FITUR É UMA ABAV GIGANTE

Conversando com o Juarez Cintra, pouco antes do coquetel no stand da Embratur, colhi alguns dados sobre a FITUR 2011:
– 200.000 visitantes
– 11.000 empresas
– 166 países
– 70 mil m2

A FITUR receberá este ano quase 10 vezes mais visitantes que a ABAV 2010 !

Vai encarar??

E todos os que já conheciam este evento afirmam que já foi muito maior, que a crise mundial atingiu o setor muito fortemente na Espanha e que este ano, aparentemente, está sendo o início da recuperação.

O mercado de turismo europeu está vivendo uma multiplicação de novos sistemas integradores de conteúdo de hotéis, locadoras, seguro viagem etc.

São novos modelos de parceria e novas oportunidades de negócios, proporcionadas pela tecnologia, que confirmam que a fragmentação de conteúdo avança, ano a ano, na distribuição de serviços turísticos.

British Airways e Iberia juntas, no mesmo gigantesco stand, vazio, branco, clean…

Transhotel com um grande stand, bastante solicitado.

O espaçoso stand da Embratur, sempre cheio, com bom serviço, autoridades e “players” brasileiros circulando e papeando. Fazendo negócios? “No creo”…

Ponto forte: FITUR Meeting & Incentives, na 3a. feira, véspera da feira. Média de 20 reuniões de 15 minutos cada, entre compradores e fornecedores de serviços.

Ponto fraco: muita fila na entrada, poucos agentes de segurança para tanta gente e informação deficiente.

Sim, valeu a pena conhecer a FITUR.

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PRIMEIRA VEZ NA FITUR

O voo IB6024 saiu do Rio pontualmente às 21:00h, direto para Madri, onde também chegou no horário previsto.

Serviço de bordo eficiente, aeroporto de Madri impecável como sempre, aeroporto do Rio difícil de comentar…

Quando me perguntam o que vim fazer na FITUR, feira focado em turismo com pouco ou nenhum tema corporativo, respondo que ainda não sei, mas como trata-se de um evento mundialmente conhecido e importante, espero descobrir por lá amanhã.

Solange veio na 6a. feira e, à convite do Turismo Español, visitou Bilbao e, entre outros, encantou-se com o Guggenheim e lamentou que o Rio, por disputa política mesquinha, tenha perdido a oportunidade de sediar um desses e, ainda por cima, ter recebido a Cidade da Música como prêmio de consolação…

Voltando a Madri, descobri que o povo español (professor, taxista, recepcionista de hotel etc,) desconhece a Dilma e sequer sabe que é aliada de Lula, que ainda goza de imensa popularidade pelo “desarrollo económico excepcional”, nas palavras do taxista.

Amanhã contarei somente o que encontrar de interessante na FITUR.

Até amanhã e, caso eu não toque no assunto, você já sabe o motivo.

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SOBRE IGREJA, RELIGIÃO E FÉ

Conversando com um amigo neste fim de semana, abordamos o tema fé e religião, assunto sobre o qual nenhum dos dois conhece profundamente e, portanto, nenhum compromisso com a precisão.

De qualquer forma, o ceticismo desse meu amigo e seu ateísmo assumido versus a minha limitada religiosidade gerou algumas pérolas, dele em especial.

Por ter visitado recentemente a cidade mineira de Ouro Preto, repleta de igrejas católicas, ele reafirmou sua visão de que a instituição igreja (qualquer igreja) é, na verdade, uma grande corporação capitalista.

Pela sua imensa quantidade de clientes, demanda profissionais de negócios, de marketing, gestão de pessoas etc, que se portam como verdadeiros estrategistas, por terem que entregar um serviço cujo valor depende fundamentalmente de quem recebe: “tem que ter fé”…

Apenas como curiosidade, comentou ainda que as igrejas de Ouro Preto, quase todas, apresentam duas torres e defendeu uma teoria de boteco (nada demais, já que estávamos em um): como a igreja católica apostólica romana cobrava (ou cobra) tributos de seus templos, em todo o mundo, somente após ele ter sido completamente construído, muitas igrejas brasileiras possuem somente uma torre, como forma de caracterizar que “ainda não ficou totalmente pronta” e, desta forma, postergar o cumprimento desta remessa de dividendos à matriz em Roma.

Já as igrejas da cidade mineira, por serem quase todas de 2a. ou 3a. ordem (na escala eclesiástica da época), pagavam tributos somente à Coroa Portuguesa, que os cobrava numa alíquota bem menor que a igreja romana e, por isso, os párocos concluíam a obra e, consequentemente, erguiam as duas torres.

“É o típico caso de evasão fiscal”, alegou ele, acrescentando que “para evitar pagar imposto, as igrejas de primeira ordem se mantinham em obras por séculos, num típico comportamento que perdura no empresariado brasileiro até hoje…”

E veio aquele papo de que “a religião foi criada pelo homem devido à sua incapacidade de aceitar que, ao morrer, tudo acaba” e que “o ser humano é apenas mais um na imensa biodiversidade do planeta” e ainda que “pelo desejo de acreditar em sua superioridade sobre as outras espécies, chegou ao atual estado de agressão à natureza” etc, etc, etc…

Diante de tantas certezas absolutas, perguntei: “E a fé das pessoas? Onde fica a fé?” E meu agnóstico amigo respondeu: “Deve estar na cabeça das pessoas”… Diante de sua única resposta não conclusiva, percebi que estava aí o motivo de tamanha incredulidade.

Por eu acreditar que, independentemente da religião professada ou mesmo da falta dela, a verdadeira fé, por ser emoção, paixão, crença, esperança, está no coração das pessoas, resolvi encerrar o papo-cabeça, pedi a saideira e mudei de assunto.

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