DEMO, DE DEMÓSTENES…

O senador, intérprete político do manjado papel de arauto da moralidade, foi flagrado em escuta telefônica autorizada pela justiça, em evidentes e inquestionáveis atos de improbidade e corrupção.

O que mais me incomoda neste episódio, que pouco difere de tantos outros, é a desfaçatez com que o partido encara a situação…

“Preferimos aguardar que o senador peça desligamento…”, equivale para mim ao assassino confesso que não é preso, porque o juiz defende a tese de que ninguém pode ser julgado ou sentenciado antes de esgotados os recursos da defesa…

Sob o manto do “inocente até prova em contrário”, comportamentos absurdos vem sendo tolerados pela sociedade.

Um partido político, assim como uma associação, não pertence aos seus pares, muito menos aos seus dirigentes, mas sim à sociedade e, por isso, tem a obrigação de não somente agir com ética e seriedade, mas também demonstrar ser ético e sério.

Não há mais o que postergar: Demóstenes deve ser expulso do partido, já.

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PRECISAMOS DE CIAS. AÉREAS FORTES…

Por isso, preocupa-me como empresário, passageiro e cidadão, o resultado de 2011 da GOL e TAM que, somados, atingem R$ 1 Bi de prejuizo…!

Cias. aéreas fortes representam serviço seguro e de qualidade, num ambiente concorrencial que premia a busca da eficácia operacional e da melhor gestão empresarial.

O contrário representa ameaça ao consumidor e ao mercado, com a redução da capilaridade e da qualidade de voos, recrudescimento em investimentos programados e risco de desemprego no setor.

A única vantagem de eu não ser um especialista no assunto é poder declarar abertamente:

– Eu não consigo compreender como 2 cias. aéreas que dominam mais de 80% de market share em um país com crescimento econômico, distribuição de renda e forte mobilidade social, chegam a este resultado negativo.

Afinal, o que terá ocorrido: excesso de oferta, demanda podre, falha estratégica, disputa comercial autofágica ou uma composição de tudo isso?

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SEU PAX ESCOLHE VOO POR PREÇO, HORÁRIO OU PONTUALIDADE?

Sim, existem outras variáveis para definir a escolha do passageiro, como serviço de bordo, qualidade do equipamento, segurança etc.

Faltam 65 dias para as cias. aéreas passarem a informar, na oferta do serviço, o seu percentual de atraso (conforme medição da ANAC), em seus diversos canais de distribuição (internet, guichês de atendimento, telefone etc).

A divulgação do percentual de atraso para cada trecho de voo deverá ser feita na fase inicial do processo de venda, ou seja, após a seleção do itinerário e da data do voo e antes de concluída a reserva e a emissão.

Entendo que as cias. aéreas, cientes da Resolução nº 218/2012, expedida em 28/02/12 pela ANAC, providenciem a integração online dos dados do referido relatório de atrasos de voos, com seus variados sistemas de reservas, permitindo que toda a cadeia de distribuição possa preparar-se em tempo hábil.

Mas fica uma pergunta:

Se além do preço e do horário do voo, o percentual de atraso da cia. aérea naquele trecho também passou a ser considerado item importante para a escolha do passageiro, outros indicadores também poderiam ser considerados:
– Qualidade do serviço de bordo
– Idade média da frota
– Índice de segurança

Afinal todos são índices e, como tais, são variáveis subjetivas que não garantem o seu cumprimento naquele voo selecionado…

Afinal, esta resolução da ANAC é um avanço ou um pequeno passo rumo ao interesse do consumidor?

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