Pedro Mattos faz 50 anos

Domingo de sol no Rio de Janeiro e a praia da Barra da Tijuca linda, com céu azul, sol forte e brisa amena.

Num cenário desses, os amigos festejaram os 50 anos de Pedro Mattos, muito bem vividos e cercados de conquistas profissionais e pessoais.

A mais recente atenderá pelo nome de Flávio, se for menino, mas Valéria e Pedro ainda não escolheram o nome, caso o bebê seja menina.

Não poderia deixar de registrar o fato, pela sua história na aviação e no turismo, pela sua coragem diante da vida e pela nossa grande amizade, que o tempo não muda.

Pedro Mattos, Valéria, Solange e Luís Vabo
Pedro Mattos, Valéria, Solange e Luís Vabo

QUEM PODERIA IMAGINAR…?

Fala-se muito em mudanças, no ritmo frenético com que as coisas acontecem, no volume quase insuportável de informações que temos que lidar no dia-a-dia.

Os fatos se sucedem com tamanho frenesi, que acabamos não dando conta de que o mundo em que nascemos, simplesmente não existe mais…

Do ponto de vista prático, estamos em outro planeta se compararmos com nosso habitat de somente 20 anos atrás.

Afinal, em 1991, quem poderia imaginar que um dia:

– cartas, ofícios e memorandos seriam subtituídos por mensagens digitais?

– seriam fabricados carros cada vez mais potentes e velozes, para trafegarmos em velocidade média inferior a 30km/h?

– um metalúrgico e uma mulher chegariam à presidência do Brasil e um negro seria eleito presidente dos EUA?

– alguns tipos de cancer teriam cura?

– a imagem 3D entraria em nossas casas?

– todo mundo se transformaria em repórter fotográfico?

– o código genético do homem seria decifrado?

– haveria mais telefones do que habitantes no planeta?

– as pessoas dariam mais atenção a alguém no telefone do que à pessoa na sua frente?

– trabalharíamos cada vez mais, fantasiando que isso nos traria qualidade de vida?

– a Aids seria controlada?

– o planeta se transformaria em um depósito de lixo, no subsolo, na superfície, no céu e no mar?

– as células tronco trariam tanta fé a tanta gente sem qualquer esperança?

– a natureza se rebelaria contra os maus tratos recebidos e devolveria na mesma moeda?

– as pessoas gostariam tanto de se relacionar com “amigos” virtuais que não conhecem, em vez de cultivarem verdadeiras amizades?

Por mais que exercitemos a futurologia, era difícil imaginar estes e outros fatos nos idos de 91…

Mais intrigante ainda é imaginar como estarão o mundo, os comportamentos e os hábitos das pessoas, a arte, a ciência e a tecnologia, o design e as funcionalidades dos produtos, a economia, a educação e a saúde do brasileiro em 2031…

Uma coisa é certa, daqui a 20 anos estaremos colhendo tudo o que a humanidade plantar agora.

Por isso corremos tanto…, não temos tempo a perder.

Será?

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LA AUTÉNTICA COCINA ESPAÑOLA

Algumas pessoas, quando viajam ao exterior, procuram manter seus principais hábitos diários e, em especial, buscam restaurantes cuja cozinha ao menos se assemelhe a de seu país de origem.

Outras preferem justamente os restaurantes chamados “turísticos”, por se sentirem mais à vontade e por considerarem que poderão optar entre os pratos típicos e os internacionais.

Existem ainda as que fazem exatamente o oposto e pesquisam os chamados restaurantes autênticos, aqueles que são frequentados pelos “nativos” e não estão incluídos na categoria turística e, justamente por isso, podem oferecer um serviço acima da média, associado a uma culinária tradicional, verdadeiramente da região visitada.

Em Madri, para a Fitur, após pesquisar entre algumas opções, como o “Bazaar” (muito badalado, não resiste a uma pesquisa nos comentários do Trip Advisor), o “Europa Decó” (dentro do Hotel Urban, moderninho, bem decorado e só), “Rubaiyat” (bem, esse todos conhecemos a qualidade, mas podemos ir em São Paulo), acabamos arriscando o “El Rincón de Estebán”, na Calle de Santa Catalina, 3, rua em frente ao Congresso de los Diputados de Madrid.

Ressabiados no início (afinal estávamos no “Cantinho do Estevão”…), fomos caminhando do NH Paseo del Prado (em frente ao museu) até o Congresso e dali entramos na tal Calle de Santa Catalina, onde o restaurante ocupa todo o andar térreo (quase uma casa) de um prédio antigo.

Nossa surpresa começou com a calorosa acolhida do Sr. Esteban, um senhor de setenta e poucos anos, bem disposto, vestido com paletó e gravata, assim como os maitres e o gerente da casa, e seguiu-se com a gentileza unânime dos garçons, sommelier e ajudantes de mesa.

A decoração aconchegante, típica de uma residência transformada em restaurante, lembrava exatamente isso: estávamos em casa.

Nas paredes algumas poucas fotos, do Sr. Esteban, mais jovem, com o príncipe Filipe e outra, mais velho, com a rainha Sofía que, segundo o anfitrião, frequenta eventualmente o restaurante.

Sr. Esteban e Solange Vabo
Sr. Esteban e Solange Vabo na entrada do restaurante

Ok, ok, isso lembra restaurante turístico…, mas a lembrança se encerra aí.

Depois de um correto serviço inicial, a “perdiz roja a la toledana” e o “bacalao a la castellana” estavam soberbos e bem acompanhados pelo vinho indicado.

Depois da ótima sobremesa da casa e do expresso, Sr. Esteban nos trouxe um licor de limão “hecho por mi hermano, es mejor que limoncello italiano”.

Existem lugares de uma cidade que marcam a nossa memória e, quando retornamos àquela cidade, sempre desejamos voltar àquele lugar.

Pela cozinha, pela acolhida e pelos bons momentos que desfrutamos, estou certo que retornaremos ao El Rincón de Esteban, em Madri.

Salão do restaurante El Rincón de Esteban
Salão do restaurante El Rincón de Esteban