de distribuição de conteúdo aéreo para o mercado consumidor de viagens, até este momento, está dando empate no Brasil.
Resta saber o que os futuros movimentos de fusões e aquisições entre cias. aéreas, que certamente continuarão, tendem a representar no tabuleiro da distribuição, jogo que impacta toda a indústria de viagens e turismo. no Brasil e no mundo.
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