VOCÊ QUER CRESCER OU APENAS MANTER SEU NEGÓCIO?

Costuma-se dizer que para manter uma empresa estável, do mesmo tamanho, sem perder mercado, basta investir continuamente no seu crescimento.

Mas se você deseja realmente expandir o negócio, mudar de patamar e conquistar maior participação no mercado, não bastará investir continuamente no seu crescimento.

Você terá que ser criativo, arriscar e inovar…

Inovar nem sempre é fazer diferente, mas também tomar uma ideia vencedora e adaptá-la a um diferente segmento do mesmo mercado, ou mesmo de outro (e vemos isso acontecer com certa frequência em nosso mercado…).

Basicamente, uma empresa cresce através da conquista contínua de maior participação no mercado em que atua, mas isso vai até um determinado limite, estabelecido pela região, tipo de serviço, modelo de negócio, parcerias estratégicas, capacidade de investimento, entre outros fatores delimitadores do tamanho potencial de um negócio.

Nosso mercado de viagens e turismo tem sido pródigo em iniciativas criativas que visam, naturalmente, aproveitar a onda do crescimento econômico do país e da região.

Fusão de cias. aéreas, aquisição de empresas por fundos de investimentos, anúncios de parcerias (operacionais, tecnológicas, comerciais ou mesmo marqueteiras), aquisições entre empresas concorrentes, enquanto outras empresas diversificam, expandindo suas operações para outras regiões, atuando em novos mercados, com diferentes produtos e até alterando seu modelo de negócio…

Todas estratégias testadas e retestadas, mas que adquirem uma nova conotação, quando constatamos o quanto o empresário brasileiro é avesso ao risco.

Para aumentar seu mercado, ele busca outras cidades ou regiões.

Para vender mais para o mesmo mercado, ele diversifica seus produtos e serviços.

Para ajustar-se a uma oportunidade comercial, ele muda seu próprio modelo de negócio.

Para capitalizar-se, ele vende parte de seu negócio.

Para capacitar a empresa, ele firma parcerias simbióticas com outras empresas, concorrentes ou não.

O fato é que a delimitação geográfica, para expansão de um negócio, não existe mais, e isso já faz algum tempo.

Acabou a reserva de mercado e todo mundo pode atuar em todos os lugares, seja na capital ou no interior, em outros estados ou fora do país.

Fico feliz em perceber que antigos dogmas, tão enraizados quanto ultrapassados, acabam sendo superados e hoje, todo mundo está consciente de que o território de seu negócio é, literalmente, o mundo…

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BRASIL EXPORTA GESTÃO DE VIAGENS CORPORATIVAS

Tentei redigir este post de forma a evitar um tom ufanista, apesar de pouco comum na minha linha usual de raciocínio, mas acho que não consegui…

É conhecida a capacidade do brasileiro de resistir a dificuldades, seja na esfera profissional ou na pessoal, transmutando-se no organismo que mais facilmente sobreviva ao habitat ameaçado que o mantém.

Toda essa resistência, lapidada durante décadas de crises econômicas sucessivas, criou uma geração de espíritos empreendedores, seja no conceito simplista da palavra (novos empresários) ou no sentido mais completo (profissionais criativos).

Bastou este primeiro período de crescimento econômico (uma década apenas), para que esta verdadeira tropa de elite percebesse que o mercado brasileiro, apesar de seu contínuo crescimento, ficou pequeno para seu potencial de criação, de produção e de resultados.

Consequência típica de nações com altas taxas de crescimento, as iniciativas expansionistas dos empresários e profissionais brasileiros, também têm sido observadas com frequência em nosso mercado de gestão de viagens corporativas.

Além da ABGEV, entidade que acaba de anunciar em Buenos Aires sua expansão para toda a América Latina, movimento que a transformará na ALAGEV já em 2012, diversas empresas genuinamente brasileiras como Gol, TAM, Flytour, Reserve, TX Consultoria e Academia de Viagens, entre outras, já exportam serviços, produtos, tecnologia, processos, conceitos e conhecimento, para diversos países da região.

