AI, BI, BIG DATA, É A TECNOLOGIA NA ABAV

Antes que digam que a ABAV está sucumbindo à pressão do avanço da tecnologia, esclareço desde já que o título deste texto é uma chamada retórica para destacar que algo está mudando na gestão dos dados e informações da base de agências associadas, e esta é uma ótima notícia para o turismo brasileiro.

Big Data é o termo que descreve um grande conjunto de dados, estruturados e não estruturados, que podem ser utilizados para impactar os negócios. A partir deste conceito, a ABAV criou o projeto Big Data ABAV, cujos dados são gerados no cotidiano operacional das agências de viagens associadas.

O mercado de viagens e turismo destaca-se entre as indústrias que mais produzem dados, de todos os tipos, porque todas as reservas para viagens (cias. aéreas, hotéis, locadoras de carros etc.) deixam um enorme rastro de informações sobre a preferência, perfil, necessidade, desejo e comportamento de cada viajante.

Como estes dados ficam registrados nas agências de viagens em que o consumidor do serviço efetua sua compra, o projeto Big Data ABAV visa consolidar estes dados em um sistema especialmente desenvolvido para isso, que fornecerá informações valiosas para o associado ABAV planejar e executar melhor a gestão do seu negócio.

O primeiro passo para a construção do Big Data ABAV foi o Recadastrabav, atualização dos cadastros dos associados nas 26 ABAVs regionais, realizado com sucesso no 1º semestre de 2016.

O Censo Big Data ABAV fará uma radiografia completa na base de agências associadas

O segundo passo para a construção do Big Data ABAV será o Censo Big Data ABAV, ou CBDA, fundamentado na captura e curadoria de informações mais detalhadas, incluindo análise, armazenamento, compartilhamento, visualização e controle da privacidade das informações para acesso individualizado e seguro pelas agências associadas.

O CBDA não é uma pesquisa, mas um recenseamento completo da base de agências associadas ABAV, seus sócios, suas equipes, seus negócios e, por isso, demandou um estudo detalhado sobre quais informações são relevantes para a compreensão do mercado brasileiro de agenciamento de viagens.

Por uma ABAV mais forte, participe do Censo Big Data ABAV !

Importante: Aguarde o e-mail convite da sua ABAV estadual, acesse de forma segura a Área do Associado no Portal ABAV e preencha o formulário online do CBDA.

Censo Big Data ABAV, um Brasil inteiro de agentes de viagens

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TRAVEL MANAGER X TMC – ARE YOU READY?

Há um inexplicável conflito no ar, semeado no ano passado e que ameaça crescer em 2017 e, por isso, resolvi abrir o novo ano com este tema.

Conforme já abordei por aqui, de uns tempos para cá algumas empresas vêm confundindo o papel do seu executivo gestor de viagens (também chamado travel manager) com as funções da sua agência de gestão de viagens corporativas (também chamada TMC, do inglês travel management company).

Expressões iguais não são mera coincidência: Travel Manager X Travel Management Company

Ora, por que este assunto agora?

Talvez porque alguns gestores de viagens têm encontrado um gap entre o que julgam ser o papel da TMC e o seu próprio papel, numa tendência de comportamento catalisada pelas novas tecnologias e pelo acesso via internet aos sistemas de reservas dos fornecedores de serviços de viagens, cias. aéreas e redes hoteleiras à frente.

Isso tem levado algumas empresas à aventura de investir na criação de uma agência de viagens, um departamento com 4 ou 5 profissionais (às vezes mais), com o propósito de “economizar” o valor do serviço de consultoria especializada de uma agência de gestão de viagens corporativas, o que acaba por redundar em gastos muito maiores.

Veja mais sobre este tema: Contratar ou montar uma agência de viagens corporativas?

Surpreendi-me recentemente com uma consulta de um business hunter cujo cliente estaria interessado na aquisição de uma agência de viagens.

