“Jamais cobraremos por água !” Com esta frase, Marcelo Bento Ribeiro marcou a apresentação da Gol no Airline Distribution 2010, evento anual sobre distribuição para cias. aéreas, no JW Marriott, em Copacabana, Rio de Janeiro, de 27 a 29 de abril.
Todo mundo estava lá (das cias. aéreas, bem explicado). Entre várias cias. estrangeiras, algumas grandes e outras nem tanto, destacava-se a representação da Gol assistindo à palestra do Marcelo (diretor de yield e alianças), por sinal a mais prestigiada do dia.
Mas também estavam lá (debatendo ou assistindo) a TAM, American, Continental, Pluna e outras cias. aéreas, além de diversos players de tecnologia, incluindo Navitaire, Reserve, Hahn Air, Sabre, UATP, PayPal, Amadeus, Cybersource, Travelport, Datalex e outros mais.
Marcelo falou sobre o Smiles, maior programa de fidelização de cia. aérea da América Latina, discorreu sobre a plataforma de e-commerce da Gol e sobre a web como seu principal meio de venda. Analisando a classe média mais forte do que nunca e um mercado doméstico que só tende a crescer, resumiu os 3 pontos que mais impactaram e continuarão impactando o mercado de aviação no Brasil e o crescimento da Gol:
1 – Desregulamentação do setor
2 – Crescimento econômico
3 – Popularização da internet
Afirmando que a Gol não é religiosa sobre sua estratégia de distribuição e por isso, usará todas as ferramentas disponíveis, desde que ofereçam custo/benefício positivo, relacionou os desafios e as oportunidades, como o CRM para penetrar melhor a distribuição, a social media como canal de venda, a nova classe média, o gerenciamento dos GDSs, a ainda pequena quantidade de sistemas integradores e o controle da exposição via APIs e webservices.
Alex de Gunten, diretor da ALTA, apresentou os desafios das cias. aéreas latinoamericanas em relação ao resto do mundo: combustível 10% mais caro, custo de distribuição/segmentação 80% mais caro e epidemia de impostos e taxas.
Acho engraçado como especialistas estrangeiros “explicam” com desenvoltura o mercado latinoamericano, tentando criar um modelo único para países com tantas especificidades, como Brasil, Argentina, Colômbia, México etc.
De qualquer fora, o que mais atraiu o interesse das cias. aéreas presentes foi a cobrança de serviços fragmentados: uso de sala VIP, checkin presencial, bagagem (1ª, 2ª, especial e bagagem de mão), embarque prioritário, espaço entre poltronas, entretenimento a bordo, refeição/bebida a bordo, internet a bordo, compras a bordo, entre outras “novidades” que permitirão a chamada receita acessória para as cias. aéreas.
Da mesma forma que não se discute mais se as cias. aéreas lançarão esta estratégia (branded fares and unbundling products), mas sim quando a usarão, ainda não estão claros os impactos na distribuição e, de certa forma, qual tecnologia estará melhor preparada para este novo e dinâmico cenário, movido e estimulado pela concorrência, pelos resultados e por sua infinita criatividade comercial.