Reservas de hotel pela web no Brasil. O que falta?

Já que aflorou o debate sobre hotelaria, busquei um artigo que escrevi para o Jornal Panrotas algum tempo atrás, mas que permanece bem atual.

Se todos concordam, o que falta para priorizar as reservas de hotel pela internet?

É notável o esforço das diversas entidades brasileiras que compõem o mercado de viagens corporativas, no sentido de otimizar o simples ato de realizar uma reserva de hotel, atividade que pode gerar tantos desencontros, dependendo da eficiência do canal utilizado.

Mas o que falta então? Se todos percebem e vivenciam as dificuldades, o que falta para resolver os problemas que envolvem o tema?

A resposta para isso me parece ter sido dada pelo André Monegaglia, da Rede Plaza Inn, durante debate promovido pelo FOHB e CMNet, com as agências de viagens corporativas, no Novotel Morumbi, sobre “os caminhos que se discutem no mercado acerca da migração da hotelaria para o canal web”.

A certa altura dos debates, o André comentou: “não adianta a gente debater aqui em cima, sem envolver o pessoal do degrau de baixo”…

O acerto desta frase pode ser medido pela quantidade de problemas existentes nas centrais de reservas hoteleiras e/ou nos balcões de atendimento dos hotéis, em função da multiplicidade dos canais de reservas utilizados (telefone, email, fax, GDS, CMNet, sistemas integradores, self booking tools, sites independentes etc etc etc). Não vou me alongar com exemplos, pois variados casos foram apresentados pelos participantes durante este evento.

O fator humano, absolutamente imprescindível na operação deste ou de qualquer outro serviço utilizado pelo viajante, corporativo ou não, é o elo frágil neste processo de automatização das reservas hoteleiras, que hoje ainda são realizadas, aos milhões, por email, fax e até por telefone, no Brasil.

Direcionar reservas hoteleiras para a internet, originadas dos consultores das agências de viagens ou do próprio cliente em um sistema de auto-reserva, depende fundamentalmente da capacitação do pessoal do hotel.

Treinamento, treinamento, treinamento: esta é a palavra chave para as redes hoteleiras fazerem funcionar a nova estratégia de direcionar as reservas de hotel para o canal internet.

Mas, antes de mais nada, o hoteleiro deverá ser o principal interessado em reduzir o custo da reserva ao valor do “booking” do sistema de distribuição, economizando tempo, papel, processos, erros, retrabalhos e a insatisfação dos clientes, além de contribuir para ganhos de escala, permitindo que sejam geradas mais reservas, com menos esforço de promoção e marketing.

Basta fazer as contas.

R$ 4,5 BI PARA OS AEROPORTOS !!

Os pessimistas costumam dizer que uma boa notícia nunca vem sozinha. É só aguardar um pouco que a má notícia chega em seguida…

O anúncio do governo federal sobre investimentos de R$ 4,472 bilhões nos aeroportos brasileiros é, sem dúvida, uma boa notícia. Mas nem foi preciso esperar um pouco para recebermos a má notícia, pois veio junto, na forma como essa montanha de dinheiro público será gasta: sem licitação.

Os otimistas alegam que o importante é que as obras sejam feitas, ou seja, desde que o objetivo final seja alcançado, a forma como será feito não é tão importante, numa corruptela do velho “os fins justificam os meios”.

Penso diferente.

Como cidadão e empresário do “trade”, estou animado com a reforma dos aeroportos, mas desapontado com o fato de se utilizar a Copa e os Jogos Olímpicos como justificativas para o poder público se desviar da lei.

E você, o que acha?

Ficha (Suja e Barra) Limpa

Um tema como o da ética na política é de uma aceitação tão óbvia quanto o da sustentabilidade ou da inclusão social.

O apoio de quase 2 milhões de assinaturas de eleitores não é algo a ser desperdiçado por quem depende de votos pata se manter no poder.

A oportunidade de amenizar, numa única tacada, os muitos anos de descrédito da classe política, justamente em ano eleitoral, também não é fato que ocorre a toda hora.

Nada disso parece suficiente para sensibilizar a classe política ou mesmo receber da imprensa o destaque que o assunto merece.

A usina de Belo Monte, as multas do TSE ao PT e a convocação do Dunga seriam mais importantes do que um projeto de lei que pretende tornar inelegível por 8 anos o candidato condenado em órgão colegiado?

Com relatoria do deputado Índio da Costa, o projeto de lei batizado de Ficha Limpa, tem que ser aprovado até 10 de junho, para que tenha efeito nas eleições deste ano.

Com alguns partidos manifestando interesse em manter a barra mais limpa do que a ficha, penso que sem pressão popular e apoio da imprensa, será quase uma missão impossível.