O senador, intérprete político do manjado papel de arauto da moralidade, foi flagrado em escuta telefônica autorizada pela justiça, em evidentes e inquestionáveis atos de improbidade e corrupção.
O que mais me incomoda neste episódio, que pouco difere de tantos outros, é a desfaçatez com que o partido encara a situação…
“Preferimos aguardar que o senador peça desligamento…”, equivale para mim ao assassino confesso que não é preso, porque o juiz defende a tese de que ninguém pode ser julgado ou sentenciado antes de esgotados os recursos da defesa…
Sob o manto do “inocente até prova em contrário”, comportamentos absurdos vem sendo tolerados pela sociedade.
Um partido político, assim como uma associação, não pertence aos seus pares, muito menos aos seus dirigentes, mas sim à sociedade e, por isso, tem a obrigação de não somente agir com ética e seriedade, mas também demonstrar ser ético e sério.
Não há mais o que postergar: Demóstenes deve ser expulso do partido, já.
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