ABRACORP: DA UNIÃO AO SUCESSO

Como todos devem lembrar, a ABRACORP – Associação Brasileira de Agências de Viagens Corporativas nasceu da união entre os associados de duas outras entidades congêneres, o FAVECC – Forum das Agências de Viagens Especializadas em Contas Comerciais e o TMC Brasil – Travel Management Companies do Brasil, ambas extintas.

Embora esta união parecesse óbvia ao mercado, já que ambas as entidades possuíam objetivos, conceitos e características muito parecidos, sua realização demandou grande esforço de um grupo de associados, capitaneado pelos ex-presidentes do Conselho de Administração da ABRACORP, Francisco Leme e Edmar Bull, um trabalho cuidadoso, abrangente e detalhista, dada a diversidade de tamanhos e a acirrada competição comercial entre todas as agências associadas, características preservadas até hoje.

Diferentemente do que é comum imaginar, as agências ABRACORP não são todas necessariamente mega TMCs (para usar o anglicismo que se tornou jargão de mercado), mas agências de gestão de viagens corporativas grandes, médias e pequenas (classificadas segundo seu faturamento no ano anterior), que preenchem uma série de requisitos específicos que a tornam elegíveis a participar da entidade.

Todos esses requisitos constam do Estatuto Social da ABRACORP, um documento público acessável no site da associação, de cuja leitura depreende-se qual o real espírito do associado ABRACORP, as linhas mestras que o regem, seu propósito no mais alto nível, conceitos recentemente ampliados e ainda melhor detalhados nos documentos revisados, criados e aprovados no final da gestão Rubens Schwartzmann:

Código de Ética e Conduta

Princípios de Valor do Associado

Guia de Boas Práticas do Fornecedor

Guia de Boas Práticas do Cliente

Balizadores dos procedimentos de cada associada, além de recomendações de procedimentos aos fornecedores e clientes, são justamente esses novos documentos que norterão a gestão do novo presidente do Conselho de Administração Carlos Prado, recém iniciada, de quem tive a confiança de ser escolhido vice-presidente.

Dar continuidade aos projetos estratégicos e consolidar as boas práticas no mercado estão entre os maiores desafios da nova gestão ABRACORP

Durante 8 anos, Leme, Bull e Schwartzmann ajudaram a criar, manter saudável e em permanente evolução, a entidade referência do mercado de gestão de viagens corporativas no Brasil.

Cabe agora ao novo Conselho de Administração (Carlos Prado, Eduardo Vasconcelos, Joaquim Cruz, Luís Vabo, Marianno Santos, Regis Abreu e Reifer Souza) liderar o processo de consolidação das boas práticas da associação que representa 50% dos negócios de viagens corporativas no Brasil ou 1/3 de todos os negócios de agências de viagens brasileiras.

Quando a responsabilidade é grande, o melhor é começar logo a trabalhar.

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PERGUNTAS DE 1 BILHÃO DE DOLARES

Lendo matéria sobre a OrCam, uma empresa com cerca de 120 funcionários que acaba de atingir a incrível avaliação de U$ 1 Bi, debati com Solange e Vabo Jr sobre o que efetivamente pode levar uma startup a trilhar este caminho espetacular.

Neste caso específico, além do propósito de fazer o bem, acredito que a forma que os empreendedores olharam para o problema e buscaram a solução, totalmente diferente de todas as linhas de pesquisa conhecidas, foi e é o grande trunfo deste projeto, conforme descrevo abaixo:

Forma tradicional de encarar o desafio:
– Problema: Cegueira (total ou parcial)
– Solução: Enxergar (cura)
– Pesquisas nos últimos 15 anos:
1) Chip para estímulo elétrico na retina.
2) Câmera transmissora de imagens para o cérebro.
3) Terapia genética com células-tronco.

As principais pesquisas relacionadas à cegueira buscam fazer o paciente voltar a enxergar

A Orcam não investiu em nenhuma dessas linhas de pesquisa e nem criou outra, mas focou em uma nova forma de abordar o problema, reformulando a solução a ser pesquisada.

Forma disruptiva de encarar o desafio:
– Problema: Cegueira (total ou parcial)
– Solução: Informar (substituição)
– Pesquisa da Orcam:
1) Substituir a informação visual por informação auditiva.

Para maiores informações, conheça o OrCam MyEye

Essa nova forma de abordar o problema, associado a um propósito nobre e uma gestão empreendedora eficaz (os fundadores da Orcam são os mesmos que fundaram e venderam a Mobileye para a Intel por USD 15 Bi), foi o que permitiu um caminho de sucesso para o empreendimento.

A solução para uma pergunta complexa pode não estar na resposta em si, mas em como se faz a pergunta…

Apenas como exercício, listei abaixo 5 perguntas complexas, relacionadas a grandes dilemas da economia global, cujas soluções podem estar na reformulação dessas perguntas e não propriamente em suas possíveis respostas.

