O ATO DE SOLICITAR VIAGEM

“A venda de produtos de turismo é uma arte, requer um profissional experiente, profundo conhecedor do destino e dos processos de contratação dos serviços envolvidos naquela viagem”.

Essa sentença já foi aplicável a cada consultor de atendimento de uma agência de viagens de lazer e/ou de uma operadora turística, que usava este conhecimento no atendimento individual de cada cliente.

Hoje esta frase ainda é aplicável, mas aos gestores destas mesmas empresas, que, no entanto, utilizam esta capacitação para planejar roteiros, pacotes e estratégias de vendas para sua equipe de atendimento (ou o website) oferecer ao cliente.

Mas… e o corporativo?

O consultor da agência corporativa, ou melhor, da agência de gestão de viagens corporativas (também chamada pomposamente TMC, “travel management company”) sempre apresentou uma capacitação diferente do de viagens de lazer, com conhecimento do perfil dos executivos e viajantes a negócios, de política de viagens, dos processos de autorização e, atualmente, é também um especialista em sistemas self-booking.

Mas, como era o processo de solicitação de viagens das empresas há 20 anos, no início da aplicação de computadores nas corporações?

Sim, há 20 anos não havia web, email, celular (muito menos smartphones)… e os computadores eram grandes, pesados, lentos e caros…

Para você ter uma ideia do que estou tentando descrever, dê uma olhada nesta reportagem do Fantástico, do início dos anos 90, sobre uma novidade da época…, era o comecinho da era comercial dos computadores no Brasil.

Atente, em especial, para o processo de solicitação de viagem, naquele momento começando a ser substituído pelo computador.

Vale a pena assistir:

E então? Você pode imaginar como era ser agente de viagens nessa época? Você imagina seu trabalho hoje sem computador? Sem internet???

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ASSOCIAÇÕES, MENSALÃO, CONTROVÉRSIAS

Francamente, estou achando ótimo o julgamento dos mensaleiros.

Independentemente do resultado (que acho que condenará a maioria absoluta dos réus), o ritual da corte suprema é uma verdadeira ode ao amplo direito de defesa e, por conseguinte, ao direito individual.

A começar pelo fato de que o pequeno grupo de 11 ministros do STF (o poder executivo tem muito mais ministros), é um razoável retrato da população brasileira, incluindo mulheres e negros, o que por si só denota uma positiva tendência ao espírito democrático.

Mas nada melhor para ratificar esta percepção de real democracia, do que o contraditório, já aos 5 minutos do primeiro tempo, com as acaloradas discussões entre os ministros relator e revisor, quanto à questões processuais: se devem ou não serem excluídos deste processo os réus sem direito ao foro privilegiado e se o julgamento deve ocorrer de forma fatiada ou condensada.

Embora o ministro relator tenha vencido ambas as discussões, na medida em que suas teses foram as que prevaleceram, fico imaginando o que o outro ministro, o revisor, ainda pode aprontar até o final do processo…

De qualquer forma, o que realmente me agradam são as opiniões divergentes, os diferentes pontos de vista, a controvérsia, as diversas formas únicas de analisar uma mesma questão complexa como esta.

É o oposto do que ocorre, apenas como exemplo, em eleição de associação de classe ou de sindicato, onde há sempre quem deseja evitar a disputa, buscando o consenso “para evitar discussões e fortalecer a categoria”, o que tende a levar a eleição para um monótono resultado de compadres.

Ora, o que fortalece a categoria não é evitar a discussão, bem ao contrário, é o debate de ideias divergentes, defesas firmes de opiniões diferentes, confronto de conceitos com origens variadas, disputa democrática.

Por formação, não gosto de unanimidade em julgamentos, como desconfio de aclamação em eleição, pois passam-me a ideia de convencimento prévio, de acordo, de conluio.

Eu diria que o fato dos ministros do STF estarem discutindo publicamente é uma amostra da evolução da sociedade brasileira, da democracia e do direito.

E isso é digno de comemorar.

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O PULO DO GATO É ESTAR LIGADO

Algumas vezes escrevo posts em que o título é o maior desafio…

Como nomear uma ideia, um conceito ou uma opinião, através de uma ou de poucas palavras, que expressem o sentido do texto, sejam atrativas e, ao mesmo tempo, gerem interesse ou curiosidade?

Este é um daqueles textos em que ocorreu o oposto. Surgiram-me variados títulos e nunca saberei se escolhi o melhor:

“TÁ TUDO CONECTADO”:  achei óbvio demais.

“UMA TECNOLOGIA SÓ NÃO FAZ VERÃO”: um tanto poético para um tema técnico.

“TEM QUE ESTAR SINCRONIZADO”: me pareceu um convite para uma aula de dança…

Com tantos equipamentos e aplicativos diferentes que usamos no dia-a-dia, a sincronização de dados tornou-se uma exigência absoluta, como para quem usa agenda no laptop, no tablet e no smartphone ou para quem acessa seus emails por dispositivos diferentes.

Na esteira dessa demanda, surgiram serviços como dropbox, icloud e outros, assim como proliferam serviços de empresas de tecnologia que usam o termo da moda para atrair potenciais clientes: tudo agora está “na nuvem”…

Tudo isso tem a ver com a necessidade de se usar diferentes recursos, serviços e funcionalidades, que nem sempre são encontrados num único sistema.

Da mesma forma, quando os sistemas globais de distribuição surgiram, na segunda metade do século passado, ofereciam um serviço que, por si só, era suficiente para atender a demanda de milhares de agências de viagens em todo o mundo.

Este cenário permaneceu por muitos anos, mas hoje não basta um sistema de reservas se ele não estiver integrado ao backoffice da agência, ao inventário de cias. aéreas direct connect, ao sistema frontoffice, aos principais meios de pagamento, aos ERPs dos grandes clientes corporativos, ao CRM, ao security watcher, ao BI, etc etc

Nem sempre um único sistema consegue reunir tantas funcionalidades quanto um iPhone, por exemplo, o qual, mesmo assim, criou e oferece um ambiente para desenvolvimento por outras empresas, de variados aplicativos (os famosos Apps) que operam integrados (ou sincronizados) àquele ambiente, aliás um modelo que também está se tornando moda em outros sistemas.

O fato é que a capacidade de interligação entre diferentes sistemas tornou-se um diferencial competitivo importante para o usuário, que não está disposto a permanecer preso a um modelo “lock-in” de tecnologia.

Como sempre, e hoje mais do que nunca, o cliente não aceita menos do que liberdade total para suas escolhas, o que neste caso, implica em completa conectividade.

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