Há um embate mudo no ar.
Gustavo, Sidney, Mauricio, Viviânne e eu, já postamos sobre a nova geração de profissionais, com abordagens que mostram vantagens e desvantagens desses novos trabalhadores, para as empresas e para eles mesmos.
Travo, volta e meia, diálogos estimulantes com meu filho, Vabo Jr., legítimo integrante dessa nova geração, sobre as diferenças desses dois mundos, obrigados a conviver e compartilhar projetos, serviços, produção, relacionamentos etc. no dia-a-dia laboral e na vida.
Agora o assunto tomou a atenção de 2 pesquisadores, ambos especialistas no tema: Steve Johnson, autor de “Where good ideas come from” e Nicholas Carr, que acaba de lançar “The Shallows”.
Steve, um curioso criador de polêmicas, gosta de desmistificar as chamadas verdades absolutas e, com argumentação e embasamento científicos, garante que as grandes invenções da humanidade não são fruto de momentos de relaxamento e descontração, como alardeiam os defensores do “ócio criativo”…
Exemplificando com fatos e ideias geniais, como a teoria da relatividade ou a descoberta da gravidade, Steve comprova que essas e todas as grandes idéias, invenções e descobertas da humanidade, diferentemente do que se imagina, foram fruto de muito esforço, trabalho e determinação.
Indo além, o autor defende a tese de que o caos colabora para o processo de inovação, em especial quando propicia a participação de mais pessoas, o que explicaria a enorme vantagem da internet como ferramenta estimuladora do processo criativo.
Já Nicholas Carr aborda a superficialidade desta nova geração, todos multi-mídias e multi-funcionais, mas sem a necessária capacidade de aprofundar-se sobre determinado tema.
Alega que a internet estimula a troca rápida de informações, o ilimitado compartilhamento de dados, a busca incessante por terabytes de conteúdo…
Tudo muito bom, como todos sabemos, mas que estaria comprometendo a atenção e a capacidade de focar, analisar e refletir sobre questões mais complexas, prejudicando o pensamento crítico, cognitivo, lógico e conceitual.
É a vida levada em ritmo de video clipe.
Mal começamos a ler um email, toca o telefone celular. Antes de concluir a ligação, entra um torpedo (SMS) e uma mensagem no Skype. Quando estamos quase terminando de responder, alguém entra na sala com um assunto urgente ou o telefone fixo toca. Ao atendermos, entra outra ligação na espera. A hora da reunião se aproxima, mas não se encontra espaço para prepará-la, enquanto as notícias são atualizadas a cada instante no Globo.com, no UOL, no Terra ou no Panrotas…
Temos todos muito acesso a muitas informações (online, on time, real time, full time) e usamos ferramentas que nos permitem realizar muitas coisas ao mesmo tempo, mas devido justamente à velocidade e ao volume de dados e tarefas, acabamos nos dispersando, pois falta-nos a tranquilidade necessária às análises e reflexões, que subsidiam as grandes realizações.
Difícil dizer quem está com a razão. Prefiro acreditar que ambos estão certos… e errados…
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