FORUM ALATUR: UM EVENTO PRIVADO

Em julho, o Ricardo Ferreira reclamou de eu nunca ter abordado o Forum Alatur aqui no Blog Distribuindo Viagens, apesar de eu ter postado sobre os eventos da Terra Turismo de Belo Horizonte, da Costa Brava de Campinas e da Porto Brasil de Porto Alegre.

Respondi que eu não poderia escrever sobre o que não conhecia, pois não fui aos eventos anteriores da Alatur, dirigidos que são a clientes e fornecedores da agência.

Este ano, fomos surpreendidos, Solange e eu, com convites para assistir o 4º Forum Alatur e resolvemos conferir.

Eu estava bastante interessado no primeiro painel, em que Larry Rohter, jornalista americano especializado em criar polêmica com o Brasil, debateria com Roberto da Matta, um gênio da antropologia genuinamente nacional.

Apesar do abismo cultural entre os dois debatedores, “valeu o ingresso” ouvir o professor falar sobre suas pesquisas sobre o carnaval e o futebol, não somente como manifestação cultural mas como consequência da evolução histórica da sociedade brasileira, discorrer sobre as diferentes heranças culturais de EUA e Brasil e explicar, com certo lamento, a sua percepção de depressão no povo americano, decorrente do aumento do índice de pobreza nos EUA e do impacto, no espírito americano, causado pelas medidas de exceção criadas no governo Bush contra as liberdades individuais.

Clarice Niskier leu texto sobre turistas e “turristas” e encantou parte da plateia. Alguns acharam longo demais. Eu gostei.

David Radcliffe, descontraído e bem informado, explicou com dados concisos, gráficos coloridos e variadas estatísticas, o real motivo de ter vindo ao Brasil: fazer negócios.

Roger Tondeur contou parte de sua intrigante trajetória que o levou a criar a MCI, empresa de eventos corporativos, e o moderador Ricardo Ferreira resumiu a expectativa das pessoas quando comparecem a eventos para ouvir empresários bem sucedidos: “As pessoas querem ouvir sobre a evolução de suas carreiras. Como ser bem sucedido?”

Embora eu não acredite que exista fórmula que possa ser repetida, pois cada experiência de vida é única, colhi algumas frases de David Radcliffe e Roger Tondeur, que em alguns casos lembram textos de autoajuda:

– “Estabeleça um objetivo, uma visão e planeje como chegar lá.”

– “Pode-se dispor de todas as plataformas mais modernas e estimulantes para inovação, mas se você não puder contar com pessoas criativas e inovadoras, não funcionará.”

– “O importante é perceber a próxima mudança e tentar chegar lá antes.”

– “Soluções globais, de eventos ou outras, têm sempre que ser adaptadas às diferenças culturais de cada país.”

– “A decisão mais difícil de um COO é desligar um colaborador, mesmo que seja para manter a organização saudável e preservar todos os demais empregos.”

– “Existe um gap entre o que o mundo pensa do Brasil e o que ele realmente é.”

– “O Brasil em duas palavras: entusiasmo e vibração.”

A apresentação dos serviços da Alatur, através de esquetes teatrais bem-humoradas, encenadas pelos líderes de equipe da agência, foi o ponto alto da parte da manhã, um verdadeiro show idealizado por pessoas criativas e “imaginadoras”.

O painel sobre sucesso e carreira também gerou grande expectativa, devido à participação de atrizes de primeira grandeza. E foram delas as melhores tiradas, com Marília Pera bem à vontade e Irene Ravache muito inspirada, responsável pela pérola: “quando eu era jovem, eu gostava dos meus amigos pelas suas virtudes, com o tempo passei a gostar deles apesar dos defeitos e hoje eu os amo justamente pelos seus defeitos”.

Um painel muito difícil para José Mario Caprioli e Marcio Ogliara, que se esforçaram para compensar o encantamento da plateia com as estrelas, mas Paulo Gaudêncio soube equilibrar o debate.

O palestrante Will Tate, que também havia participado do GBTA Denver (quando deixou sem resposta uma pergunta da Heloisa Prass), pegou uma audiência animada com o painel das estrelas, mas apesar de ter trazido forte conteúdo tecnológico e dados interessantes, não conseguiu segurar a atenção da plateia, àquela altura sonolenta após o “lanche-almoço”, mas ainda aguardando com interesse os debatedores mais conhecidos do trade e mais ligados à realidade brasileira: Klaus Kuhnast, Luiz Ambar e Marcos Balsamão, além da Marta Verçosa, presidente do desconhecido IBECORP.

Meu amigo Balsamão, bastante tenso no início, foi aos poucos… ficando mais tenso ainda, mas não deixou a peteca cair e conduziu bem os painelistas e as perguntas da plateia.