Após meia hora de conversa, identifiquei que o cliente que teria encomendado a tal aquisição é uma empresa de grande porte, interessada tão somente na inscrição no IATA de uma agência estabelecida, com o pragmático objetivo de “evitar o prazo de análise cadastral do IATA”, necessário para aprovar um novo credenciamento de agência de viagens.

Esta simples consulta reafirmou várias verdades a respeito da visão equivocada dessa mega corporação (e provavelmente de muitas outras):

1) O óbvio
Após experimentar a compra direta com as cias. aéreas nacionais, ela está interessada em obter crédito também nas cias. aéreas internacionais, que exigem a inscrição no IATA e, assim, acredita prescindir de vez do serviço de uma agência especializada.

2) O desconhecido
Ela ignora o fato de que, ao adquirir uma agência de viagens, será necessário um recadastramente no IATA para atualização dos dados societários, que poderá demandar praticamente o mesmo prazo de um cadastro inicial.

3) O fato
Ao adquirir uma agência de viagens para executar o trabalho de gestão de viagens corporativas, está reafirmada a relevância de um agente de viagens na gestão das viagens corporativas da empresa, mesmo que seja através de uma atividade interna da empresa.

4) O equívoco
O custo de internalização da atividade de agência de viagens seguramente será muito superior ao de contratação de uma agência de gestão de viagens corporativas, transformando o que parecia vantagem econômica em custo fixo trabalhista, incluindo todos os seus desdobramentos.

Após testemunhar diversas tendências mundiais (em tecnologia e em gestão corporativa) serem absorvidas no Brasil aos 5 minutos do primeiro tempo, tendemos a acreditar que este comportamento também veio de fora, mas convido-o a refletir e responder:

A quem, no final das contas, este movimento interessa?

(___) À empresa cliente, que atuaria na contramão do outsourcing ao verticalizar uma atividade que não é o core business da empresa

(___) Ao travel manager com espírito empreendedor (mas com investimento e risco da empresa que o emprega)

(___) Ao agente de viagens interessado em vender sua agência a uma grande empresa e, assim, executar o trabalho que gosta sem se preocupar com a rentabilidade e risco do negócio

(___) Ao travel manager que gostaria de ser agente de viagens (cerca de 65% dos travel managers brasileiros foram, são ou serão agentes de viagens um dia)

(___) Todas as respostas anteriores

(___) Nenhuma das respostas anteriores

É incrível imaginar que um mercado relativamente maduro como o nosso ainda se influencie com promessas de eficácia, de rentabilidade e de vantagens como as que vêm sendo apregoadas pelos defensores desta tendência, que não resiste a uma simples análise no business plan.

Mas alguém certamente dirá (ou pensará) que eu tenho interesse no assunto, por atualmente ocupar uma diretoria executiva da ABAV e um assento no conselho de administração da ABRACORP.

Estará redondamente enganado !

Afirmo e reafirmo o que vaticinei em março de 2010, no primeiríssimo dos 545 textos que já publiquei aqui na Blogosfera do Panrotas:

“A atividade do agente de viagens, enquanto empresa especializada em consultoria de gestão de viagens corporativas, seguirá firme e forte, com os ajustes necessários e mudanças características dos tempos atuais”.

Após trocar de chapéu e refletir prospectivamente, também no meu papel de investidor e executivo de empresa de tecnologia para este mesmo segmento, acabo chegando à esta mesmíssima conclusão…

Por isso, recomendo:

1 – Aos diretores das empresas consumidoras de viagens corporativas:

“Entre o travel manager e a travel management company, fique com os dois”.

2 – Aos travel managers e travel management companies:

“Cada um na sua e a eficácia continua”.

Feliz 2017 a todos !

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ATÉ PARECE QUE ESTÁ TUDO BEM

Já estamos acostumados com a redução do ritmo econômico no verão brasileiro (dez, jan e fev).

Dezembro é mês de Natal, Reveillon, festa de final de ano nas empresas, eventos de encerramento e de planejamento estratégico, férias para muita gente, férias coletivas em muitas empresas, viagens de turismo, foco no lazer.

