QUAL A IDENTIDADE DA SUA EMPRESA?

Taí um tema que gera divergências entre as pessoas.

Muitos empresários imaginam que sua empresa é considerada “ágil”, “flexível” ou “dinâmica”, “estável”, “segura” ou “consolidada”, ou ainda “jovem”, “descolada” ou “inovadora”, entre outros adjetivos que acreditam terem conquistado ao longo de anos de trabalho e dedicação ao negócio.

Mas qual será mesmo a identidade da sua empresa?

Se você fizer esta pergunta a seus sócios, aos seus colaboradores, à sua família e aos seus fornecedores, garanto que as respostas serão diferentes entre si e poderão conflitar muito com a sua própria opinião sobre o assunto.

Há os que acreditam que basta repetir o mesmo conceito mil vezes para que ele se transforme em verdade, mesmo que o bom senso e a percepção geral indiquem outra realidade e isso, muitas vezes, é um claro sinal do que os especialistas chamam de “miopia corporativa”.

Existem também os que investem para mudar a percepção da marca, com campanhas de marketing, ações nas mídias sociais, divulgações na imprensa, sempre focados na imagem que desejam que o mercado tenha de suas organizações, como um míope que usa lentes de contato corretivas, que corrigem a visão desfocada e passa a percepção de que o usuário não precisa de óculos (mas ele continua míope).

A questão é que a identidade de uma empresa, tal e qual o carater de uma pessoa, é algo que se constrói ao longo de muito tempo, desde o nascimento, e sofre a influência de inúmeras variáveis, entre elas a cultura da organização, sua essência, seus valores, crenças e atitudes, e isso é algo difícil (embora não impossível) de mudar.

Por isso, antes de mais nada, com muita humildade e transparência, procure conhecer a real identidade da sua empresa e a melhor forma de fazer isso é perguntar diretamente a quem justifica a sua existência: os seus clientes.

Esteja preparado para surpreender-se…

.

NEGOCIAR É UMA ARTE

Como parte integrante de uma dissertação sobre negociação internacional, fui entrevistado no final do ano passado, sobre as variáveis que considero importante conhecer sobre o outro negociador, incluindo sua empresa, produto ou serviço, antes e durante um processo de negociação.

Negociar exige informação, estratégia e foco
Negociar exige informação, estratégia e foco

Como a tese já foi defendida, reproduzo aqui os conceitos que apresentei como resposta àquela entrevista.

Pergunta: O que é importante conhecer num processo de negociação?

Resposta: São muitas as informações desejáveis para um processo de negociação fluir de forma satisfatória, entendendo-se como satisfatória um resultado da negociação que seja positivo para todas as partes envolvidas. Penso que estas informações podem ser divididas em 4 grupos:

1) Sobre o objeto da negociação:

– Dados visíveis: apresentações institucionais, propostas comerciais, website, vídeos

– Dados pouco visíveis: opiniões de outros parceiros, artigos na imprensa, benchmarking

– Dados invisíveis: informações confidenciais = NDA

2) Sobre a personalidade do outro negociador:

– Atitudes: resultado de razão e emoção

– Crenças: impactam análises e decisões

– Valores: estabelecem limites inegociáveis

3) Sobre o comportamento do outro negociador:

– Histórico de negociações: produto/serviço similar, forma de condução do negócio, mindset corporativo

– Práticas comerciais: cultura, formalidade x informalidade, praticidade, velocidade, objetividade

– Alçada de decisão: limite do outro negociador para fechamento do negócio, Go/NoGo

4) Sobre as opções do outro negociador:

– Percepção de valor: intenção, vontade e desejo X relevância

– Oferta concorrente: preço, qualidade e histórico do produto/serviço competidor

– Oportunidade da contratação: core business => trend => hub

É bastante improvável obter todos esses dados antes de iniciada uma negociação, mas é importante considerá-los todos durante o jogo, mesmo que determinadas peças estejam ausentes do tabuleiro.

Afinal, a vida ensina que aprende-se mais sobre o outro jogador após a partida iniciada.

.

HOJE É FERIADO

Sim, hoje é feriado no Rio de Janeiro, dia de São Sebastião, santo padroeiro da cidade maravilhosa…

E todos os cariocas não trabalham hoje por dedicarem-se a homenagear o santo, milhões de cidadãos interrompem a semana, numa quarta-feira, para curtir o feriado…

Existe algo mais brasileiro do que o feriado?

Talvez o carnaval, a praia e o futebol, que por coincidência são também símbolos de fim de semana e feriado.

Ou seja, nossos ícones culturais são relacionados ao repouso, ao ócio, ao fazer nada, algo como o “dolce far niente” italiano ou o “laisser faire” francês, diferente do inventivo “ócio criativo” americano.

Antes que digam tratar-se, na verdade, do tal “espírito folgado” do carioca, peço aos paulistas que releiam este post na próxima segunda-feira.

Bom feriado a todos !

.