Como bem me esclareceu o Ricardo Ferreira no intervalo, “Nosso forum não é igual ao do Panrotas, que é um evento de conteúdo. O nosso é um evento de marca”, o que significa um evento de marketing, produzido para divulgar um conceito, uma marca, uma empresa.

Justamente por isso, penso que “o grande evento de viagens corporativas para clientes” continua sendo o LACTTE, pelo seu carater neutro, por ser produzido por uma entidade, pelo seu conteúdo multidisciplinar e por seu foco no cliente como comprador de variadas TMCs e não somente de uma.

O Forum Alatur é um evento privado, muito, muito bem produzido, de uma forma que impacta na percepção da imagem que a Alatur vem passando ao mercado ao longo dos anos.

Prova disso é que, neste evento, eu descobri uma outra Alatur.

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DEBOCHE

A forma como o Ministério do Turismo tem sido tratado denota o que, de fato, pensa o planalto a respeito da importância de nossa indústria para o desenvolvimento do país.

Depois de meses de críticas, à escolha, ao padrinho, à (falta de) gestão, às irregularidades, à demora na substituição etc., somos surpreendidos com outra escolha parecida, com o mesmo padrinho…

O ex-ministro fez o que fez e não precisa se explicar, basta pedir exoneração, coitado…!

O novo ministro falou o que falou sobre seu partido e é presenteado com um ministeriozinho, talvez para acalmar sua verve…!

Afinal, o que tem o Maranhão para nos brindar com 2 ministros do turismo, sucessivos?

Não penso que sejam os Lençóis Maranhenses ou outras virtudes turísticas do estado, viu Fabíola?

Tentarei descobrir e, se conseguir, contarei aqui…

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SOU + O GOOGLE+

Não é porque o Facebook se transformou na internet dentro da internet e já apresenta quase todos os seus principais problemas (excesso de conteúdo, de usuários, de relevância…).

Também não é porque o Facebook esteja dando sinais de estar seguindo a mesma trajetória do Second Life, uma realidade virtual que virou febre, recebeu vultosos investimentos reais, que desapareceram sem deixar vestígios.

Muito menos é porque o Facebook apresenta os primeiros indícios de recrudescimento de sua taxa de crescimento, que o coloca próximo do topo, de onde só se avança… descendo.

Nem mesmo porque o Facebook teve a pretensão de ser mais importante que a própria web (algo como os Beatles terem se comparado a Jesus Cristo…).

Tampouco é porque o Facebook já atingiu aquele status de unanimididade que, como toda unanimidade….(bem, você sabe…)

Mas, eu levo mais fé no Google+, cuja proposta de “compartilhar a vida real na perspectiva da web”, foca na humanização do relacionamento online, tornando-o menos impessoal, frio e automático do que o Facebook.

O Google+ vem para disputar a supremacia em redes sociais, e vem com novas armas:

1 – Novo conceito de agrupamento de amigos, gerenciados de forma mais visual, com recursos de HTML5, na base do “arrasta e solta”: Circle+

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2 – Novo recurso de relacionamento em tempo real, para videoconferências em grupo, com um simples apertar de um botão: +Hangouts

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3 – Novo controle de favoritos e preferências, sincronizado com o +Hangouts e com o mecanismo de busca automática do Google em 40 idiomas: +Sparks

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O Google+ também incorpora o +Mobile, desenvolvido simultaneamente e de forma customizada para tablets e smartphones, mas como uma extensão para outras funcionalidades:

4 – Compartilhamento automático de fotos e outros arquivos: +Instant Uploads

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5 – Localização online do usuário: +Location

6 – Agendamento rápido de encontros e reuniões, reais e virtuais: +Huddle

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Não se trata de mais uma rede social para disputar espaço (o Orkut, do Google, só é grande no Brasil), mas de um novo ambiente, multi-sincronizado, que oferecerá acesso fácil, intuitivo e rápido aos principais recursos desejados pelo usuário, enquanto ele navega na web e não em um ambiente fechado dentro da web.

Penso que o modelo de negócio do Facebook não é tão brilhante como o do Google, que tem claramente definida sua principal estratégia de receita em cima da publicidade online e, no momento que o Facebook chegou à mesma conslusão e passou a ganhar dinheiro com anúncios, após investir pesadamente no aumento da base de usuários, ele praticamente chamou o Google para a briga…

Ok, ok, você tem Facebook, adora o Facebook e nem pensa em trocar o Facebook por outra rede social, mas quando você acessar o Google para fazer uma busca (e você faz isso diariamente, já sem perceber), você terá curiosidade em clicar em um botãozinho chamado simplesmente You, localizado numa barra preta que será incorporada ao Google.

Pronto, você foi fisgado pelo Google+ !

Por enquanto, para se inscrever para o beta-teste do Google+, clique aqui e, se você for convidado, nos conte depois o que você achou…

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