Janeiro, por conta das férias escolares, também costuma ser mês de férias para muitas famílias, usualmente é um mês de baixa produtividade nas empresas, tanto pelo lado da produção, que cai, quanto pelo lado da demanda, que muda para viagens de turismo, foco no lazer.

Verão brasileiro suscita alegria, brindes e comemorações (ao que mesmo??)
Verão brasileiro suscita alegria, brindes e comemorações (pelo que mesmo??)

Fevereiro no Brasil é o mês do Carnaval (só quem é brasileiro ou quem vive no Brasil conhece a dimensão deste evento e de suas consequências no espírito da população brasileira) e isso significa muita gente de férias, em ritmo de férias ou em “ritmo de carnaval”, mais espaço para viagens de turismo, foco no lazer.

Sim, sabemos que é ótima oportunidade para o mercado de viagens de turismo, mas o fato é que, em termos industriais e comerciais, o Brasil só começa a produzir a partir de março…

Mas este ano será diferente !

Diferente para ainda pior, pois parece que todo o Brasil está de férias, expondo sua alegria e suas convicções de felicidade nas redes sociais de forma avassaladora.

Nós, brasileiros, manifestamos uma felicidade incompatível com a dura realidade do país
Nós, brasileiros, manifestamos uma felicidade incompatível com a dura realidade do país

Sorrisos rasgados, brindes cristalinos, selfies de felicidade contagiante, semblantes da mais pura alegria, todo mundo gozando a vida, curtindo adoidado, aproveitando o aqui e agora, naquele conhecido espírito do “futuro será como Deus quiser”, vivendo o hoje porque ninguém sabe do amanhã, ou melhor, arrebentando hoje como se não houvesse amanhã…

E poderá mesmo não haver !

O país está numa encruzilhada, onde as classes C e D, iludidas e desesperançadas, encontram-se e batem de frente com a classe A, que nunca saiu do lugar, e com a classe B, detentora da maior fatia de responsabilidade na sustentação da economia, via impostos, consumo e produção.

País está numa encruzilhada, sem liderança que aponte um caminho a seguir
País está numa encruzilhada, sem liderança que aponte um caminho a seguir

Para piorar, este ponto de encontro (a tal encruzilhada) acontece num ambiente de crise econômica, política e ética sem precedentes na história, onde os piores exemplos vêm da autoridade constituída, de todos os poderes, reafirmando para as classes B, C e D, o que a classe A já estava cansada de saber: no Brasil, o Executivo gere seus interesses, o Legislativo legisla em causa própria e o Judiciário julga-se acima das leis, todos atuando como vestais flutuando sobre o bem e o mal.

E no que isso pode dar?

Um ambiente desses aproxima-se muito da situação do navio afundando, onde os valores do convívio social, aqueles que nos diferenciam dos animais, são substituídos pelo “salve-se quem puder”, as verdades absolutas passam a ser subjetivas e a preocupação com o futuro é trocada pelo imediatismo (vamos viver hoje).

Por isso, vamos todos gozar férias e assim valorizar a indústria do entretenimento, incluindo as viagens de turismo, pois temos somente 12 milhões de desempregados, um PIB previsto de 0,8% em 2017 e um governo que absorve 40% de toda riqueza produzida para custear os privilégios da corte, no caso servidores públicos e políticos, em troca de uma classe política da pior espécie e de um serviço público de baixíssima qualidade quando não inexistente.

Não, não estou pessimista, sou realista !

Enquanto o Brasil está de férias, empresas saem do país, a população perde o respeito pelas instituições, a crise avança e os políticos fingem tentar resolvê-la, enquanto atuam apenas para manter seus privilégios, ou você já viu algum governo pagar bonus de produtividade para servidor aposentado (apenas como exemplo do descalabro com o dinheiro da sociedade)?!?!?

O que realmente me preocupa é quando a conta chegar, numa fatura cara, onde se lerá em letras miúdas no rodapé:

“Eu sei o que vocês fizeram no verão passado…”

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