Quer tentar?

Pergunta 1
Como manter o fluxo de capitais privados para pesquisas de empresas de biotecnologia, uma ciência que elimina seus próprios clientes em 5 a 10 anos?

Pergunta 2
Como disseminar uma mentalidade de valorização do empreendedorismo, do empenho, do esforço, do trabalho, da busca de resultados e da recompensa pelo mérito, numa sociedade socialmente desequilibrada?

Pergunta 3
Como o avanço conjunto da inteligência artificial, big data, internet das coisas e robótica cognitiva, efetivamente impactará os empregos e a economia global?

Pergunta 4
Como incentivar laboratórios a investir na cura de doenças e não no tratamento de pacientes?

Pergunta 5
Como reduzir a violência mundial sem impactar a trilionária indústria da segurança militar, policial, patrimonial e pessoal?

Se você conseguir reformular essas perguntas de um jeito que simplifique a solução desses problemas de uma forma inovadora, você pode estar no caminho de desenvolver uma ideia para um novo unicórnio global.

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A ERA DA ABUNDÂNCIA

Homens de 18 anos da RAF (Royal Air Force) pilotavam caças Spitfire para defender Londres, que era bombardeada por pilotos com 19 anos da Luftwaffe, isso na Europa da década de 40 do século passado.

Até a segunda guerra mundial, a maioridade separava os homens dos meninos…

Com a segunda grande guerra, milhões de homens e mulheres morreram e os que sobreviveram voltaram para casa e tiveram que trabalhar duro para reconstruir suas vidas, seus países e suas cidades, tiveram filhos e envelheceram.

Foi uma época dura, duríssima, comiam o que havia para comer, economizavam o que não podiam, trabalhavam muito e cuidavam de suas famílias, isso é tudo o que faziam nossos avós e bisavós, e foi isso que formou a base da economia de abundância que temos hoje em todo o mundo.

Homens e mulheres trabalharam duramente para reerguer nações destruídas pela guerra

Hoje, a adolescência vai até os 35 anos e esses jovens vivem muitas crises, num mundo cruel, com muita pressão, eles têm que tomar muitas decisões, questionam tudo o que foi construído até hoje, acham que quase tudo está equivocado.

Homens de 30 anos tomam toddynho, fazem depilação e massagem facial, usam óleos especiais na barba bem desenhada, fazem limpeza de pele, praticam yoga e pilates, frequentam sessões de Reiki, recebem coaching, não perdem uma sessão de análise e precisam de um mentor como do ar que respiram…

A expressão metrossexual saiu de moda pois não indica mais um comportamento excepcional. Hoje quase todos os homens jovens são ou serão metrossexuais.

Depois de uma semana árdua de trabalho, em ambientes confortáveis, bem iluminados e refrigerados, digitando em teclados ergonômicos, onde também atualizam freneticamente suas redes sociais, reúnem-se com amigos igualmente estressados, em bares modernos, decoração descolada, com mesas posicionadas segundo Feng Chui, telões HD, ao som das mensagens inspiradoras da música de Pablo Vitar e Ludmilla.

Pedem suflê de mandioquinha com alho poró e traços de curry com framboesa selvagem, e harmonizam com caipirinha de aguardente de alecrim, mixed de saquê e vinho crianza catalão, com adoçante natural destilado da casca da mini-jaca colombiana.

Os bares e restaurantes refletem a era da abundância, oferecendo produtos raros, serviços exóticos e ambientes exclusivos.

Finalizam com uma taça de café gourmet gelado (descafeinado, é claro), aromatizado com favas de baunilha de Madagascar e raspas de limão siciliano, que degustam enquanto conversam sobre os planos da próxima viagem, que poderá ser uma temporada em Aspen, uma expedição na Antartida ou uma escalada no Kilimanjaro, destinos que exigirão consciência plena e/ou mindfullness

Quando olhamos em volta, percebemos que esta “era da abundância” não corresponde ao que deveria ser uma “era da igualdade, do equilíbrio ou da distribuição” e nos damos conta que o ciclo histórico é o mesmo que vem se repetindo há séculos:

1) Tempos difíceis criam pessoas fortes.

2) Pessoas fortes criam tempos fáceis.

3) Tempos fáceis criam pessoas fracas.

4) Pessoas fracas criam tempos difíceis.

Neste início de século, estamos entre as fases 3) e 4) e acredito que, brevemente, o ciclo se repetirá, e torço para eu estar errado.

Obs.: Este post é uma adaptação. O texto original foi publicado em projeto60anos.com.br

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Leia outro texto da série “ERA”:

A ERA DA VELOCIDADE

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