E não estão sozinhas, pois além de outras empresas não citadas, um número ainda maior de empresários deste segmento, estuda com interesse neste exato momento, a possibilidade real de lançar-se neste novo mercado, cuja principal característica, que não pode jamais ser desconsiderada, é o fato de ser multi-idiomas, multimoedas e multicultura.

Diferentemente de investidores de países habituados à conquistas territoriais no campo dos negócios, o empresário brasileiro compreende as especificidades dos diferentes mercados, não confunde Colômbia com Bolívia, nem acha que Uruguai e Paraguai são “praticamente a mesma coisa”, além de respeitar os valores culturais e as diferenças de argentinos e chilenos.

Por realizar negócios em um país cujo governo, independentemente de tendências partidárias, não apresenta histórico de imposição de modelos de negócios, de processos, de comportamentos ou de influência cultural, enquanto o brasileiro adapta seu negócio ao mercado consumidor, empresários de países mais desenvolvidos esperam que o consumidor se adapte a seus produtos e serviços, apesar de desenhados para seu país de origem.

Esta flexibilidade, adaptabilidade e compreensão da diversidade cultural, associado a produtos e serviços com padrão de qualidade necessariamente acima da média, fazem do empresário brasileiro a bola da vez no palco dos negócios multinacionais, dentro da América Latina.

Sim, a sua empresa poderá ser uma das protagonistas desse momento econômico sem precedentes na regiāo (se é que já não está inserida nesta nova realidade), contribuindo para um novo patamar nas relações comerciais do Brasil com os demais países da América Latina.

Assistir ao processo de expansão das empresas, entidades e profissionais do segmento de viagens e turismo brasileiro, rumo a mercados fora do Brasil, é uma experiência fantástica.

Participar disso, um privilégio.

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OPORTUNISMO OU OPORTUNIDADE?

Esta semana perguntaram, por escrito, a minha opinião sobre o plano de privatização dos aeroportos de Guarulhos, Viracopos e Brasília, que juntos representam um bom naco do filé da infraestrutura aeroportuária brasileira.

A preocupação justificável com o oportunismo da decisão de ceder à iniciativa privada a gestão desses importantes terminais, às vésperas da Copa do Mundo de Futebol, não pode superar o reconhecimento da oportunidade histórica que o Brasil tem, de interromper, de uma vez por todas, o insidioso processo de estagnação de nossos aeroportos.

Enquanto nos surpreendemos com fantásticas estruturas aeroportuárias nas grandes cidades europeias, asiáticas e americanas, somos obrigados a conviver com aeroportos que mais parecem rodoviárias de cidades do interior.

Estou seguro que a gestão privada dos aeroportos brasileiros trará muito mais benefícios à população do que os riscos potenciais de aplicação inadequada do dinheiro público ou do execrável favorecimento aos amigos do poder…

Longe de mim o discurso de que os fins justificam os meios, mas não dava para manter a coisa do jeito que está, nas mãos de uma estatal e de seus funcionários públicos, que tem enraizada a cultura de que o importante é a segurança da pista, não a qualidade do terminal, fundamental é a segurança das manobras de pouso e decolagem, não a qualidade do serviço de checkin dos passageiros, imprescindível a segurança da polícia federal, não a qualidade e o conforto das instalações.

A segurança (da pista, do pouso e decolagem, da polícia federal) são itens tão importantes que tornam-se básicos, indiscutíveis portanto…, pois segurança todo aeroporto tem que ter e não é isso que os difere (pro bem ou pro mal).

O que destaca um aeroporto são itens além do basicão da segurança e isso a administração estatal, mesmo que se empenhasse, terá dificuldade em realizar, pois o que estimula a oferta dos demais itens é justamente a possibilidade de se lucrar com esta atividade.

Cabe à sociedade manter fiscalização sobre o procedimento em si e sobre a evolução do processo de privatização que será implantado, pois o instrumento das Sociedades de Propósito Específico é bastante novo e não dispõe de suficiente experiência de uso.

Penso que é preferível que a população mantenha fiscalização ativa sobre o que será feito, construído ou montado, do que não ter o que fiscalizar e nada ser feito.

Há quem pense diferente…

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