RETROSPECTIVA PESSOAL

Final de ano é momento de refletir sobre os erros e acertos do período, sobre o que aprendemos e compartilhamos em termos de experiência e aprendizado, sobre o que valeu e o que não valeu a pena fazer.

Por ser também o momento de lançar um olhar no futuro, ao menos no ano que inicia, algumas pessoas preparam a relação de coisas que desejam realizar, as famosas resoluções de ano novo.

Entre tantas coisas que fiz no campo profissional em 2011, destaco as que me deram mais satisfação, relacionadas abaixo sem qualquer preocupação com ordenação ou prevalência:

– Participei da elaboração dos “15 Mitos da Tecnologia em Viagens Corporativas”, um trabalho do Comitê de Tecnologia e Inovação da Abgev e Abracorp.

– Deleguei mais na Solid Corporate Travel e descobri gerentes mais competentes, criativos e eficazes do que poderia esperar.

– Ajudei a criar o conceito e erguer os alicerces da Alagev, a Associação Latino Americana de Gestores de Eventos e Viagens Corporativas, evolução natural da nossa Abgev.

– Escrevi e postei 104 textos no Blog Distribuindo Viagens no Portal Panrotas e recebi cerca de 300 comentários.

– Apoiei nossa equipe no projeto de mudança de plataforma do Reserve V2 para o V3 em 40 agências licenciadas.

– Votei favoravelmente e defendi a entrada da Tivolitur e da Alatur na Abracorp, por pura coerência e por acreditar que ambas agregam à associação.

– Assinei contrato para implantação do Reserve V3 em 10 países da América Latina, nossa maior conquista em 2011.

– Participei como expositor, organizador, palestrante, patrocinador ou congressista em:
– Fitur em Madri
– Lactte em São Paulo,
– Forum Panrotas em São Paulo
– Aviestur em Campos do Jordão
– Forum Costa Brava em Campinas
– Top Tam Sudeste em Salvador
– Innovation Forum em São Paulo
– Abroad em Buenos Aires
– Evento Porto Brasil em Porto Alegre
– Abroad em São Paulo
– 1o. Colire em São Paulo
– GBTA Congress em Denver
– Academia de Viagens em São Paulo
– 6o. Workshop de Tecnologia Reserve, dentro da ABAV, no Rio de Janeiro
– 8o. Encontro Anual dos Reservistas no Rio de Janeiro

– Conduzi a re-estruturação do Reserve para adequá-lo ao crescimento do mercado e às demandas da operação internacional.

– Participei de 9 reuniões do CTI-AA, de 8 reuniões da Abracorp e de 7 reuniões de Conselho da Abgev.

Ufaaa…, foi mesmo um ano intenso…

E você? Realizou muito em 2011?

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ÁGUA OU VINHO ??

Sábado passado fizemos reunião de condomínio no prédio em que residimos na Barra da Tijuca, Rio de Janeiro.

Reunião de condomínio é um daqueles eventos que possuem nenhum atrativo e, quando agendados para sábado de manhã, são um convite a “no show” generalizado, principalmente quando temos a praia, ali na frente, como “alibi” compreendido e aceito por todos, em especial em sábados ensolarados como aquele.

Mas Seu Joaquim foi…

A Síndica, eu e Seu Joaquim comparecemos para cumprir o dever cívico de fazer, ao menos, uma reunião anual de condomínio.

Aos 5 minutos do primeiro tempo, ficou claro o objetivo de Seu Joaquim em participar de uma reunião absolutamente regulamentar, com pauta óbvia e nenhum tema importante: era a oportunidade de conversar.

Seu Joaquim, oitenta e tantos anos, um português de hábitos simples, homem rude na juventude, dedicou sua vida a erguer um mini-império, uma rede de lojas de materiais de construção, nos subúrbios do Rio de Janeiro.

Empregando hoje mais de mil funcionários em suas lojas (de mini a mega stores) e resistindo ao assédio das multinacionais interessadas em seu negócio (ou “latifúndio” como ele diz), Seu Joaquim é sócio de dois irmãos, também idosos, e o negócio hoje é tocado pelos filhos e sobrinhos, embora os 3 octogenários ainda “batam ponto” diariamente no escritório sede da empresa.

Foi de Seu Joaquim o único trecho interessante da tal reunião, embora melancólico eu um tanto nostálgico, pareceu-me um desses minicontos de Natal.

“Ontem bebi um tantinho assim de vinho”, começou ele, fazendo um gesto com o polegar e o indicador, “e lembrei-me de minha juventude”, continuou.

“No Natal sentávamos, meus dois irmãos e eu, à mesa, com uma garrafa de vinho que nos cotizávamos para comprar. Não tínhamos dinheiro para muito mais que isso para a ceia: uma garrafa de vinho, uma bisnaga e um belo de um caldo verde bem encorpado”.

“Como autênticos portugueses, sempre gostamos muito de vinho, mas, por falta de dinheiro, bebíamos somente água durante todo o ano, sempre pensando no Natal, quando fazíamos nossa tradicional compra de uma garrafa de vinho”.

Ao ouvir essa história, perguntei, com objetivo de trazê-lo à atualidade: “O que o fez lembrar essa história, Seu Joaquim?”

“Meu médico”, disse ele. “Hoje eu posso comprar o vinho que eu desejar, mas por causa do diabetes o doutor me mandou beber somente água”…

Compadeci-me de Seu Joaquim, desejei um Feliz Natal e saí dali pensando em aproveitar melhor aquele sábado, o fim de semana, este final de ano, todo o próximo ano.

Curtir mais, com as pessoas que amamos, as tantas coisas simples e, ao mesmo tempo, incrivelmente boas da nossa vida…

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CONSUMIDOR INFIEL

Conversando com o Paulo Nascimento, VP Comercial e Mkt da Azul Linhas Aéreas, perguntei o motivo das recentes promoções autofágicas das cias. aéreas nacionais.

Minha dúvida prendia-se justamente ao fato de que há evidente excesso de demanda de passageiros e que esta demanda continua crescendo, mas as cias. aéreas insistem em oferecer preços notadamente abaixo de seus custos operacionais.

O prejuizo acumulado de mais de 1 Bi das cias. aéreas nacionais no terceiro trimestre é um claro indicador de que há algo inexplicado no ar, além de cada vez mais passageiros e mais aviões de carreira…

“Ao excesso de demanda, as cias. aéreas reagiram com excesso de oferta”, explicou o Paulo. “Então o cenário passou a ser oferta abundante de voos para um crescente volume de passageiros ultrassensíveis a preço”…

Tornar as viagens de avião acessíveis às classes C e D tem sido estratégia recorrente de todas as cias. aéreas brasileiras, mas isso tem um custo.

Esse custo, mais cedo ou mais tarde, seria cobrado e as cias. aéreas sabiam disso quando optaram, em uníssono, por investir no crescimento da sua base de clientes.

Hoje as cias. aéreas procuram conquistar e fidelizar esse passageiro, um consumidor infiel, pouco exigente (sua referência é a viagem de ônibus) e que, por R$ 5 ou R$ 10 de diferença, troca de cia. aérea sem pestanejar…

Resta saber se o caixa das empresas aéreas vai suportar aguardar o amadurecimento deste novíssimo mercado, que continua crescendo sem parar, mas permanece completamente infiel à marca ou à qualidade do serviço.

Gostemos ou não, este novo consumidor só quer saber de uma coisa: preço !

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